Quem foi Frida Kahlo longe dos holofotes, na vida particular, sem estereótipos? Desta pergunta partiu a investigação para a montagem do espetáculo Frida Kahlo – A deusa tehuana, em cartaz nos dias 23 e 24 de março, sábado e domíngo, no Teatro Plínio Marcos, no Complexo Cultural Funarte Brasília. Sábado a apresentação é às 19h30, e domingo às 19h. Os ingressos são vendidos a R$ 40, na internet, ou na bilheteria do teatro – neste caso somente no dia do evento.
A peça desconstrói o mito em que se transformou a pintora mexicana, para falar da personagem enquanto mulher. Com direção de Luiz Antonio Rocha, atuação de Rose Germano e texto escrito pela dupla, o monólogo, que estreou em 2014 com sucesso de público e crítica. Na época, a montagem ganhou a capa de um grande jornal do México, o El Universal, e destaque nas emissoras de TV do país.
O texto é livremente inspirado no diário e na obra da pintora mexicana. “A artista ultrapassou a popularidade adquirida com seu trabalho e tornou-se sua melhor arte. Frida Kahlo pintou sua própria face um sem número de vezes no corpo de uma obra intensamente autorreferenciada. Teatralizou a sua própria existência, foi a expressão maior de luta e superação mesmo trazendo consigo as maiores dores – físicas e existenciais. No lugar do luto, vestiu-se de cores”, diz a produção.
O monólogo, livremente inspirado no diário e na obra da pintora mexicana Frida Kahlo (1907 – 1954), reúne fragmentos da vida e do pensamento da personagem, considerada uma mulher à frente de seu tempo. A peça abre com o prólogo Dolores Olmedo Patiño (1908 – 2002), negociadora de obras de arte, que possui a maior coleção de Frida e Diego no mundo; e a quem coube preservar e difundir o acervo do casal. Dolores e Frida nunca foram amigas. As duas foram apaixonadas pelo mesmo homem: “Uma, colecionadora de arte; outra, a expressão da própria arte”, diz a produção.
Diretor que coleciona sucessos, em espetáculos como Uma Loira na Lua, Eu te Darei o Céu e Brimas, Luiz Antonio Rocha relata que todo o processo do monólogo partiu do corpo de Frida. “A gente ficou um mês tentando descobrir como seria o corpo de alguém que fez mais de 30 cirurgias, tinha dores e tomava morfina para sentir alívio; e que também teve pólio. Era uma mulher que certamente tinha dificuldade em caminhar, mas, nas pesquisas, vimos que as atrizes não costumam levar em conta esse aspecto, na hora de caracterizá-la nos espetáculos”, explica o autor e encenador. “Fomos por outro lado. Fugimos do corpo cotidiano e trabalhos suas limitações e, a partir daí, fomos descobrindo a história que aquele corpo tinha para contar”.
Atriz com formação em Artes Cênicas pela UniRio e Cinema pela Universidade Estácio de Sá, Rose Germano sempre procurou aprofundar a sua arte e conduzi-la para um “teatro de referências”. Mergulhou no universo de Shakespeare, Brecht e Plauto; mas foi em Frida Kahlo – A deusa tehuana que a atriz encontrou o seu grande desafio. Ao falar sobre o que a inspirou a viver a artista no palco, Rose Germano comenta que “há uma similaridade entre as culturas mexicana e brasileira, especificamente a nordestina, em que estão as minhas raízes. Sou de Riacho do Meio, uma cidadezinha do interior da Paraíba. Foi aí que me inspirei, nesse povo guerreiro, nas histórias de mulheres cheias de vida e coragem.”
A atriz destaca ainda o valor de se falar sobre a artista hoje: considera que a importância de reviver a história de Frida está no modo como ela revela a autenticidade da mulher que era, à frente até dos dias de hoje. “Ela é a ‘desmedida’ das coisas; está fora dos padrões estabelecidos. Viver Frida é encarar a vida e a morte com a mesma grandeza”, conclui a intérprete.
Crítica elogia o espetáculo
“Internacionalmente conhecida, principalmente pela obra artística, Frida Kahlo tem sua dimensão mais humana exposta no notável monólogo ‘Frida – A deusa tehuana’, no qual é vivida pela atriz brasileira Rose Germano”
El Universal (considerado o principal jornal do México)
“Luiz Antonio Rocha impõe à cena uma dinâmica essencialmente corajosa. Afora o fato, naturalmente, do encenador criar marcas muito expressivas e explorar com grande sensibilidade todas as possibilidades da bela cenografia de Eduardo Albini.”
Crítica de Lionel Fischer)
“Impressiona o ritmo impresso pela direção de Luiz Antônio Rocha. Não há preocupações com o silêncio ou com o preenchimento das lacunas. Tudo é feito com tanta beleza que nossa sensibilidade fica à flor da pele.”
Crítica de Renato Mello
‘Frida Kahlo – A deusa tehuana’
Espetáculo teatral
Dramaturgia: Luiz Antonio Rocha e Rose Germano
Direção: Luiz Antonio Rocha
Direção de Movimento: Norberto Presta
Atriz: Rose Germano
Trilha Sonora: Marcio Tinoco. Música: Eduardo Torres
Iluminação: Aurélio de Simoni. Luz e Som: Alexandre Holcim. Cenário, figurinos e direção de arte: Eduardo Albini
Fotos: Renato Mangolin/Carlos Cabéra
Realização: Espaço Cênico Produções Artísticas
Produção em Brasília: Deca Produções
Classificação indicativa: 18 anos
Ingressos: R$ 80. Meia-entrada: R$ 40, ou doação de 1kg de alimentos não perecíveis
Venda antecipados no site www.bilheteriagital.com
A bilheteria do teatro abre no dia do evento, 1h antes do espetáculo
para venda
Sujeito a lotação (517 pessoas)
Duração: 70min
Teatro Plínio Marcos
Complexo Cultural Funarte Brasília
Eixo Monumental – Setor de Divulgação Cultural (SDC), Lote 2
Entre a Torre de TV e o Centro de Convenções
Brasília (DF)
Esta produção ocupa o Teatro Plínio Marcos por meio de cessão de espaço
Mais informações: andredeca@gmail.com