O lançamento de cinco edições da Funarte concluiu a programação do II Encontro de Políticas para as Artes, na quarta-feira, 14 de novembro, a partir das 15h, no Mezanino, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro. Foi lançada a Coleção Criação Literária, cujos livros foram selecionados dentre os 60 projetos de autores brasileiros contemplados na Bolsa Funarte de Criação Literária, com prêmios R$ 30 mil. A edição pela Funarte de alguns dos originais selecionados foi parte da premiação. A Funarte lançou ainda, na ocasião, a obra “I Encontro Funarte de Políticas para as Artes”, um resumo sistematizado das informações produzidas no evento do ano passado.
Ao encerrar o Encontro, a Diretora do Centro de Programas Integrados (Cepin)/ Funarte, Ana Claudia Souza – setor que idealizou e organizou a ação – apresentou os quatro autores dos livros de literatura, cujas publicações ficaram a cargo da Gerência de Edições/Cepin/Funarte.
Pablo de Carvalho (Recife – PE), contemplado pela trama policial “Catracas púrpuras”, além de escritor, é delegado de polícia, há 12 anos. Atualmente, atua no Setor de Inteligência de Homicídios do Departamento de Proteção à Pessoa da capital pernambucana. O autor disse que sua obra é um romance policial com linguagem lírica. “Mescla a técnica investigativa de polícia com literatura – algo aparentemente difícil de combinar, mas que deu resultado”. Pablo diz que a Bolsa da Funarte é importante, porque a avaliação leva em conta apenas as características do texto pelos valores artísticos e não comerciais, com autonomia aos participantes para criarem o que bem entendessem. “O incentivo financeiro também é essencial, para dar tranquilidade ao escritor”. Ele também elogiou a produção do livro: “Ele recebeu um acabamento gráfico belíssimo”, concluiu.
Marco Catalão – Campinas (SP), autor da coletânea de poemas “Sobre a Face Neutra”, neutra”, disse que o incentivo é importante porque permite que os autores tenham a liberdade de criar, sem se preocuparem com a aceitação do mercado. “Na verdade, se não fosse a Bolsa, eu não teria escrito o livro. Eu tinha o projeto, mas, a partir do momento que ganhei, vi que era viável e pude me dedicar mais intensamente”.
Tiago Novaes – São Paulo (SP), que escreveu “Documentário”, um mosaico literário, tendo a psicanálise como pano de fundo, comentou: “É um romance que conjuga as linguagens literária e audiovisual – peças conjuntas, para serem usufruidas simultânea ou alternadamente. A primeira contribuição da Bolsa para a literatura brasileira, é ser uma seleção com um crivo exigente. É um reconhecimento de que se está num caminho certo. Seleções literárias destacam algumas obras, num oceano de publicações. Nunca se publicou tanto no Brasil e no mundo. Para o autor, é oportunidade de trabalhar mais tranquilo e concluir a obra com um amparo institucional.
“Martins e Caetano – Quando o teatro começou a ser brasileiro”, de Ivan Fernandes (Rio de Janeiro – RJ) é uma obra de ficção histórica sobre o teatro do Brasil. “Minha formação é de teatro e o livro, ambientado neste universo, conta um pouco das origens do teatro no Brasil”, resumiu o autor. “ O que a Funarte possibilita com essa bolsa é inestimável. Sem ela eu não conseguiria produzir o trabalho – porque uma coisa é um romance de pura ficção, outra a literatura histórica, que não é possível sem pesquisa. Ela exige recursos, que a Bolsa me proporcionou”, avaliou.
O investimento total da Funarte na Bolsa Funarte de Criação Literária foi de R$ 1,9 milhão. A seleção, aberta a todo o Brasil, foi feita por comissões, formadas por especialistas em literatura, de notório saber. Os critérios para publicação foram: excelência e coerência nas especificidades no trato da linguagem literária; valor simbólico, histórico e cultural da obra e manifestações culturais e artísticas envolvidas; e originalidade da obra, com a busca de novas práticas e relações no campo cultural.
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Gerência de Edições/Cepin/Funarte
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