O fotógrafo e repórter fotográfico Flávio Damm, consagrado por ter sido o primeiro a registrar o ex-presidente Getúlio Vargas em seu autoexílio após o fim do Estado Novo, morreu na manhã do último sábado, dia 19, aos 92 anos, no Rio. Ele deixa um filho, o artista Cândido Damm, e dois netos.
A foto de Vargas feita em sua estância, em São Borja, Rio Grande do Sul, garantiu ao fotógrafo uma vaga na revista O Cruzeiro, onde trabalhou por 15 anos, tornando-se um dos principais fotojornalistas de sua geração. Foi ele também quem cobriu a coroação da Rainha Elizabeth II, na Inglaterra, pela mesma revista.
Natural de Porto Alegre, começou sua carreira em sua cidade natal como auxiliar de laboratório do fotógrafo alemão Ed Keffel. Participou de 12 exposições no Brasil e no exterior. Entre individuais e coletivas, está a mostra comemorativa dos seus 50 anos de fotojornalismo, realizada em 1998, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB), e a coletiva “As origens do fotojornalismo no Brasil: um olhar sobre o Cruzeiro (1940-1960)”, no Instituto Moreira Salles. Ao lado de José Medeiros, fundou a Agência Image de fotografias, uma das primeiras do Brasil, em 1962. Publicou seis livros: Brasil Futebol Rei, 1965; Bahia Boa Terra Bahia, 1967; Ilustrações do Rio, 1970; Um Cândido Pintor Portinari, 1971; Pernambuco Sim, 1974 e Fotografias de Flávio Damm, 1990.
As imagens de Flávio, sempre em preto e branco, sem cortes e feitas com uma máquina Leica, ilustraram livros de escritores como Gilberto Freyre e Jorge Amado.
A Funarte lamenta a perda desse talento brasileiro da arte da fotografia e da reportagem fotográfica.
*Com informações do site Itaú Cultural