Exposição “Nelson Brasil Rodrigues – 100 Anos do Anjo Pornográfico” é inaugurada no Teatro Glauce Rocha, da Funarte

Artistas e cineastas prestigiaram a abertura da exposição “Nelson Brasil Rodrigues – 100 Anos do Anjo Pornográfico”, nesta terça-feira, 31 de janeiro, no Teatro Glauce Rocha, no Rio. A mostra, inaugurada pelo presidente da Funarte, Antonio Grassi, faz um passeio pela história da carreira e obras do dramaturgo. Além de admirar o trabalho de Nelson Rodrigues, o público poderá apreciar sua famosa máquina de escrever – uma Remington Portable Model St – e um costume (terno, camisa e gravata) utilizado pelo escritor e jornalista. Cerca de 25 músicas, as preferidas de Nelson, são reproduzidas no ambiente e poderão ser ouvidas por quem visita a exposição.

Na abertura do evento, Antonio Grassi demonstrou sua satisfação por estar de volta ao local em que estreou como ator em uma montagem de “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues. “Estou extremamente emocionado por estar aqui, abrindo esta exposição em homenagem ao grande Nelson Rodrigues, neste local tão importante para mim. E ainda mais na condição de presidente da Funarte, instituição que tanto apoia o artista brasileiro”, destacou. Grassi ressaltou ainda que todo material exposto faz parte do acervo do Cedoc – Centro de Documentação da Funarte e adiantou que vai fazer o possível para incluir as obras do dramaturgo no Ano do Brasil em Portugal (2012).

O presidente da Funarte falou também sobre o lançamento do “Prêmio Funarte Nelson Brasil Rodrigues: 100 anos do Anjo Pornográfico/2012”. O edital foi publicado na terça-feira, 31 de janeiro, e está com inscrições abertas para selecionar projetos de montagens das 17 obras do dramaturgo. Os espetáculos contemplados serão apresentados, em agosto, nos Teatros Dulcina e Glauce Rocha, no Rio de Janeiro. “Revelar a intimidade de Nelson, pessoalmente e profissionalmente, é um grande desafio. O edital conta com investimentos de R$ 1,36 milhão e oferece a artistas e grupos a oportunidade de encenar as obras deste grande dramaturgo. Mergulhar no universo rodriguiano é prestar um serviço ao cidadão, unindo dramaturgia, jornalismo e literatura em um único espetáculo”, afirmou.

Para o diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte, Antonio Gilberto, a exposição representa o marco inicial das comemorações do centenário de nascimento de Nelson Rodrigues. “As homenagens vão acontecer ao longo de todo esse ano. O teatro, o cinema e a literatura estarão unidos para mostrar a significativa presença do grande mestre em diversas ações planejadas para o seu centenário”. Nelson Rodrigues Filho, um dos curadores da mostra, ressaltou a importância das parcerias no processo de divulgação da obra do gênio que mais conheceu a alma do brasileiro. “Agradeço à ministra Ana de Hollanda, a toda a equipe da Funarte e do Cedoc e ao ‘hiper-rodriguiano’ Antonio Grassi, que até já exportou Nelson Rodrigues”, comentou com entusiasmo.

Crica Rodrigues, também curadora da exposição, falou sobre a importância de expandir a obra de seu avô, num ano tão especial. “A exposição é fruto de um trabalho de pesquisa que levou cerca de dois anos para se concretizar. Nelson Rodrigues é um símbolo brasileiro e por isso sugerimos “respirar Nelson” durante todo o ano do seu centenário. Ele foi muito criticado e censurado, mas foi o autor mais filmado do Brasil. Gostaríamos de mostrar para as pessoas como se faz teatro, a partir de Nelson Rodrigues”, enfatizou. Segundo Crica, o dramaturgo será homenageado no carnaval, no Bloco do Barbas, com um concurso de fantasias. Leituras dramatizadas, palestras, documentários e um livro estão entre os destaques das comemorações do seu centenário.

Diversas personalidades prestigiaram a abertura da exposição. Entre os presentes, os atores Nelson Xavier, Cristina Pereira, Jacqueline Laurence, Luíza Thiré e Cláudio Lins; o secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Emílio Kalil; a presidente da Fundação Anita Mantuano de Artes do Rio de Janeiro – Funarj, Eva Dóris Rosental; diretores, coordenadores e servidores da Funarte.

O diretor teatral, Luís Artur Nunes, falou sobre uma de suas experiências com Nelson. “Em 1991, eu dirigi “A vida como ela é” e a peça foi muito premiada. Ficamos em cartaz durante dois anos, direto”, afirmou. A sétima arte foi representada por Neville d’Almeida, que já dirigiu filmes de Nelson Rodrigues, como “A Dama do Lotação” e “Os Sete Gatinhos”.

A exposição “Nelson Brasil Rodrigues – 100 Anos do Anjo Pornográfico” fica em cartaz até 30 de dezembro de 2012, na Sala Aloísio  Magalhães, no Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio. A entrada é gratuita.

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