O espetáculo Filha da Anistia’, em cartaz de 7 a 9 de dezembro de 2012 na Sala Guiomar Novaes da Funarte SP, retrata um período ainda não cicatrizado nas relações políticas, econômicas e culturais da sociedade brasileira. Produzida pela Caros Amigos Cia de Teatro, em parceria com a Associação de Pesquisadores sem Fronteira e o Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a peça convida a uma reflexão sobre os “anos de chumbo” da ditadura militar no Brasil e propõe, sobretudo às gerações posteriores à Lei de Anistia, uma leitura crítica da história recente do país. Após cada apresentação, haverá debate sobre o tema com o elenco, convidados e o público. A entrada, para espetáculos e debates, é franca.
“Filha da Anistia é uma peça teatral que expressa o questionamento legítimo de uma geração que não vivenciou a ditadura militar e para quem foi omitida a informação sobre o acontecido; por isso mesmo clama pela verdade dos fatos, perseguições, prisões, torturas e desaparecimentos forçados de opositores políticos”, avalia a Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes. A peça, segundo seus autores Alexandre Piccini e Carolina Rodrigues, pretende mostrar que o que aconteceu no Brasil após o golpe de 64 não diz respeito apenas aos diretamente envolvidos. “Buscamos trazer à tona uma reflexão sobre as consequências das atrocidades cometidas durante o período, tanto sob o ponto de vista individual quanto do ponto de vista coletivo, de uma nação desfigurada por mais de vinte anos de privação das liberdades democráticas. É impossível construir um futuro sem compreender o presente. É impossível compreender o presente sem conhecer o passado”, avaliam.
A trama
Em Filha da Anistia, a personagem Clara é uma jovem que, após a morte de sua avó, parte em busca do pai que jamais conheceu e, nessa procura, um passado de mentiras e omissões, forjado durante a ditadura militar, acaba sendo desvendado. Todo o seu mundo e suas verdades caem por terra diante das descobertas sobre o passado de sua família, que resvalam num período da história do país que poucos de sua geração conhecem.
A narrativa usa como metáfora os desencontros de uma família despedaçada pela truculência dos “anos de chumbo”, mas também evoca a necessidade de reconhecimento da própria identidade das pessoas enquanto participantes ativos das mudanças e transformações da sociedade.”Para quem ainda insiste que a anistia é sinônimo de esquecimento da barbárie do passado, Filha da Anistia é um libelo contra a ignorância e a insensibilidade”, ressalta Paulo Abrão, Secretário Nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Serviço:
Espetáculo Filha da Anistia
Sala Guiomar Novaes do Complexo Cultural Funarte São Paulo. Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo, SP. Tel. (11) 3662-5177
7 a 9 de dezembro | Sexta e sábado, 20h; domingo, 19h
Entrada franca
Mais informações: www.filhadaanistia.blogspot.com