Arte e técnica, aliadas à dedicação dos cenógrafos da Funarte, resultaram na restauração de uma importante peça do acervo da instituição: o Miniteatro de Óperas. Com cenários, figurinos e bonecos, que representam os músicos e a plateia, a maquete é uma espécie de réplica em miniatura do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e, atualmente, está na sala de exposições do Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio. Para recuperar a maquete, foram investidos R$ 54,3 mil. Uma equipe, formada por restauradores e costureira, conseguiu devolver à obra de arte detalhes e características originais. O trabalho, coordenado pelo Centro Técnico de Artes Cênicas da Funarte, teve início com os cenógrafos Fernando Mello e Martingil Egypto e foi concluído pela empresa Santa Terezinha Art’Sacra Restaurações Ltda, vencedora da licitação realizada em 2010.
O Miniteatro de Óperas foi idealizado e construído, na década de 1960, pelo ex-tenor Carlos José Villar. Nos anos 1980, após a morte do artista, a família doou a peça ao projeto Memória das Artes Cênicas, da Funarte. Apaixonado por óperas, Villar dedicou os últimos quinze anos de vida à construção de seu teatro particular e à confecção de cada um dos bonecos que compõem a cena, seja no palco, no fosso da orquestra ou na plateia. Até os lustres, estátuas e outros objetos de decoração foram reproduzidos. A obra chegou a ocupar quatro metros quadrados da sala do apartamento de Villar, que ficava próximo ao Municipal.
O Miniteatro foi feito em homenagem ao maestro e compositor Carlos Gomes, autor de clássicos como O Guarani, e reproduz o cenário de um verdadeiro espetáculo lírico. Na plateia e camarotes, os bonecos, com figurinos de época detalhados, representam os espectadores. No fosso da orquestra, eles se transformam em maestro e músicos, com seus respectivos instrumentos. Oito óperas completas formam o repertório e fazem o concerto parecer real.
O próprio Villar, com a ajuda de um amigo, apresentava o espetáculo, com música tocada na vitrola e manipulação dos personagens e cenários. No repertório, as óperas Tosca, de Giacomo Puccini; Aida, O Trovador, Rigoletto e La Traviata, de Giuseppe Verdi; Fausto, de Charles Gounod; Carmen, de Georges Bizet e Mefistofele, de Arrigo Boïto.