A montagem da famosa peça “As Preciosas Ridículas”, de Molière estreia no dia 11 de maio, no Teatro Glauce Rocha, da Funarte, no Rio de Janeiro. Com adaptação e tradução de João Bethencourt, o espetáculo da Companhia Limite 151 (RJ) reúne Gustavo Ottoni, Jacqueline Brandão e elenco. A temporada vai até 21 de julho, às quartas e quintas-feiras.
O termo “preciosas” caracteriza as mulheres aristocratas do Séc. XVII, excessivamente preocupadas com a beleza, a elegância e o vocabulário fino, presentes nos salões requintados de Paris. Para ridicularizar este perfil, Molière criou a história de duas moças burguesas, Catarina e Madalena, que vivem a imitar aquelas refinadas senhoritas, acima delas na escala social. Para fingir que são parte da elite, as duas criam novos nomes para si mesmas e para seu criado. Mas seus namorados decidem aplicar-lhes uma lição: vestem seus próprios empregados como nobres e mandam-nos cortejar as afetadas donzelas. No final, o castigo é aplicado e surte efeito: a farsa é revelada.
“Les Précieuses Ridicules”, que lançou o dramaturgo francês como diretor, é considerado pelos críticos seu primeiro grande texto, e uma de suas obras-primas. Escrita em 1658, foi inicialmente proibida e custou a Molière a aversão da burguesia francesa, que se sentiu agredida. Porém, depois, o texto foi liberado para encenação. Em 1669 estreou em Paris e, até hoje, provoca gargalhadas. Segundo a crítica, a obra marcaria o momento em que o autor trocou a farsa pela comédia de costumes, que elevou a posição do teatro cômico francês, de um gênero dramático menor, ao grau de manifestação artística digna. Molière (1622-1673) escreveu peças notórias, como “O Tartufo”, “O Avarento”, “Escola de Mulheres”, “Don Juan”, entre outras.
O diretor do espetáculo, Cláudio Torres Gonzaga, já encenou dois espetáculos clássicos, de Shakespeare, com a Limite 151, e também comanda a redação do programa de TV Zorra Total. Ele comenta que “As Preciosas Ridículas” tem um tema bastante atual: “a busca por ser uma celebridade instantânea”.
A Limite 151 Companhia Artística, formada em 1991, pelos atores Gláucia Rodrigues e Edmundo Lippi e pelo compositor Wagner Campos, já participou da montagem de outros clássicos, tais como: a “Comédia dos Erros” e “O Mercador de Veneza”, de Shakespeare; “As Malandragens de Scapino” e “O Avarento”, de Molière, dirigidas por João Bethencourt; uma versão infantojuvenil de “Dom Quixote”, de Cervantes; e de muitos outros. O Grupo também apresenta, no Teatro Glauce Rocha, o espetáculo “O Santo e a Porca”, de Ariano Suassuna, de sexta-feira a domingo.
“As Preciosas Ridículas”
Texto: Molière. Adaptação e tradução: João Bethencourt.
Direção: Cláudio Torres Gonzaga. Coreografia: Cláudio Baltar
Realização: Limite 151 Companhia Artística
11 de maio: ensaio aberto, às 19h
Temporada: 10 de maio a 21 de julho, quartas e quintas, às 19h
Teatro Glauce Rocha
Av. Rio Branco 179
Telefone: (21) 2220-0259
Horário da bilheteria: de quarta-feira a domingo, a partir das 14h
Ingressos: R$ 20. Meia-entrada R$ 10
Mais informações: www.cialimite.com.br