Espetáculos on-line reforçam compromisso do Teatro Funarte Cacilda Becker com a programação de dança

"Un pied devant l'autre", apresentado em março de 2020. Foto: Danaé Hogrel / Divulgação

O Teatro Funarte Cacilda Becker, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, tem recebido e estimulado uma programação de dança para exibição on-line. No primeiro trimestre de 2021, o teatro abrigou espetáculos e atividades de qualificação – como palestras e oficinas teóricas e práticas –, selecionadas por curadoria, a partir do Cadastro Nacional da Dança, da Funarte. A Fundação designou o teatro como “O Espaço da Dança” em 1991, com o objetivo de incentivar essa linguagem.

O Teatro Cacilda Becker abre as portas para que artistas possam continuar seus processos criativos, respeitando a portaria Funarte Nº302 de 30/09/2020, que estabelece diretrizes para a prevenção da covid 19, permitindo pauta sem a presença de público em salas de espetáculos da entidade, tais como gravações e ensaios. Toda a equipe do teatro segue empenhada em cumprir as medidas de isolamento social e outros esforços para contenção da pandemia.

O espaço, integrante da Rede Federal de Teatros da Funarte, é considerado um local de experimentação de linguagem, pesquisa, atividades formativas e cooperação entre artistas e coletivos, do Brasil e do exterior. Recebe programações a preços populares e que valorizam a diversidade de manifestações da dança. Fica no bairro do Catete (próximo ao Largo do Machado). Seu nome homenageia a grande dama da arte brasileira, Cacilda Becker (confira mais sobre a artista abaixo). O teatro é administrado pela Coordenação de Dança da Funarte.

Plateia no Teatro Cacilda Becker antes da pandemia. Foto: divulgação

Antes da pandemia

Em 2019, o teatro recebeu 399 atividades culturais, incluindo espetáculos para adultos e infantojuvenis; festivais de variadas modalidades de dança; palestras, debates e seminários; e residências artísticas. Foram quatro produções internacionais e cinco festivais, que reuniram um público de 16.556 pessoas.

Nos três primeiros meses de 2020, o Cacilda Becker também registrou intensa programação – que incluiu uma coprodução com a França. No espaço, aquele ano teve início com uma agenda direcionada para bebês, crianças e educadores, Moventes, dança e movimento para bebês e crianças. É um trabalho lúdico, no qual se buscou o incentivo à criatividade e à autonomia dos pequenos, por meio da arte.

Em fevereiro de 2020, o teatro recebeu a Conexão Brasil- México, iniciativa de cooperação entre a companhia brasileira Atores Bailarinos Adolpho Bloch e a mexicana Nucleodanza Escenica, reafirmando os laços latino-americanos. Para promover a acessibilidade, a inclusão e o exercício da autonomia de pessoas com deficiência, o local também acolheu a proposta de Emanuel Santos de Jesus, cineasta com baixa visão, para a produção do curta-metragem O beijo. Este foi contemplado pelo projeto 70 Olhares sobre Direitos Humanos produzido pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), com realização da Secretaria do do Audiovisual (SAv) – Secretaria Especial da Cultura – Ministério do Turismo, por meio do Fundo Nacional da Cultura.

Antes do crescimento da pandemia no Brasil, em março de 2020, o teatro foi palco de um importante projeto de cooperação institucional, na Semana da Dança Francesa. Nele, a Cie. Scalène (FR), em parceria com a Aliança Francesa de Niterói (RJ), com interlocução da produtora Ivana Barreto, apresentou o espetáculo Un pied devant l’autre. No trabalho, a coreógrafa francesa Youtci Erdos explora o gesto do caminhar de uma ou mais pessoas; o cair e o levantar-se, com ou sem os outros. Por meio de uma parceria com o Instituto Francês, o espaço também recebeu Olivier Dubois, eleito um dos 25 melhores bailarinos do mundo, em 2011, pela revista francesa Danse Europe. Em Pour sortir au jour, Olivier se apresentou sozinho e com humor, em um jogo conduzido pelo público, revisitando alguns dos 60 espetáculos que fizeram parte de sua carreira na dança.

Sobre Cacilda Becker

Completaram-se, em 6 de abril de 2021, cem anos do nascimento de Cacilda Becker, uma das maiores atrizes brasileiras. Ela iniciou carreira na Capital Paulista. Trabalhou, por um breve período, no Rio de Janeiro (RJ), na histórica remontagem de Vestido de Noiva, peça de Nelson Rodrigues, dirigida por Ziembinski. Fundou sua própria companhia, juntamente com o marido, o também ator Walmor Chagas. Nela, atuou e produziu dezenas de peças, até sofrer um derrame cerebral, no camarim, após o primeiro ato de Esperando Godot. Faleceu em 14 de junho de 1969, aos 48 anos.

Com informações da Coordenação de Dança da Funarte e do Portal da Fundação

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