No dia 12 de julho, sexta-feira, a Fundação Nacional de Artes – Funarte abre inscrições para mais duas oficinas do Programa Funarte de Capacitação Artística e Técnica em Artes Cênicas 2019. Gratuitos, os cursos serão: Direção Cênica, em Maceió, Alagoas, ministrada por Licurgo Spinola; e Estudo de Voz – A Escuta, a Palavra e a Voz como Recursos Expressivos do Ator, em Porto Velho, Rondônia, com Babaya Morais.
As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas somente pela internet, por meio dos links abaixo.
O Programa Funarte de Capacitação Artística e Técnica em Artes Cênicas leva cursos gratuitos a todas as regiões do Brasil. A iniciativa é realizada por meio da Coordenação de Teatro, do Centro de Artes Cênicas da Fundação
Oficina Direção Cênica
Maceió (AL) – 22 a 26 de julho
Público Alvo: atores, diretores e estudantes de teatro
Ministrada pelo diretor e ator Licurgo Spinola, a oficina tem como alvo principal despertar nos alunos o olhar analítico sobre uma encenação teatral – com destaque para a percepção das possibilidades interpretativas do elenco –; e estimular o participante a entender melhor o processo criativo do ator. Para isso, é levada em conta a “inteligência cênica” de cada integrante, para que o rendimento seja produtivo e conclusivo para o desempenho do grupo, agregando valor a essa execução. outro objetivo é compreender o trabalho do intérprete-criador. Para alcançar essa meta, o aluno é também colocado no lugar dos atores. Os encontros incluem atividades práticas, tais como exercícios de corpo, voz e improviso e elaboração de cenas e de roteiros, escolha de figurinos, cenário, adereços, iluminação e sonoplastia. Isso tudo resulta na apresentação de um espetáculo, aberto ao público.
Atividades
Exercícios para acordar o corpo (alongamento e aquecimento); exercícios corporais individuais e em grupo; experimentação livre dos movimentos corporais conduzidos por música instrumental (individuais e em grupo); improvisações de cenas do cotidiano em mímica; improvisações de cenas do cotidiano usando corpo e voz; elaboração de cenas em duplas e em grupo; elaboração de texto com cenas e diálogos elaborados em grupo; seleção pelo grupo das melhores cenas improvisadas; elaboração de uma partitura teatral com as cenas selecionadas; escolha pelo grupo por figurinos, adereços, cenário, iluminação e sonoplastia para compor a partitura teatral; apresentação da partitura teatral aberta ao público.
Ao início de cada aula os alunos estudam o que foi realizado no encontro anterior e fazem comentários sobre as ações. A principal função desse trabalho é treinar o olhar crítico dos alunos (“indispensável a um diretor”, segundo oficineiro) e a capacidade dos participantes para escolhas e decisões. Além disso, cada um deles analisa a atuação dos colegas e é analisado por eles, para o aprimoramento de todos.
O ministrante
Após 15 anos de carreira como ator, Licurgo Spinola começou na direção teatral ao conceber, em 2009, o projeto de oficinas teatrais Teatro & Identidade, com o qual reuniu jovens atores para a criação e montagem de peças inéditas. Na mesma iniciativa, trabalhou com crianças na Escola CEAT-RJ, na Capital Fluminense, onde elaborou e montou, em dois anos, em torno de uma dezena de peças, com temas variados. Fez oficinas com jovens em situação de risco social – entre dependentes químicos, moradores de rua e jovens em liberdade assistida, sempre na criação de textos inéditos, tais como: Sem Fissura, com conteúdo dirigido à prevenção contra as drogas – apresentada para mais de cinco mil adolescentes, em Maceió (AL). Também concebeu a campanha Diga Não, para informação contra exploração sexual de crianças e adolescentes em escolas, por intermédio de seis roteiros encenados, cujas montagens participaram de um festival de “teatro preventivo”, no Teatro Deodoro também na capital alagoana. Concebeu o espetáculo Liberdade com jovens infratores – com tema na liberdade e responsabilidade do jovem cidadão (foi um grande sucesso entre os adolescentes”, comenta o artista). Assinou sua primeira montagem profissional em 2013, com a comédia romântica Nunca Abra a Porta Depois da Meia-noite. No ano seguinte montou a peça Vamú Butá Furanú, uma adaptação dos clássico Romeu e Julieta (Shakespeare – final do Séc. 16) e Lisístrata (Aristófanes – Grécia, 411 A.C.), com a linguagem regional do nordeste. Com essa obra, trouxe à cena o Grupo Teatral de Belo Jardim, município pernambucano. Em 2017 dirigiu O Boca do Inferno: Vida e Obra de Gregório de Matos. O trabalho de direção de Spinola é marcado por peças e montagens em caráter experimental, com temáticas relevantes para crianças e jovens, com o objetivo de contribuir com a “transformação social por meio da arte”
Avaliação
A avaliação dos alunos tem cotação de graus 5 a 10, de acordo com os seguintes critérios: responsabilidade (frequência e pontualidade); sociabilidade e comunicabilidade; empatia ; criatividade; observação crítica; iniciativa; empenho; entendimento; capacidade de interação; e capacidade de realização.
Bibliografia
Teatro do Oprimido – Augusto Boal; Jogos para Atores e Não Atores – Augusto Boal; Jogos Teatrais – Viola Spolin; Improvisação para o Teatro – Viola Spolin; O Jogo Teatral no Livro do Diretor – Viola Spolin; A Preparação do Ator – Constantin Stanislavski; A Construção da Personagem – Constantin Stanislavski; A Criação de um Papel – Constantin Stanislavski; Técnica de Representação Teatral – Stella Adler; Teatro do Absurdo – Martin Esslin; Contar Histórias com o Jogo Teatral – Alessandra Ancona; Técnica para o Ator – Uta Hagen; Como Parar de Atuar – Harold Guskin; A Poética da Direção Teatral – Robson Carlos Haderchpek; Manual Mínimo do Ator – Daril Fo; O Poder do Ator – Ivana Chubbuck; Diálogo sobre a Encenação – Manfred Wekwerth; Do Teatro da Vida para o Teatro da Escola – Nissin Castiel.
Oficina: Direção Cênica
Licurgo Spinola
22 a 26 de julho de 2019, de segunda a sexta-feira, das 18h às 22h
Local: Escola Técnica de Arte (ETA)
Praça Sinimbú, 206 – Centro – Maceió (AL)
Nº Máximo de Participantes: 35
Inscrições
De 12/07, às 10h a 21/07, às 23h
Somente online, por meio deste link
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Oficina
Estudo de Voz – A Escuta, a Palavra e a Voz como Recursos Expressivos do Ator
Ministrante: Babaya Morais
Porto Velho (Rondônia) – 26 a 28 de julho
Público Alvo: estudantes de teatro, jovens artistas, cantores, e professores
Carga horária: 20h/aula
O curso da cantora e professora de técnica vocal Babaya Morais consiste basicamente em dinâmicas e experimentações que desenvolvem a autopercepção das pessoas em relação ao que elas falam, ouvem e compreendem; e de que modo se expressam.
Segundo a ministrante, esse processo desenvolve a “liberdade de reprodução vocal”, por meio de padrões de fala não utilizadas ou exploradas no dia a dia. Essas experiências “proporcionam desenvoltura, criatividade, segurança, variações sonoras não-verbais e ampliam o repertório vocal na formação de personagens e a qualidade de interpretação” observa a professora. No curso, ela desenvolve exercícios de expressão e performance, por meio de um vasto estudo de timbres vocais, modulação de entonação e acentuação da voz, tempos de respiração, dinâmicas de “desconstrução e reconstrução” da palavra, a partir de textos, como contos, cartas, e outros. O objetivo desses exercícios é que os processos tenham resultados práticos.
Objetivo da oficina é desenvolver a preparação da voz e a “direção vocal” do texto, na atuação dos atores. A proposta é estimular a turma a desenvolver a percepção, a expressão e a análise da própria voz, ao treinar o aluno a relacionar-se com a própria voz. No curso, o aluno será conduzido a entender a anatomia e o funcionamento do aparelho vocal; e a ampliar as possibilidades do uso da voz no trabalho do ator. Segundo Babaya Morais para essa atuação, o desenvolvimento do canto e do texto falado são essenciais.
Atividades
- Módulo I – Palestra sobre a fisiologia da voz;
- Módulo II – Técnica vocal de aquecimento: alongamentos, respiração, resistência vocal e corporal;
- Módulo III – Escuta intensa e externa: palavra (organização e comunicação), voz (resultado) e percepção (representação e expressão); desconstrução e reconstrução da palavra; exercícios de improvisos vocais, sons diferentes, respiração expressiva; estudo de recursos expressivos: timbre, intensidade, modulação, ritmo, emoção; dinâmicas teatrais e corporais de interpretação.
“São também trabalhadas técnicas de apoio tais como: aquecimento vocal, estudo de ressonadores, respiração e articulação para que o ator experimente de forma mais ousada e livre os diversos focos de ressonâncias que possibilitam as infinitas variações vocais”, conclui a professora.
Sobre a ministrante
Babaya Morais iniciou sua carreira de cantora em Cássia (MG). Por oito anos estudou Canto Lírico e Teoria Musical na Fundação Clóvis Salgado – Belo Horizonte (MG). Em 1983, foi professora de técnica vocal na Música de Minas Escola Livre, escola de Milton Nascimento e Wagner Tiso. Em 1990, fundou com a foniatra Dra. Regina Lopes Maciel o Voz Ativa – Núcleo de Tratamento e Aprimoramento da Voz. Em 92, fundou a Babaya Escola de Canto – “Foi o primeiro estabelecimento de ensino de MG direcionado exclusivamente para o aprimoramento da voz utilizando o canto popular”, diz a professora. Em 2011, a Escola passou a se chamar Babaya Casa de Canto. Na nova instituição, com uma equipe de preparadores vocais, Babaya Morais promove Grupos de Estudos de Reciclagem, com o tema central Fisiologia da Voz na Prática do Canto. Propiciou aos cantores da Casa a oportunidade de realizarem seus objetivos no ensino de técnica vocal, utilizando projetos musicais e eventos permanentes, como: Trampolim, Novos Talentos, Ensaio Aberto, Cantoria, Musicais, Grande Intérpretes e Construindo um Show.
Além do ensino de técnica da voz para cantores amadores e profissionais, a professora também desenvolveu a preparação vocal e direção vocal de texto para atores/ cantores, em várias cidades do país. No teatro, trabalhou com os Galpão, Espanca, Odeon, Garupa, Três Calados e Maria Cutia, entre outros. Atuou na preparação vocal, e direção de texto e prosódia para cinema, em obras como Chico Xavier – O Filme (2010) – dirigido por Daniel Filho e Malazartes – E o Duelo com a Morte (2016) – direção de Paulo Morelli. Ministrou oficinas de amplitude nacional, com cerca de uma dezena de temáticas variadas.
Críticos teatrais e colegas da área atestam a consistência do trabalho de Babaya Morais no treinamento de canto e voz: “…Além da sua generosidade para encarar o processo criativo, entende as dificuldades de cada um. Ela é uma das raras pessoas que tem um pé no canto e o outro no texto falado. Ela sabe como preparar a fala do ator” – Chico Pelúcio, ator e diretor – Grupo Galpão (Pampulha, 27/03/1999). “Babaya se tornou mais que mestra. Faz-se cúmplice, amiga de seus alunos. Manipula suas possibilidades e suas carências, criando naturalmente, para cada um, o frescor de um processo particular e intransferível. Um trabalho riquíssimo de artesanato, baseado na improvisação e na generosidade” – Arildo Barros (Revista Palavra, 09.12.99 – texto Encantadora de Vozes).
Avaliação
A verificação do aprendizado leva em conta a participação assídua e o envolvimento de cada aluno, “tendo em vista que o processo de assimilação dos conteúdos acontece de forma continua”, pontua a professora. “Destaca-se, assim, o entendimento da escuta, da palavra e da voz e seu desenvolvimento”.
Bibliografia
Módulo I – obras sobre fisiologia
Silvia M. Rebelo Pinho – Fundamentos em Fonoaudiologia – Tratando os Distúrbios da Voz – Editora Guanabara Koogan S.A – 1998; Mara Suzana Behlau & Paulo Pontes – Avaliação e Tratamento das Disfonias – Editora Lovise – 1995; Paulo da Silva Louzada – As Bases da Educação Vocal – Editora O Livro Médico Ltda – 1982; Edmée Brandi de Souza Mello – Disfonias – Avaliar Para Melhor Tratar – Editora Atheneu – 1996; Enrique Olival Costa e Marta Assumpção de Andrada e Silva – Voz Cantada – Evolução, Avaliação e Terapia Fonoaudiológica – Editora Lovise – 1998
Módulo II – É resultado de experiências ao longo dos trabalhos da ministrante com atores e cantores
Oficina
Estudo de Voz – A escuta, a Palavra e a Voz, como Recursos Expressivos do Ator
Ministrante: Babaya Morais
26 a 28 de julho de 2019, de sexta-feira a domingo
Horários
26 e 27 de Julho – das 14h às 18 horas e das 19h às 22h
28 de Julho – das 14h às 18h e das 19h às 21h
Local: Tapiri – O Imaginário
Rua Franklin Tavares, 1353 – Bairro Pedrinhas
Porto Velho (RO)
Nº Máximo de Participantes: 25
Professora: Babaya Morais
Inscrições
De 12/07 – 10h a 23/07, às 23h
Somente online, por meio deste link
Programa Funarte de Capacitação Artística e Técnica em Artes Cênicas 2019
Mais informações
Coordenação de Teatro – Centro de Artes Cênicas – Funarte
teatro@funarte.gov.br