Com espetáculos, performances, diálogos com convidados e oficinas, o ciclo de atividades artísticas e de formação “Teatro Visual: o que ainda não tínhamos visto” ocupa o Teatro Funarte Plínio Marcos (Brasília), de 19 de janeiro a 18 de março. Todas as atividades têm entrada franca ou preços populares. São oferecidas três oficinas gratuitas. O eixo principal do trabalho é a obra de Samuel Beckett (Irlanda, 1906-1989).
Convidados atuantes em variadas formas de arte participam da programação. Os palestrantes buscam investigar o papel da corrente chamada de “teatro visual” como uma das precursoras da cena contemporânea. Uma das propostas do ciclo é debater as transformações rápidas e contundentes que a linguagem teatral sofreu ao longo do século XX, seus questionamentos, formas de resistência e múltiplas expressões. As bases filosóficas e artísticas do teatro visual são os temas centrais dos diálogos. Entre os convidados estão Antônio Araújo, professor da USP e fundador e diretor do grupo de pesquisa Teatro da Vertigem; a atriz Vera Holtz; Lílian Amaral, pesquisadora audiovisual, autora e professora, e Marília Panitz, docente da UnB, crítica e curadora de artes visuais.
“No teatro visual, o texto dramático não domina a cena, mas se conjuga a movimentos e expressões corporais, que ganharam importância, juntamente com outros elementos da cena, como figurinos, cenários, objetos, efeitos sonoros e iluminação. Essa mesclagem modifica os sentidos da apresentação”, explica Fernando Guimarães, um dos diretores núcleo artístico e de pesquisa Resta Pouco a Dizer (DF), que realiza o ciclo. Fernando acrescenta que, segundo o estudioso Hans-Thies Lehmann, o teatro visual foi a origem do conceito de pluralidade no teatro contemporâneo, denominado “teatro pós-dramático”, ou “teatro performativo”.
“Teatro Visual: o que ainda não tínhamos visto” inclui uma adaptação livre, para teatro de marionetes, da famosa obra de Beckett “Esperando Godot”. A paródia, da companhia Pigmalião Escultura que Mexe, de Belo Horizonte, chama-se “Bira e Bedé”. A peça transfere a obra-prima beckettiana para o universo dos fantoches, numa versão lúdica. O grupo vai ainda ministrar um a oficina sobre teatro de bonecos e conduzir o diálogo “A Visualidade no Teatro de Marionetes”. O espetáculo “Balanço”, também do dramaturgo irlandês, com atuação de Vera Holtz, abriu a programação, no dia 28 de janeiro, seguida de palestra com o Prof. Fábio de Souza Andrade (USP-SP), tradutor de Beckett no Brasil. A Funarte Brasília informou que o Teatro Plínio Marcos tem lotado desde o começo da ocupação.
Teatro Visual: o que ainda não tínhamos visto
De 19 de janeiro a 18 de março
Brasília (DF)
Realização: núcleo artístico e de pesquisa Resta Pouco a Dizer
Concepção e direção: Adriano e Fernando Guimarães
Contemplado com o Edital de Ocupação do Teatro Funarte Plínio Marcos 2010
Co-patrocínio: Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília
Lotação: 223 lugares
Veja aqui a programação completa
Mais informações: www.teatrovisualocupacaofunarte.wordpress.com
E-mails: teatrovisual@gmail.com e fj.guimaraes@uol.com.br
Teatro Funarte Plínio Marcos
Endereço: Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural – Lote II (entre a Torre de TV e o Clube do Choro)
Brasília (DF)
E-mail: cênicasbsb@funarte.gov.br
Telefone: (61) 3322-2053