Paulo Afonso Miessa, mais conhecido como Paulo Goulart, nasceu no dia 9 de janeiro de 1933, na cidade de Ribeirão Preto (SP), e nos deixou no dia 13 de março de 2014, vítima de um câncer. Caso estivesse vivo, o ator, dramaturgo e produtor cultural completaria 88 anos no próximo sábado (9). Diversas homenagens estão sendo realizadas em sua memória. Familiares, amigos, fãs, e artistas relembram encontros, trabalhos e conselhos de Goulart ao longo de sua trajetória.
Considerado um dos artistas mais queridos e talentosos do Brasil, Paulo Goulart iniciou sua carreira numa emissora de rádio fundada pelo pai, na cidade de Olímpia (SP), e teve sua primeira experiência no teatro ao interpretar uma pequena bailarina de uma peça infantil, com apenas oito anos de idade. Mas foi ao lado de sua esposa, a também atriz Nicette Bruno (1933-2020), que Paulo Goulart marcou sua representatividade na cena cultural brasileira. Atuando no rádio, no teatro, no cinema e também na televisão, o casal formou uma família de artistas talentosos. Os atores Beth Goulart, Paulo Goulart Filho e Bárbara Bruno seguiram os passos dos pais e pretendem perpetuar o legado cultural da família.
Com uma extensa carreira no teatro, cinema e televisão, Paulo Goulart fez sua primeira novela – ‘Helena’, de Manoel Carlos – em 1952, na TV Paulista. Nesse mesmo ano, estreou no teatro, com a peça ‘Senhorita Minha Mãe’. Foi nessa época que conheceu sua esposa e companheira de cena em diversos trabalhos, com quem viveu por quase 60 anos. Em 1967, Goulart e Nicette formaram, ao lado de Antônio Abujamra, o Teatro Livre, encenando inúmeras peças e assumindo, por 20 anos, a administração do Teatro Paiol, no Centro de São Paulo. Paulo Goulart participou de mais de 60 peças de teatro.
Em 1974, recebeu os prêmios Móliere e APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) pela atuação em ‘Orquestra de Senhoritas’, de Jean Anouilh. Na televisão, teve papéis marcantes em novelas, como ‘Uma Rosa com Amor’ (1972); ‘Plumas e Paetês (1980) e ‘Mulheres de Areia’ (1993). Estreou, na década de 1950, o primeiro filme colorido brasileiro – ‘Destino em Apuros’, ao lado de Paulo Autran, Ítalo Rossi, Inezita Barroso e Sergio Britto. Participou também de filmes ligados à religião espírita como ‘Chico Xavier, o Filme’ e ‘Nosso Lar’.
O Teatro Glauce Rocha, espaço cultural da Funarte, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), já teve a honra de receber, em seu palco, os atores Paulo Goulart e Nicette Bruno, em 1962. O casal de atores estrelava o espetáculo Zefa entre os homens, montagem baseada na obra de Henrique Pongetti, com a direção de Ziembinsk. Na época da encenação da peça, o espaço era chamado Teatro Nacional de Comédia, atualmente, Teatro Glauce Rocha. Saiba mais sobre o espetáculo aqui.