Peter Brook estreia “Uma flauta mágica”, no Rio

“Uma flauta mágica”, montagem livremente construída pelo inglês Peter Brook, faz sua estreia sul-americana no Teatro Dulcina, no dia 7 de setembro, às 20 horas. O espetáculo, que já foi apresentado na França, em Paris, e em cidades de Portugal e Espanha, terá mais duas encenações – dias 8 e 9 –, no Rio, antes de seguir para Belo Horizonte e Porto Alegre.

Leia sobre a sessão extra de ‘Uma flauta mágica’, no dia 8

Adaptada da ópera de Mozart, Uma flauta mágica recebeu de Brook um tratamento despojado de adereços e efeitos cênicos. Reconhecido como um dos maiores nomes da atualidade do teatro mundial, o encenador criou um espetáculo leve e efervescente, permitindo acesso fácil à magia e ternura da obra. Seu método possibilitou uma redução no tempo da ópera, sem que se perceba a perda de aspectos singulares. “Ter uma peça do Peter Brook é uma honra para o palco do Dulcina, um diretor dos mais brilhantes do cenário mundial. Definitivamente, estamos marcando uma nova era na programação cultural carioca”, comenta Antonio Grassi, presidente da Funarte.

Na versão adotada para piano, interpretada ora por Franck Krawczyk ora por Matan Porat, Uma flauta mágica guarda as mais célebres árias, deixando a narrativa para os diálogos, que os intérpretes traduzem com humor e sagacidade.

É o próprio teatro que serve de cenário para a floresta, o palácio da Rainha da Noite ou a prisão dos dois amantes, Tamino et Pamina, no palácio de Sarastro. Iluminado num intenso vermelho, e usando varas de cana como material cenográfico, Brook estabelece um espaço limpo e liberto de simbolismos, tanto mais surpreendente por se tratar de uma ópera que habita num território onírico.

De pés nus, os intérpretes preenchem a cena com a qualidade de uma interpretação onde se evidencia o primado da palavra e, sobretudo, através da concentração da ação, se exploram, sem disfarces, as fragilidades das personagens.

Peter Brook – Um dos nomes mais consagrados do teatro e do cinema mundial na atualidade, o inglês Peter Brook  dirigiu sua primeira peça de Shakespeare, Rei João, em 1945, para o Birmingham Repertory Theatre. Ele também introduziu, na Inglaterra, as peças de vanguarda de Jean Cocteau (A Máquina Infernal), de Jean-Paul Sartre (Círculo Vicioso), de Richard Strauss (Salomé) e de Peter Weiss (Marat/Sade). Nos anos 70, fundou, em Paris, o Centro de Pesquisa Teatral, dirigido por ele até hoje. Sua carreira é marcada por encenação de peças no circuito teatral nova-iorquino do West End e da Broadway, além de  Paris e Londres.

Ficha técnica
De Wolfgang Amadeus Mozart  (libreto alemão de Emanuel Schikaneder)
Adaptação: Peter Brook, Franck Krawczyk e Marie-Hélène Estienne
Encenação: Peter Brook
Iluminação: Philippe Vialatte
Piano (em alternância): Franck Krawczyk e Matan Porat
Gerente de palco: Arthur Franc
Consultor artístico: Christophe Capacci
Trabalho corporal: Marcello Magni
Mestre de canto: Véronique Dietschy
Magia: Célio Amino
Figurinista: Hélène Patarot e Oria Puppo

Elenco (em alternância):
Tamino: Antonio Figueroa e Adrian Strooper
Pamina: Agnieszka Slawinska eJeanne Zaepffel
Rainha da Noite: Leïla Benhamza e Malia Bendi-Merad
Papagena: Betsabée Haas e Dima Bawab
Papageno: Virgile Frannais e Thomas Dolié
Sarastro: Patrick Bolleire e Luc Bertin-Hugault
Monostatos: Jean-Christophe Born e Raphaël Brémard
Comediantes: William Nadylam e Abdou Ouologuem

Uma flauta mágica
Espetáculo de Peter Brook
* diálogos com legendas em português

7, 8 e 9 de setembro, 20h
quarta, quinta e sexta


Sessão extra: 8 de setembro, 15h

Classificação etária: Livre
Duração: 1h35min
Ingressos: R$10. Meia entrada: R$5
Venda de ingressos: a partir de 30 de agosto, das 14h às 19h

Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro
(Metrô – Estação Cinelândia)
Rio de Janeiro (RJ)
(21) 2240-4879