A Fundação Nacional de Artes – Funarte, por meio de seu Centro da Música, presta aqui homenagem ao compositor, maestro, crítico e produtor musical Edino Krieger, pelos seus 93 anos, completados nesta quarta-feira, 17 de março. O artista, que já foi presidente da Funarte, em 1989, comemora o aniversário nesta mesma data, às 19h, num concerto on-line do Trio Aquarius. O evento, que marca, ainda, o lançamento de um livro e de um CD – com produção musical de Tim Rescala –, será transmitido ao vivo pelo site da Academia Brasileira de Música (ABM). O homenageado ocupa a cadeira 34 dessa instituição.
O seu livro Textos e Contextos, publicado pela Academia, reúne as críticas e crônicas de Krieger, produzidas de 1950 a 2016. Elas retratam a vida musical carioca, o Brasil da época e personagens importantes da música brasileira e do exterior. Já o CD “Entre Amigos” agrega obras do compositor, interpretadas pelo Trio Aquarius e pelo Duo Santoro. O trabalho é o registro de obras camerísticas para violino solo, duo de violoncelos e trios (piano, violino e violoncelo). Entre as peças está a primeira composição do autor, Sonata para violino solo, opus 1, (1944) – escrita quando o ele tinha 16 anos de idade – e Cadência para dois violoncelos, que estreou XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea da Funarte (2017).
Trabalhos na Funarte e em outras instituições
Considerado por muitos como um dos maiores compositores do Brasil, o maestro esteve também à frente do Instituto Nacional de Música da Funarte, do Museu da Imagem e do Som, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Sala Cecília Meireles, e da Academia Brasileira de Música – instituições localizadas na Capital Fluminense. Na Funarte, criou e geriu iniciativas como o Projeto Memória Musical Brasileira e a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, evento do gênero com maior continuidade no país, realizado sem interrupção desde 1975 – durante muitos anos comandado pelo saudoso servidor da Fundação, o musicólogo Flávio Silva (“in memoriam”).
Sobre Edino Krieger
Nascido em Brusque, Santa Catarina, em 1928, filho do maestro Aldo Krieger, Edino mudou-se, aos 15 anos de idade, para o Rio de Janeiro, para prosseguir seus estudos no Conservatório Brasileiro de Música (CBM). Lá foi aluno de H. J. Koellreutter. Em 1948 foi concursado para estudar com Aaron Copland, no Berkshire Music Center (Massachussets – NE – EUA, onde também assistiu a aulas de Darius Milhaud. Estudou ainda composição na Juilliard School of Music (Nova Iorque, NY – EUA), com Peter Mennin; e violino, na Henry Street Settlement School of Music (na mesma cidade), com William Nowinsky. Representou a Juilliard no Simpósio de Compositores dos Estados Unidos e Canadá realizado em Boston. Ainda em Nova Iorque, atuou como violinista na Mozart Orchestra.
Em 1950, Krieger começou como produtor na Rádio MEC, onde foi também diretor musical. Organizou a Orquestra Sinfônica Nacional. Dirigiu a divisão de música clássica da Rádio Jornal do Brasil. Foi crítico no Jornal do Brasil e da Tribuna da Imprensa. Recebeu diversas honrarias, como o Prêmio Internacional da Paz (1955, Polônia), Prêmio Shell de Música (1987) e a Medalha de Mérito Anita Garibaldi (Governo do Estado de Santa Catarina – 1986). Recebeu ainda a Medalha de Mérito Pedro Ernesto (1998), da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (RJ), e Ordem do Mérito Cultural (OMC), no ano 2000, do então Ministério da Cultura. Foi presidente da ABM por três mandatos consecutivos.
As partituras do compositor são interpretadas por orquestras de várias localidades do exterior, na Inglaterra, Alemanha, França, Bélgica, EUA e Argentina; e do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife, Bahia, Belo Horizonte, entre outras. Esse repertório inclui peças para orquestra sinfônica e de câmara e para coro e para vozes e solos; além de oratórios e obras para teatro e cinema. Entre os anos 1960 e 1970, músicas suas integraram trilhas de filmes como Bruma Seca (1961) e Meu pé de laranja lima (1970).
O livro
Textos e Contextos traz escritos publicados em veículos de mídia impressa como o Jornal do Brasil e a Tribuna da Imprensa, publicados entre 1950 e 2016. O maestro também inseriu na obra textos criados para programas radiofônicos da Rádio Ministério da Educação (MEC) e para emissoras da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), além de alguns, mais recentes, postados no site do autor.
Os músicos nas homenagens
O tributo a Edino Krieger nesta quarta-feira (17/3), às 19h, conta com o Trio Aquarius (Ricardo Amado/violino, Ricardo Santoro/violoncelo, Flávio Augusto/piano). O CD conta com esse conjunto e também com o Duo Santoro (Paulo e Ricardo Santoro/violoncelos).
Documentário sobre a Bienal de Música da Funarte
A Fundação Nacional de Artes produziu um documentário que conta a história da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no qual entrevista Edino Krieger, entre outros nomes da música. O trabalho foi realizado por meio da Coordenação de Difusão e Pesquisa do Cepin – Funarte. Acesse matéria a respeito e o vídeo aqui, no Portal da Fundação.
Acesse aqui, no site da Academia Brasileira de Música, uma pequena biografia de Edino Krieger
Edino Krieger – comemoração de aniversário de 93 anos
Concerto do Trio Aquarius
Lançamento do livro “Textos e Contextos” e do CD “Entre Amigos”
Repertório do CD
Sonata para violino solo, opus 1; Quatro Estudos Intervalares (dedicada ao pianista Flávio Augusto); Sonatina; Nina; “Choro Manhoso; Trio Tocata (dedicada ao Trio Aquarius; e Cadência para dois violoncelos (dedicada ao Duo Santoro).
Transmissão on-line ao vivo
17 de março, quarta-feira, às 19h
Assista aqui
Local: Sala Cecília Meireles
Assista aqui à execução de “Choro manhoso”, de Edino Krieger (site da Academia Brasileira de Música)
Com informações do Portal da Funarte e do site: https://wscom.com.br