Os 40 anos do Quinteto Violado estão em cartaz na exposição Um Imaginário Nordestino, que circula por cinco capitais brasileiras. Em Belo Horizonte, a mostra será inaugurada no dia 15 de março, na Funarte MG, com concertos gratuitos entre os dias 15 e 18/03. Com patrocínio do Ministério da Cultura e dos Correios, o projeto celebra as quatro décadas de atividades ininterruptas do grupo, que estreou em outubro de 1971, em palco montado sobre as pedras do teatro ao ar livre de Nova Jerusalém, no agreste pernambucano. Desde então, o Quinteto tornou-se referência na música brasileira e nordestina, reconhecido por sua identidade sonora e pelo manejo refinado dos ritmos e gêneros populares.
Fotografias, imagens em audiovisual, entrevistas, testemunhos, um vasto material foi reunido para contar ou relembrar a trajetória do grupo por meio de projeções, estações multimídias e outras plataformas. Entre as imagens recuperadas em arquivos, destaque-se um dos encontros do Quinteto com Luiz Gonzaga. “A sustança, o tutano do corredor do boi. A vitamina, a proteína. Padim Cícero, Frei Damião. Ascenso Ferreira, Lampião, Cego Aderaldo, Nelson Ferreira, Zé Dantas. Tudo isso é o Quinteto Violado”, diz Gonzagão, antes de entoar Boiadeiro, acompanhado pelo grupo, em gravação do início da década de 1980 para a TV Cultura, de São Paulo.
Em um dos ambientes criados, uma linha do tempo convidará os visitantes a uma viagem por 40 anos de produção artística, com textos e imagens dos álbuns lançados e dos espetáculos montados. Na parede oposta, uma jukebox com os cerca de 50 títulos da discografia, entre álbuns, coletâneas e participações, dará aos visitantes/ouvintes a chance de criar sua trilha sonora. Nos depoimentos colhidos para a plataforma multimídia da exposição, o cantor e compositor Lenine ressalta a importância do grupo no contexto contemporâneo. “O Quinteto Violado é pai de muitos criadores, que viram no trabalho deles uma poderosa afirmação da música nordestina, como uma expressão extremamente popular, mas extremamente refinada”, diz Lenine. “Durante muito tempo a música nordestina ficou associada apenas a um tipo de estética roots, sem muito refinamento. Eles surgiram para provar o contrário. O Quinteto faz parte do meu DNA, faz parte da minha genética e da minha formação”, completa.
A mostra Quinteto Violado: Um imaginário nordestino tem expografia e coordenação geral da arquiteta Fátima Ximenes e programação visual de Sebba. O acesso à exposição e aos concertos é gratuito. Os ingressos para as apresentações deverão ser retirados na bilheteria uma hora antes do início. O grupo também realizará concertos-aula com alunos das redes pública e privada, narrando episódios e demonstrando alguns gêneros tradicionais que inspiram sua proposta artística. Nas cidades que recebem o projeto também será lançado o livro Lá Vêm os Violados! (Editora Bagaço), no qual o crítico musical José Teles, autor de Do Frevo ao Manguebit, narra a história do grupo no contexto da produção musical brasileira.
O Concerto
Desde o show de estréia, em 1971, sobre as pedras do teatro de Nova Jerusalém, no agreste pernambucano, foram mais de um milhão de quilômetros percorridos por estradas brasileiras, cerca de 50 discos lançados e 15 países visitados. Inspirado pelos folguedos populares, cantando o universo das feiras no interior, o Quinteto Violado conquistou seu lugar na história da música popular brasileira e nordestina em especial. Essa trajetória será repassada em curta temporada de concertos, que estréia no dia 15 de março, na Funarte MG, em Belo Horizonte. As apresentações serão sempre às 20h, com entrada franca, nos dias 15, 16, 17 e 18 de março. E os ingressos, sujeitos à lotação de 139 lugares, deverão ser retirados na bilheteria, duas horas antes dos espetáculos.
O grupo preparou um repertório que costura essa trajetória, desde os primeiros discos dos anos de 1970, em que a pesquisa das manifestações populares está mais latente, até composições próprias do disco Quinto Elemento, lançado em 2009. Assim, são resgatadas pérolas do segundo álbum, Berra-Boi (1973), como Vaquejada (Toinho Alves), Três Três (Fernando Lona) e Baião do Quinji (Vicente Barreto). Do último álbum autoral, aparece Canto de Zelação, composição de Marcelo Melo, com letra adaptada do cordel A eleição do diabo e a posse de Lampião no inferno (Severino G. de Oliveira) e arranjo inspirado nas loas do maracatu rural. A veia jazzística do Quinteto não poderia ficar de fora de qualquer seleção, e é por meio dela que a identidade sonora do grupo melhor se impõe. Temas como Algodão (Luís Gonzaga), Forró de Dominguinhos (Dominguinhos), Frevo na Primavera (Toinho Alves) e Chorando de Manhã (Dudu Alves) têm interpretação poderosa e lugar para improvisos.
Estarão no palco, Marcelo Melo (violão, viola e voz), Ciano Alves (flautas), Dudu Alves (piano), Roberto Medeiros (percussão e voz) e Sandro Lins (contrabaixo). A percussão terá o reforço de Raminho como músico convidado.
SERVIÇO
Exposição e série de concertos
Quinteto Violado: Um imaginário Nordestino
BELO HORIZONTE
Local: Funarte MG
(Rua Januária, 68. Floresta)
Mostra: De 15 a 25 de março.
Concertos: 15, 16, 17 e 18 de março.
Entrada Franca
Ingressos para os shows (sujeitos à lotação de 139 lugares) deverão ser retirados na bilheteria, duas horas antes dos espetáculos.
Informações: 31 3213.7112