No dia 12 de abril de 2021, o pintor, escultor, gravador e fotógrafo Frans Krajcberg, falecido em 2017, teria completado cem anos. Premiado nas bienais de Veneza e São Paulo e no Salão de Arte Moderna, é considerado um nome fundamental das artes visuais brasileiras.
Krajcberg nasceu em Kozienice, na Polônia. Viveu por quatro anos sob o ambiente da Segunda Guerra Mundial. Mudou-se para o Brasil em 1948, após perder toda a família no holocausto. Na década de 1960, morou no interior de Minas Gerais, na região de Itabirito, em uma caverna, de onde extraia os pigmentos para suas tintas. Em seguida, a convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, conheceu Nova Viçosa, no sul da Bahia, onde encontrou um refúgio para a vida. “Eu pensei: ‘quanta riqueza que tem, movimento que tem, que a arte ignora. Fico aqui”, contou no documentário O grito da natureza, produzido pela TV Brasil (Empresa Brasil de Comunicação – EBC).
Em linhas gerais, o trabalho de Krajcberg denuncia a violência contra a natureza e a devastação das florestas. A matéria-prima de suas obras de são raízes e troncos, queimados por incêndios provocados em densas áreas verdes para a produção de pastos. O artista recolhia e transformava o material deixado pelo fogo, como maneira de pedir socorro, em nome da floresta. “Procuro me exprimir com esse material quebrado, assassinado, tudo isso pra mostrar: veja, ontem foi uma bela árvore, hoje é um pau queimado”, dizia. A destruição das matas e as queimadas também foram registradas por Krajcberg, em milhares de fotografias.
Em 2001, o artista começou a montar seu Museu Ecológico, ainda em Nova Viçosa (BA). Krajcberg faleceu em novembro de 2017, aos 96 anos, deixando seu espaço cultural no Sítio Natura.
Com informações do Centro de Artes Visuais da Funarte