A peça Agro Negócio, de autoria do dramaturgo, poeta e ficcionista Marco Aurélio Pinotti Catalão, é a vencedora da quarta edição do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva (2010), concedido pela Funarte em parceria com o Instituto Camões, a Direcção Geral das Artes (Ministério da Cultura) e o Teatro Nacional D. Maria II, de Portugal. Além de receber um prêmio de 15 mil euros, o autor terá seu texto editado em livro no Brasil e em Portugal. Já o português Tiago Manuel Ribeiro Patrício recebeu Menção Honrosa pelo texto Checoslováquia.
Paulista de Campinas, Marco Catalão também é autor de Sob a face neutra, contemplado pela Bolsa Funarte de Criação Literária, e de outras obras, entre elas: Antes de amanhã; O Cânone Acidental; A arte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho; Os mais belos mitos gregos; Os mais belos mitos indígenas brasileiros. Desde 2008, vem conquistando importantes premiações. Em 2009, foi o primeiro colocado no III Concurso Literatura Para Todos, do Ministério da Educação, com o texto No cravo e na ferradura, e, no ano anterior, ficou em primeiro lugar no 18º Concurso Nacional de Contos Luiz Vilela, com o texto Kenji.
Marco Catalão não se considera um “homem de teatro”: não faz parte de nenhuma companhia nem conhece muitos atores ou diretores. Escreveu a peça no início de 2009 e a deixou guardada à espera de uma oportunidade, que ele viu surgir neste ano com o Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia. “Prêmios como esse são um grande estímulo para os escritores, não apenas por permitirem que dediquemos mais tempo à criação artística, mas também pelo reconhecimento de nossos esforços”, afirma.
Agro Negócio trata de uma investigação policial sobre a morte de um grande industrial, dono de uma usina de cana-de-açúcar. “Um detetive é chamado para resolver um caso inusitado. A cabeça do industrial continua a falar mesmo depois de ter sido arrancada do corpo e talvez isso ajude a elucidar o mistério. Mas o fato é que outros mistérios vão surgindo ao longo da investigação, e o crime, afinal, talvez seja apenas um detalhe”, conta o autor.
Nessa segunda fase da quarta edição do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia, a comissão julgadora, formada por três especialistas de cada um dos países, elegeu o vencedor por meio da análise de sete textos finalistas – três portugueses e quatro brasileiros – em videoconferência realizada no dia 9 de dezembro último. Concorreram à premiação textos teatrais inéditos, de todos os gêneros e para todos os públicos, criados por dramaturgos brasileiros ou portugueses. Ao todo, foram recebidas 255 inscrições, sendo 226 somente do Brasil.
O Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva visa incentivar a escrita dramática em todos os seus gêneros, estimular o surgimento de novos escritores de língua portuguesa e reforçar a cooperação entre Brasil e Portugal. No Brasil, o júri foi composto, nessa segunda fase, por Antonio Gilberto, diretor e produtor teatral, Irene Brietzke, professora, diretora e atriz, e Roberto Alvim, dramaturgo, diretor e professor de artes cênicas. Em 2009, o texto vencedor foi Jardim Suspenso, do português Abel Neves.