A Fundação Nacional de Artes lamenta a morte de Alcione Araújo, ocorrida nesta quinta (15/11), em Belo Horizonte (MG). O dramaturgo, diretor teatral, roteirista e escritor era mineiro de Januária, cidade do norte de Minas, mas morava no Rio de Janeiro desde 1978.
Engenheiro de formação, com mestrado em filosofia, Alcione já era professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quando ingressou num curso de formação de atores. Aos 29 anos, teve sua primeira peça encenada, Vagas para moças de fino trato (1974), com direção de Eid Ribeiro. Mais tarde, dirigido por Amir Haddad, o texto foi montado em São Paulo, com Glória Menezes, Yoná Magalhães e Renata Sorrah, projetando nacionalmente o nome de Alcione Araújo.
A segunda peça, Bente-Altas: licença para dois (1976), foi encenada em Belo Horizonte, sob a direção de Aderbal Freire-Filho, com Antonio Grassi e José Mayer, depois de premiada, no Rio de Janeiro, no concurso de dramaturgia do Grupo Opinião.
O dramaturgo, intérprete de costumes e autor politicamente engajado, escreveu também Doce deleite (1981), grande sucesso com Marília Pêra e Marco Nanini. Recebeu o Prêmio Molière como autor por Muitos anos de vida (1984). Sua contribuição ao teatro foi também como professor. Por doze anos lecionou na Uni-Rio, na Escola de Teatro Martins Pena e na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras.
Alcione Araújo dedicou-se ainda à televisão e ao cinema. Escreveu 14 roteiros cinematográficos para longa-metragem, entre os quais, Nunca fomos tão felizes (Melhor roteiro nos festivais de Gramado e Brasília), Jorge um brasileiro e Policarpo Quaresma.