Funarte relembra o arquiteto Lúcio Costa

Oscar Niemeyer - esqu. e Lucio Costa, em 1957, durante a obra de Brasília. Foto CC Jean Pierre Dalbéra - Pavilhão do Brasil da Bienal de Arquitetura 2014. Flickr

Considerado um dos maiores arquitetos do Brasil, Lucio Costa nasceu no dia 27 de fevereiro de 1902. Famoso por ter sido o responsável pelo traçado do Plano Piloto de Brasília, é figura-chave na implantação e consolidação da arquitetura moderna no país.. Integrou, também, a equipe que projetou o Edifício Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro. O Palácio foi o antigo Ministério da Educação e Saúde e, posteriormente, abrigou a sede da Fundação Nacional de Artes – Funarte e instalações do antigo Ministério da Cultura e de outras de suas vinculadas. Por toda a contribuição do arquiteto ao cenário nacional, a Funarte celebra, neste sábado, o aniversário dele.

Pequena biografia

Lucio Marçal Ferreira Ribeiro de Lima e Costa nasceu na cidade de Toulon, França. Filho de almirante, passou grande parte de sua infância viajando, em função do trabalho do pai. Estudou no Royal Grammar School (Escola Real de Gramática), em Newcastle, Inglaterra; e no Collège National (Colégio Nacional), em Montreal, Suíça. Em 1917, ingressou na antiga Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) – atual Escola de Belas Artes (EBA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na Capital Fluminense, onde concluiu o curso de arquitetura e pintura. Trabalhou como assessor de obras do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) e, depois, foi nomeado a diretor da ENBA.

Também ocupou o cargo de diretor da Casa Modernista, de Gregori Warchavchik (1896-1972). Lá, realizou uma importante guinada no ensino dessa escola, demitindo antigos professores e contratando outros, de linha direcionada ao estilo moderno. Ainda no local, organizou o Salão Revolucionário de 1931, que teve a participação de artistas como Guignard (1986-1962), Candido Portinari (1903-1962), Di Cavalcanti (1897-1976), Anita Malfatti (1889-1964) e Tarsila do Amaral (1886-1973), ação que fortaleceu a tendência iniciada com o movimento modernista, marcado pela Semana de 1922.

Em 1935 foi convidado pelo Ministro Gustavo Capanema para elaborar o projeto da nova sede do então Ministério da Educação e Saúde. Nessa obra, trabalhou em conjunto com vários arquitetos, entre eles, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão e Oscar Niemeyer, sob a coordenação de Le Corbusier. Em 1937, Costa foi nomeado diretor da Divisão de Estudos e Tombamentos, do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), depois transformado em Instituto, o Iphan.

Realizou o Projeto de seis edifícios residenciais para a urbanização do Parque Guinle, no bairro de Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro, entre outros projetos importantes.

O Projeto de Brasília

Em 1957, Lúcio Costa venceu o concurso nacional para realizar o projeto do Plano Piloto de Brasília. Concebeu a nova Capital Federal com base em dois eixos, que se cruzam em ângulo reto – o eixo rodoviário-residencial e o eixo monumental –, gravando no terreno uma cruz. Por isso, Brasília é considerada Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Depois dessa grande exposição de seu nome, Lúcio Costa manteve-se reservado e distante da cena principal da arquitetura brasileira. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de junho de 1998. Possui o título de professor “honoris causa” da Universidade de Harvard, em Cambridge (Massachussets – EUA).

Com informações do Centro de Artes Visuais da Funarte, da Enciclopédia Itaú Cultural e do site Ebiografia