Pessoas e coisas retratadas com traços simples. Figuras apenas insinuadas e combinações de cores puras, usadas sem compromisso com a realidade. Essas são as principais características do movimento artístico que ficou conhecido como fauvismo.
O nome foi inicialmente atribuído a um grupo de jovens pintores que participaram do Salão de Outono, em Paris, França, em 1905. Ao se deparar com telas ousadas, compostas por cores intensas, alguns críticos do evento não compreenderam os propósitos estéticos daqueles pintores; e o intitularam de “les fauves” – que, em português, significa “as feras” ou “os bárbaros”.
O fauvista mais conhecido foi Henri Matisse (1869-1954). Mas outros seguiram essa corrente da arte moderna, como André Derain (1880-1954), Maurice Vlaminck (1876-1958) e Othon Friesz (1879-1949).
Fauvismo no Brasil
Pintor e desenhista, Inimá de Paula é conhecido como “o ‘fauve’ brasileiro” em razão das cores fortes e vibrantes que caracterizam seu trabalho. Algumas de suas obras lembram o estilo de Matisse e outras apresentam aspectos do expressionismo – movimento de vanguarda artística que surgiu na Alemanha, no início do século XX.
Nascido em Itanhomi (MG), em 1918, Inimá de Paula frequentou o Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora (MG). Participou da criação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP) e teve apoio de Candido Portinari para fazer sua primeira mostra individual, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB – RJ).
Em Paris, entre 1954 e 1956, assistiu a cursos na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Passou pelo movimento abstrato, expondo algumas pinturas na 5ª Bienal de São Paulo. Na primeira metade dos anos 1960, mudou-se para Belo Horizonte (MG) e retomou a pintura figurativa. Em 1998, a Fundação Inimá de Paula foi criada na capital mineira. O artista faleceu em 1999, deixando obras que fazem parte de importantes acervos no Brasil e no exterior.
Com informações do Centro de Artes Visuais da Funarte