Funarte relembra Antônio Maria

Capa do LP "Antônio Maria - A noite é grande" (1989). Imagem: Reprodução/ Funarte/Centro de Documentação e Informação (Cedoc)/Acervo Antônio Maria

Se estivesse vivo, o poeta, cronista, comentarista esportivo e compositor Antônio Maria teria completado cem anos, no dia 17 de março de 2021. Conhecido como “O Rei do Samba-Canção”, o artista faleceu em 1964, aos 43 anos, vítima de infarto. A Fundação Nacional de Artes – Funarte hoje homenageia Antônio Maria, relembrando um livro e um disco publicados pela instituição.

Em 1989, por ocasião dos 25 anos da morte do músico e escritor, a Funarte lançou o disco Antônio Maria – A Noite é Grande, com participação de Nora Ney, Luiz Bandeira e Dalva Torres. Incluído no Projeto Almirante e com produção artística de Hermínio Bello de Carvalho, o LP tem canções como Quando a noite me entende, em parceria com Vinícius de Moraes, e Manhã de Carnaval, composto com Luiz Bonfá.

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Capa do livro “Pernoite”. Imagem: Reprodução/Funarte/Centro de Documentação e Informação (Cedoc)

Também em 89, a Funarte publicou o livro Pernoite, coletânea de crônicas de Antônio Maria. A obra, integrante do Projeto Lúcio Rangel, traz publicações da antiga revista Manchete, selecionadas por Sônia Mota e Leonardo Castilho. O prefácio apresenta o texto Oração para Antônio Maria, pecador e mártir, escrito por Vinícius de Moraes, em 1968. “Mais um dia, mais uma morte. Muitas mortes morremos nós, meu Maria, antes que a sua acontecesse para deixar-me mais só vivendo as minhas”, diz o “Poetinha”.

Breve biografia

Antônio Maria Araújo de Morais nasceu em Recife (PE). Iniciou a carreira aos 17 anos, como apresentador de programas musicais na Rádio Clube Pernambuco. Em 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se tornou locutor esportivo da Rádio Ipanema. Porém, voltou para o Recife, em poucos meses. Foi somente em 1947, em sua segunda mudança para o Rio, que Antônio Maria se estabeleceu na cidade como diretor artístico na Rádio Tupi. Em 1951, foi convidado por Assis Chateaubriand para ser diretor de produção da TV Tupi, inaugurada no mesmo ano.

A partir de então, passou a dedicar-se às crônicas jornalísticas, consideradas suas principais obras literárias. Assinou colunas em veículos impressos como O Jornal e Última Hora, em que escrevia matérias policiais. Ainda na TV Tupi, Antônio Maria era frequentemente convidado para o programa Preto no Branco, de Oswaldo Sargentelli. Já em 1952, foi contratado pela rádio Mayrink Veiga, onde produziu humorísticos. Em 1957, em parceria com Ary Barroso, passou a apresentar Rio, eu gosto de você, da TV Rio. Antônio Maria apresentava-se, ainda, em casas noturnas famosas, onde encenava o espetáculo de revista A mulher é o Diabo – também de Ary.

Além de atuar no rádio, na televisão e no teatro, Maria consagrou-se como compositor de samba-canção, frevo, marcha e outros ritmos. Entre suas músicas mais conhecidas estão Menino Grande e Ninguém me ama. No total, 62 composições dele foram gravadas, por intérpretes como Nora Ney, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Lúcio Alves e o norte-americano Nat King Cole.

Com informações da Coordenação de Difusão e Pesquisa e do Centro de Documentação e Informação

Centro de Programas Integrados
Funarte

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