A Fundação Nacional de Artes – Funarte apresentou a regentes corais de diversas instituições públicas e privadas nessa terça-feira, 11, as bases do Programa Nacional de Capacitação, Aperfeiçoamento e Apoio a Regentes Corais 2020, que está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizado no Rio de Janeiro, o encontro contou com a presença do presidente da Funarte, Dante Mantovani; do diretor-executivo, Leônidas Oliveira; do diretor do Centro da Música (Cemus), Bernardo Guerra; da coordenadora de Música Clássica, Maria Luiza Nobre; e dos professores da UFRJ Marcelo Jardim e Maria José Chevitarese.
Com um investimento de R$ 1,230 milhão, o programa terá como objetivos mapear os coros e regentes do Brasil, criando uma base de dados; promover políticas públicas de apoio, aperfeiçoamento e fomento à atividade coral; desenvolver e produzir material didático de apoio aos regentes corais; realizar cursos/oficinas de capacitação, concertos e encontros nacional de regentes corais visando ao aprimoramento do canto coral; e incentivar a composição de obras corais de diferentes níveis de dificuldade. A ação contará com curadoria e assessoria técnica da Escola de Música da UFRJ, gestão administrativa e financeira da Fundação José Bonifácio e supervisão da Funarte.
“Um novo olhar”
O maestro Marcelo Jardim, vice-diretor da Escola de Música da UFRJ, contou que a parceria com a Funarte nasceu a partir do projeto “Um novo olhar”, que visava levar aulas de música a crianças com Síndrome de Down. “O presidente Dante ficou muito empolgado com a ideia de fazer a criançada cantar”, contou, afirmando que, com os recursos da Funarte, foi possível ampliar o projeto.
Para o maestro Dante Mantovani, “não dá para separar cultura de educação”, por isso a ideia de reinserir o canto coral nas escolas públicas. “Conseguimos ampliar os recursos para R$ 2,7 milhões, somando as ações de artes visuais e canto coral nas escolas”, afirmou. De acordo com ele, o mapeamento das informações de coros no Brasil incluído no Programa ajudará na tomada de decisões e nas estratégias de políticas públicas. Marcelo Jardim acrescentou que a Universidade poderá ajudar nesse levantamento, que pode ser feito com outras áreas, como a de Matemática e de Estatística.
O diretor-executivo da Funarte, Leônidas Oliveira, ressaltou a importância da parceria com a UFRJ e desse encontro “em prol de novos olhares e entendimentos sobre o fazer artístico de forma a expandir, sobretudo para a música, essa arte necessária que movimenta o mercado de economia criativa”. Ele acrescentou: “temos projetos para várias áreas e 16 metas estruturantes em nosso Planejamento Estratégico, em execução desde janeiro de 2020”. O Leônidas encerrou convidando os presentes a conhecer os projetos de todas as áreas-fim da instituição. Mantovani se despediu colocando os equipamentos da Funarte à disposição dos regentes para apresentação com seus corais, por cessão de espaço ou editais.
Programa
Ao apresentar as bases do programa, a professora Maria José Chevitarese fez antes um panorama dos projetos da Funarte para a área desde os anos 1979 até 2016. Ela reiterou a necessidade de mapear os coros e regentes em todo o país e do ensino a distância a fim de ampliar o alcance dos cursos e oficinas oferecidos pela Fundação, até então ofertados somente presencialmente.
Entre as ações propostas para o novo programa estão: oferecer cursos e oficinas na modalidade de ensino a distância (EAD), com aulas gratuitas, a partir de aplicativos e/ou Portal Funarte; desenvolver políticas públicas para o canto coral no Brasil a partir de um encontro nacional de regentes corais, criar um curso intensivo de aperfeiçoamento de regentes corais Funarte/UFRJ por meio de edital. E, ainda, fazer o levantamento dos regentes corais em atuação no Brasil e produzir material didático e partituras de obras corais de diferentes níveis de dificuldade.
Algumas das ideias apresentadas pelos convidados durante o encontro foram: criação de uma federação brasileira de coros e encontro nacional de coros; publicação de partituras no Portal Funarte, como já houve; concursos de coros por faixa etária e premiações para autores de novas partituras; criação de uma plataforma colaborativa de inserção de partituras.