A Fundação Nacional de Artes – Funarte, em parceria com a Universidade Federal Fluminense, apresenta a XXIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, de 10 a 14 de novembro, no Centro de Artes da UFF, em Icaraí, Niterói; na Sala Cecília Meireles; e no Teatro Dulcina, da Funarte, no Centro do Rio de Janeiro. Os ingressos serão vendidos a R$ 10 (meia a R$5). A abertura será às 10h30, no Centro de Artes da UFF.
A Bienal reúne a mais recente produção dos compositores brasileiros, numa série de 52 obras, nos estilos música sinfônica, de câmara e eletroacústica/mista. Este ano, a programação conta com 47 peças selecionadas por uma Comissão de músicos e mais cinco, criadas por autores convidados de renome: Edino Krieger, Jocy de Oliveira, Raul do Valle, Marlos Nobre e Ricardo Tacuchian. Além de fazer essas homenagens, a Bienal celebra outros nomes, que se tornaram referência na música brasileira contemporânea: Ernst Mahle, Edmundo Villani-Côrtes, Kilza Setti, Maria Helena Rosas Fernandes, Sérgio de Vasconcellos Corrêa e Willy Corrêa de Oliveira. Haverá ainda uma homenagem póstuma especial ao musicólogo Flávio Silva. Servidor da Funarte por 40 anos, ele dinamizou a área da música de concerto da Fundação; acompanhou todas as bienais, desde 1976; e esteve à frente das últimas oito.
Esta bienal inclui a música acusmática. Essa linha de pesquisa eletroacústica se caracteriza pela construção de sonoridades através da manipulação de frequências, difundida por caixas de som, geralmente espalhadas em vários pontos das salas de concerto. A palavra vem de “acusma”, ou “alucinação auditiva”. O recurso sugere vozes humanas, ruídos, instrumentos musicais e outros sons que se misturam e se combinam.
“A XXIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea deve sua concretização a uma parceria inestimável entre a Funarte, através do seu Centro da Música, e o Centro de Artes da UFF que tornou viáveis todas as etapas”. Destaca Schiller. Ele cita ainda as participações da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); da Orquestra Sinfônica Nacional (OSN), da UFF; e de todos os músicos que participam desta edição. “Sem essas parcerias, não existiria a Bienal”, conclui.
Bienais de música da Funarte: há 44 anos celebrando a multiplicidade das linguagens
O foco da XXIII Bienal é proporcionar ao público maior alcance à diversidade de linguagens musicais e de trabalhos de compositores de vários estados do brasil. As obras de autores concursados foram compostas a partir de 2015 e não foram apresentadas em edições anteriores. O repertório reúne partituras de música convencional e eletroacústica mista – a que combina instrumentos e aparato técnico. A seleção envolveu três categorias: orquestra sinfônica; formações de câmara – com até nove integrantes, (com ou sem difusão eletroacústica mista e/ou um pequeno coro); e peças exclusivamente eletroacústicas.
“Cada uma das bienais reforça o significado e a importância de se manter ações continuadas para a produção musical entre nós. São raras as políticas de apoio às artes que chegam a 44 anos de realização ininterrupta no Brasil”, observa José Schiller, coordenador de Música de Concerto do Centro da Música da Funarte.
Breve histórico das bienais
As bienais de música brasileira contemporânea foram criadas por Edino Krieger e Myrian Dauelsberg em 1975, inspiradas nos dois Festivais de Música da Guanabara, realizados em 1969 e em 1970, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. As três primeiras Bienais foram organizadas pela Sala Cecília Meireles e, a seguir, assumidas pela Funarte, quando Krieger dirigia o então Instituto Nacional de Música da Fundação.
Desde o lançamento, foram realizadas 22 bienais, sem interrupção. Nas 22 últimas edições, foram apresentadas 1.740 obras, sendo 1.002 delas em primeira audição – ineditismo que valoriza e amplia a importância do programa. Até a 22ª edição, participaram 472 compositores, muitos deles jovens, o que, segundo a coordenação de música de concerto da Funarte, representou uma renovação de nomes e difusão da música brasileira de concerto. “A mudança foi também de natureza geográfica: a produção se concentrava basicamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Hoje, através dos sucessivos concursos, centros musicais significativos foram consolidados ou integrados, em vários outros estados, como Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Paraíba, Amapá, Ceará, Goiás, Mato Grosso e Santa Catarina, além do Distrito Federal”, acrescenta José Schiller.
Homenagem póstuma a Flávio Silva
Esta é a primeira edição do evento da Funarte sem a presença de Flávio Silva, desde 1976. Ele faleceu no último dia 8 de outubro. “Musicólogo de grande relevância, sob sua coordenação, a Bienal atingiu as melhores condições para músicos e compositores, ganhou a dimensão abrangente e uma relevância desafiadora. A XXIII é dedicada à sua memória e à de Vânia Dantas Leite, professora e criadora, que também nos deixou recentemente”, registra Schiller.
Acesse aqui matéria sobre a história das bienais, com vídeo
XXIII BIENAL DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte
Parceria: Universidade Federal Fluminense (UFF)
PROGRAMA
Abertura: Domingo, 10 de novembro, 10h30.
Centro de Artes da UFF
R.Miguel de Frias, 9 – Icaraí, Niterói
Música Sinfônica
Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense
Regente: Ricardo Bologna
Alexandre Avellar – Levantado do Chão, Quadros para Orquestra Sinfônica (2017)
Dimitri Cervo – Concerto para Violino e Orquestra As Quatro Estações Brasileiras (2018-19)
- Inverno Pampeano (Pôr do Sol)
- Verão Nordestino (Danças)
Solista: Daniel Guedes
Fernando Cerqueira – Antigas Rotas, Postlúdio para orquestra sinfônica (2018)
Orlando Alves – Concerto para Trompa e Orquestra (2017 – nova versão 2019)
Solista – Philipe Doyle
João Guilherme Ripper – Jogos Sinfônicos (2015)
Distâncias (1º movimento)
Roberto Macedo – Pseudodivertimento Para Clarineta e Orquestra (2016)
Solista: José Batista Junior
Marlos Nobre – Sacre du Sacre, opus 118 (2013)
Domingo, 10 de novembro, 17h, Sala Cecília Meireles
Rua da Lapa 47 – Centro, Rio de Janeiro
Música de Câmara
Matheus Bitondi – Gotas de vento e rajadas de aço para flauta, clarinete e violino (2018)
Clarinete – Cesar Bonan; flauta – Rômulo Barbosa; violino – Tais Soares
Roseane Yampolschi – Candeias para violoncelo solo (2018)
Solista – Lars Hoefs
Elodie Bouny – Déjà-Vu (quarteto de violões)
Fábio Adour, Maria Haro, Marco Lima, Luis Carlos Barbieri
Raul do Valle – Arapuã (Série Miniaturas Sonoras para Solistas – 2015)
Ponteio: Versão para Violoncelo Solo
Solista – Lars Hoefs
Nikolai Almeida Brucher – Como um índio de casaca para quarteto de cordas (2017)
Quarteto Kalimera
1º violino – Luísa de Castro; 2º violino – Tomaz Soares; viola -Jessé Máximo Pereira; violoncelo – Daniel Silva
Rodrigo Marconi – Peças Dispersas, violão solo (2016)
Solista – Fábio Adour
Vicente Alexim – Clarinet Quintet para clarineta e quarteto de cordas (2019)
Quarteto Kalimera
1º violino – Luísa de Castro; 2º violino – Tomaz Soares; viola -Jessé Máximo Pereira; violoncelo – Daniel Silva
Rodrigo Lima – Sopro Diagonal para quinteto de sopros (2017)
Quinteto Lorenzo Fernadez
Flauta – Rômulo Barbosa; Oboé – Rodrigo Herculano; Clarinete – Cesar Bonan; Trompa – Alessandro Jeremias; Fagote – Jeferson Souza
Segunda-feira, 11 de novembro, 20h, Sala Cecília Meireles
Rua da Lapa 47 – Centro, Rio de Janeiro
Música Sinfônica
Orquestra Sinfônica da UFRJ
Regente: Thiago Santos
Lucas Pigari – Prelúdio Noturno para Orquestra de Cordas (2019)
Tadeu Taffarello – Volare (2018)
Poemas de Sônia Cintra
Solista – Andrea Adour
Luigi Antonio Irlandini – Santuário de Baleias (2016)
Solista – Carlos Gontijo
Rubens Russomanno Ricciardi – Trauert, oh Venus und Cupido (2019)
Ária da ópera Die Witwe von Ephesos (viúva de Éfeso)
Solista Joahnnes Grau
Rodrigo Cicchelli – A Aurora de Róseos Dedos
Felipe Clark Portinho – (Lipe Portinho – 2017)
Concertino Brasileiro para Contrabaixo & Orquestra de Cordas
Solista – João Rafael Souza
Edino Krieger – Fantasia Concertante para Piano e Orquestra (2016)
Solista – Marina Spoladore
Terça-feira, 12 de novembro, 20h, Sala Cecília Meireles
Rua da Lapa 47 – Centro, Rio de Janeiro
Música de Câmara
Ricardo Tacuchian – Cerâmica (2017)
Solista – Miriam Grosman
Eli-Eri Moura – Passionis de Flamma para Soprano e Piano (2017)
Soprano – Gabriella Pace; piano – Katia Balloussier
Paulo C. Chagas – Pomona, Über-reif para Violoncelo e Piano (2018)
Violoncelo – Lars Hoefs; piano – Lucia Barrenechea
Paulo Costa Lima – Look at the Sky, Op. 56, para clarineta e piano (2016)
Clarinete – Igor Carvalho; piano – Katia Balloussier
Carlos dos Santos – Dois momentos para Violino, Clarinete e Piano (2018)
Violino – Nikolay Sapoundjiev; Clarinete – Thiago Tavares; piano – Silas Barbosa
Mario Ferraro – Trevo para trompete, violino e piano (2016)
Violino – Taís Soares; Trompete – Nailson Simões; piano – José Wellington
Sérgio Rodrigo – Ho/ketu/s para violoncelo e pianoforte (2016)
Violoncelo – Elise Pittenger; piano – Luiz Carvalho
Liduino Pitombeira – Seresta nº.20, Opus 243, para saxofone alto e piano (2019)
Saxofone – Jonatas Weima; Piano – Maria Di Cavalcanti
Wellington Gomes – Serenata Conflitante para o Luar de Catulo e João (2019)
Ensamble CEPROMUSIC – México
Flauta – Diego Morábito; clarinete – Diego Cajas; piano – Gonzalo Gutiérrez; violino – Leonardo Chávez; viola – Alena Stryuchkova; violoncelo – Diego Gutiérrez; contrabaixo – Juan José García; percussão – Juan Gabriel Hernández.
Caio Facó – Sopros do Estuário (2017)
Ensamble CEPROMUSIC – México
Flauta – Diego Morábito; clarinete – Diego Cajas; violino – Carlos Lot; violoncelo – Roxana Mendoza; piano – Gonzalo Gutiérrez
Ivan Eiji Simurra – Racian Miran Reus (2019)
Abstrai ensemble – Pedro Bittencourt (fundador e diretor artístico)
Flauta – Pauxy Gentil-Nunes; Clarinete – Batista Jr; Saxofone – Paulo Vinícius Félix; piano – Marina Spoladore; violino – Mariana Salles; viola – Luis Audi; violoncelo – Pablo de Sá; Contrabaixo – Rodrigo Favaro.
Regente Leonardo Labrada
Martin Herraiz – Verfall de Vernunft (2019)
Abstrai ensemble – Pedro Bittencourt (fundador e diretor artístico)
Soprano – Doriana Mendes; flauta – Pauxy Gentil-Nunes; clarinete – Batista Jr; piano – Marina Spoladore; violino – Mariana Salles; viola – Luis Audi; violoncelo – Pablo de Sá. Regente – Leonardo Labrada
Quarta-feira, 13 de novembro, 20h, Sala Cecília Meireles
Rua da Lapa 47 – Centro, Rio de Janeiro
Música eletroacústica/mista
Jocy de Oliveira – Memória Para Quatro Vozes Femininas e Delays (2000)
Vozes – Gabriela Geluda, Doriana Mendes, Cintia Graton, Claudia Helena Alvarenga
Difusão e processamento em tempo real – Marcelo Carneiro
João Pedro Oliveira – N’vi’ah (2019)
Difusão: Guilherme Bertissolo
Almeida-Ribeiro – Unruhe (2018)
Percussão – Ronni Kot Wanzel e Rodrigo Foti
Difusão – Marcelo Carneiro
Marcelo Carneiro – Litosfera, Obra Eletroacústica Acusmática (2019)
Luciano Leite Barbosa – Vanishing Point (2017)
Laura Rónai – Traverso
Difusão – Marcelo Carneiro
Indioney Rodrigues – Flegetonte (2017)
Cron Ensemble
Flauta – Lincoln Sena; Clarineta – Marcos dos Passos; Viola – Rúbia Siqueira; Percussão – Pedro Moita
Eloy Fritsch – TSP Multipalco (2018)
Difusão: Guilherme Bertissolo
César Traldi e Daniel Barreiro – Rastros#1 (2018)
Vibrafone e sons eletroacústicos
Tatiana Catanzaro – Palimpseste (2018)
Difusão: Marcelo Carneiro
Gustavo Bonin – Famigerado (2015)
Cron Ensemble
Flauta e Flautim – Lincoln Sena; Clarineta e Clarone – Marcos dos Passos; Vibrafone – Pedro Moita; Violão – Marco Lima
Guilherme Bertissolo – Cabelo (Fricotando) 2015
Abstrai ensemble – Pedro Bittencourt (fundador e diretor artístico)
Soprano – Doriana Mendes; flauta – Pauxy Gentil-Nunes; clarinete – Batista Jr; bandolim – Paulo Sá; violão -Fábio Adour; violoncelo – Pablo de Sá; percussão – Pedro Moita. Regente Leonardo Labrada
Tim Rescala – Dodecafunk (2015)
Soprano – Doriana Mendes; sampler e MC – Tim Rescala; piano – Maria Teresa Madeira; flauta – Sofia Ceccato; fagote – Simon Béchemin
Quinta-feira, 14 de novembro, 19h, Teatro Dulcina
R. Alcindo Guanabara, 17 – Centro, Rio de Janeiro
Música de câmara
Alfredo Barros – Vanescens para Vibrafone (2014, revisado 2019)
Solista – Leonardo Labrada
Sergio Kafejian – Circulares VII (2019)
Oboé, Contrabaixo e Percussão Múltipla
Oboé – Jorge Postel; contrabaixo – Claudio Alves; Percussão múltipla – Ronni Kot
Amaro Borges – Solofonia V para Voz (2019)
Solista – Gabriela Geluda
Francisco Silva – E Agora? (2019)
Clarinete – César Bonan; flauta – Rômulo Barbosa
Mauricio Dottori – Taleré Phoné (2015)
Abstrai ensemble – Pedro Bittencourt (fundador e diretor artístico)
Saxofone – Paulo Vinícius Félix; vibrafone e percussão – Leonardo Labrada
Marcílio Onofre – Quarteto de Cordas nº 3 – Oscura Noche del Alma (2017–2019)
Quarteto Kalimera
1º violino – Luísa de Castro; 2º violino – Tomaz Soares; viola – Jessé Máximo Pereira; violoncelo – Daniel Silva
Acesse aqui o programa completo da Bienal, com as sinopses de cada obra
XXIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea
De 10 a 14 de novembro de 2019
Niterói (RJ)
Centro de Artes da UFF – R. Miguel de Frias, 9 – Icaraí, Niterói. Tel.: (21) 3674-7515
Rio de Janeiro (RJ)
Sala Cecília Meireles – Rua da Lapa, 47 – Centro. Tel.: (21) 2332 9223
Teatro Dulcina – R. Alcindo Guanabara, 17 – Centro. Tel.: (21) 2240 4879 – espaço da Funarte
Ingressos: R$ 10. Meia-entrada: R$ 5
Classificação indicativa: livre
Ingressos nas bilheterias ou, somente para a Sala Cecília Meireles, também no site www.ingresso.com
Abertura – 10 de novembro de 2019, às10h30 – Centro de Artes da UFF
Redes sociais
Facebook: https://www.facebook.com/bienaldemusicabrasileiracontemporanea/
Instagram: @bienaldemusicacontemporanea
Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Governo Federal
Parceria
Universidade Federal Fluminense (UFF) – Centro de Artes – UFF
Produção – Centro de Artes – UFF
Apoio
Secretaria de Cultura e Economia Criativa – Governo do Estado do Rio de Janeiro
Sala Cecília Meireles
Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (OSUFRJ)
Mais informações
Funarte – Centro da Música – Coordenação de Música de Concerto: musicadeconcerto.funarte@gmail.com