A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte do cantor e compositor Genival Lacerda, aos 89 anos. Ícone do forró, gravou dezenas de discos, tendo entre os principais sucessos as músicas Severina Xique Xique e Radinho de Pilha. Foi internado em novembro de 2020 para se tratar de pneumonia decorrente da covid 19, da qual viria a falecer em 7 de janeiro de 2021.
Nascido em 5 de abril de 1931 em Campina Grande (PB), Genival ficou marcado pelo “estilo satírico e picante” de suas músicas, conforme destaca o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Entre a extensa discografia, em 1975, gravou Severina xique-xique no LP Aqui tem catimberê. Composta por Genival e João Gonçalves, a música rendeu a venda de 800 mil cópias. Em 1985, lançou pela RCA o LP Caldinho de mocotó. Em 1987, gravou também com grande sucesso o LP A fubica dela, pela RCA, com arranjos e regência de Sivuca e participação dos músicos Sivuca e Dominguinhos, no acordeão, e Coroné, do Trio Nordestino, na zabumba. Outro hit foi Radinho de pilha, de Namd e Graça Góis, posteriormente regravado pelo conjunto de rock Camisa de Vênus.
Em 2000, o músico lançou o CD Genival Lacerda ao vivo, em comemoração aos 50 anos de carreira, com as participações especiais de Dominguinhos, Osvaldinho do Acordeon e Durval Pereira. Em 2004, foi homenageado no IV Fórum de Forró de Aracaju, no Teatro Atheneu. Ainda segundo registra o Cravo Albin no verbete dedicado ao artista, Genival fez uma turnê em 2008 em municípios de destaque na história do forró nordestino, como Caruaru e João Pessoa. A turnê deu origem ao documentário É tudo verdade – O Rei da Munganga, com produção, roteiro e direção de Carolina Paiva e participação da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado da Paraíba. O filme foi dedicado à memória de Marinez, sua ex-esposa.
Em 2010, gravou, de forma independente, o CD 60 anos de forró e alegria, com sucessos antigos e novas gravações, tais como O Chevette da Menina, de Durval Vieira e Macambira, com a participação de Ivete Sangalo; Calango do Fuá, de Téo Azevedo e Genival Lacerda, com a participação de Zeca Pagodinho; Para Papagaio, de Antônio Barros, com a participação de Chico César; e Currupio, composta com Zé Marcolino, gravada com a participação de Dominguinhos.
Em 2016, foi uma das atrações principais do maior palco da festa de São João de Campina Grande, na Paraíba, conhecida como “O maior São João do mundo”. Em 2019, aos 88 anos, apresentou-se no Viradão Cultural da cidade de São Paulo.
Em maio de 2020, sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e foi internado. Teve alta três dias depois, sob medicação e observação em casa.