O projeto de ocupação Dança de todas as tribos preparou para o Teatro Cacilda Becker, no mês de fevereiro, uma série de atrações que têm como foco o carnaval. O espetáculo Arquitetura do Samba, com a Cia Arquitetura do Movimento, dirigida por Andrea Jabor, abre a programação, nos dias 1 e 2 de fevereiro. A coreografia é baseada na dança do mestre-sala e porta-bandeira. O bailado dessa dupla é também o tema da Oficina de mestre-sala e porta-bandeira, comandada por mestre Manoel Dionísio, no dia 3, voltada para crianças a partir de 8 anos. No dia 6, o Ensaio geral Mix Carnavalesco, com Tatiana France, promete agitar o Cacilda Becker, no bairro do Catete.
A programação oferece, ainda, quatro oficinas de dança de salão dirigidas a dançarinos, mulheres e crianças, entre os dias 14 e 17, com entrada gratuita. Também haverá uma residência artística com as artistas uruguaias Adriana Belbussi Figueroa e Aurora Riet, para a criação de uma trilogia de dança contemporânea a partir da observação etnográfica, com oficinas nos dias 21, 22 e 23. As coreógrafas uruguaias apresentam, ainda, um espetáculo, resultado do projeto ABRA, de criação da dupla, no dia 24.
No dia 28, a intervenção urbana Os transtornos passam, a dança fica, com a Cia de Fora, encerra a programação de fevereiro.
Dança de Todas as Tribos
Programação
Espetáculo
Arquitetura do Samba – a dança do mestre-sala e porta-bandeira
Com a Cia Arquitetura do Movimento
Direção de Andrea Jabor
Dias 1 e 2, às 20h
Apresenta uma releitura da movimentação do mestre-sala e porta-bandeira para mostrar que a dança do casal constitui a arquitetura do movimento da dança clássica brasileira. O foco coreográfico investiga as matrizes da dança do mestre-sala e da porta-bandeira, seu samba, e o jogo de improvisação e composição que acontece nas diferentes formas de dançar deste casal tão representativo do carnaval carioca e tão presente no imaginário da dança do povo brasileiro.
Desde 2007, a diretora Andrea Jabor e sua companhia pesquisam a dança e a cultura do samba sob uma ótica contemporânea.
Classificação Livre
Ingressos: R$ 20 e R$ 10
Oficina de mestre-sala e porta bandeira
Com mestre Manoel Dionísio
Dia 3, às 17h
Para crianças a partir de 8 anos
Entrada franca
O mestre-sala e a porta-bandeira apresentam e defendem o pavilhão da escola, bailando num cortejar. A porta-bandeira Vilma do Nascimento diz que é “como o voleio de um beija-flor em torno da rosa”. “Ele se aproxima, toca e sai. Volta a se aproximar, beija e sai. Nunca as ações serão idênticas. E a rosa, ao contrário do que se pensa, ao sabor do vento das asas do pássaro, não permanece passiva. Ela dança”.
Mestre Dionísio é Patrimônio Imaterial do Brasil e depositário do saber da dança e do samba. Referência internacional do samba carioca, coleciona troféus, títulos e homenagens por sua vasta experiência na dança e no carnaval. Melhor Diretor Social, Estandarte de Ouro, Mérito Pedro Ernesto, Mérito Artístico da Dança e Utilidade para o Samba pela LIESA são algumas das inúmeras medalhas que possui. Sambista, passista, ator, bailarino, coreógrafo, diretor, idealizador, palestrante do samba e mestre-sala, é também há 20 anos presidente, criador, coordenador geral e professor da primeira e única Escola de Formação de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte da Cidade do Rio de Janeiro. Também coordena núcleos da escola que ensinam a dança do mestre-sala e porta-bandeira em Juiz de Fora (MG), São José dos Campos (SP), Três Rios (MG), Vitória (ES) e Paranaguá (PR).
Ensaio geral Mix Carnavalesco
Com a bailarina e coreógrafa Tatiana France
Dia 6, às 18h
Entrada franca
Oficina Rio Abierto
Com Marinela Carneiro Dias e Regina Neves
Dias 6, 20 e 27, às 10h
Entrada franca
Oficina/Bloco Mix Carnavalesco
Com a bailarina e coreógrafa Tatiana France
Dia 7, às 18h
Entrada franca
Oferece ao participante o contato diversificado com a linguagem do movimento, vivenciando a alegria de dançar diversos ritmos e danças populares, como côco, samba, ciranda, maracatu, samba-charme, jongo, com a proposta de improvisação, expressão corporal e dança contemporânea.
As aulas preparam os alunos desenvolvendo tônus, flexibilidade, noção espacial, criatividade, musicalidade e harmonia no movimento, possibilitando a descoberta da expressividade e potencialidade corporais. Além de torná-los aptos a expandirem-se com liberdade e autonomia nas coreografias e passos calcados nos ritmos e danças das festas populares.
Ao término do curso, um bloco formado pelos alunos, o Mamelúdicos Dançantes, desfilará pelos arredores do Teatro Cacilda Becker, a partir das 19h do dia 7 de fevereiro (5ª feira pré-carnavalesca).
Tatiana France é bailarina e coreógrafa formada pela Escola de Dança Angel Vianna e ex-integrante da Cia de Dança Deborah Colker. Formou-se atriz pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras) e diretora teatral e mestra em Artes Cênicas pela universidade UNIRIO. Atualmente dirige e atua no grupo de intervenção urbana Urbitantes.
Oficinas de Dança de Salão
Com a Cia Aérea de Dança
Direção de João Carlos Ramos
Dia 14, às 19h e às 21h
“Gafieira e coisa e tal…”, com João Carlos Ramos e Paula Souza
Para dançarinos com experiência no samba e na gafieira
Duração: 120min
Permite trabalhar de maneira prática as bases rítmicas e motoras das figuras e passos tradicionais e modernos do samba e da gafieira, além de levar informações ao dançarino a respeito da cultura corporal deste ritmo.
Estrutura de aula:
Ritmo e coordenação motora – o aquecer do grupo; Samba yin e yang – o desenvolver do masculino e feminino no samba; e Gafieira – o desenvolver dos passos, figuras e sequências – caminhadas, puladinho, pião e ganchos.
Duração: 120min
Dia 15, às 19h e às 21h
“Fértil – a dança através do mexe-mexe, do bole-bole e do balacobaco do samba”, com Paula Souza e Michelle Reis
Oficina de samba-dança para mulheres
Duração: 120min
Permite traçar uma incursão no campo feminino do samba, exercita a consciência de um centro de força que é ativado pelo ritmo, o que permite a soltura do quadril durante a execução do samba no pé, desenvolvendo as técnicas de enfeites e figuras na dança do samba carioca.
Dia 16, às 19h e às 21h
“Gafieira Contemporânea” – Improvisação, com João Carlos Ramos e Paula Souza
Para dançarinos que querem desenvolver um estilo próprio de dançar o Samba de Gafieira
Duração: 120min
Gafieira Contemporânea é um movimento que busca na desconstrução a possibilidade de reciclar as posturas viciadas, o pré-estabelecido. É o mecanismo pelo qual o dançarino atinge a consciência do ato de improvisar, um procedimento no qual a mulher atua de maneira equilibrada com o homem na criação das variações e figuras desenvolvidas a cada momento pelo casal; uma técnica que auxilia na conquista de novos espaços no corpo que dança a dois, que possibilita o novo, o revigorado.
Dia 17, às 16h e às 18h
“As danças de roda no salão”, com Fábio Pergentino e Michelle Reis
Para o público infantil
Entrada franca
Duração: 120min
Todas as danças de salão de alguma maneira trabalham com a roda. De todas, o Soltinho, uma versão carioca do Swing Americano, é a que mais se assemelha às rodas existentes nas brincadeiras das crianças. Esta oficina se desenvolve a partir de um elemento já existente no universo infantil, a roda, a ser explorada na dança do Soltinho, rica em ações circulares.
Residência Artística
Com as artistas-criadoras Adriana Belbussi Figueroa e Aurora Riet (Uruguai)
Dias 21, 22 e 23, das 14h às 17h
Oficina de investigação e criação ABRA: Rio
Dia 23, às 18h
Apresentação dos resultados ao público
Entrada franca
Dia 24, às 19h
Apresentação da obra ABRA#1
Com Adriana Belbussi Figueroa e Aurora Riet
O projeto ABRA#1, das coreógrafas Adriana Belbussi Figueroa e Aurora Riet, é uma trilogia de dança contemporânea, criada a partir da observação etnográfica das formas gestuais do corpo de pessoas de diferentes situações. É resultado do trabalho “Mais de uma centena de abraços” com mais de 200 pessoas, realizado em Montevidéu, no Uruguai, além de outro da mesma experiência, no Rio de Janeiro, durante o carnaval 2013.
Reflete a investigação das artistas, a partir da experiência delas, com trabalhos de entidades e biografias, como a que será experimentada no Rio de Janeiro, a partir do mergulho no cotidiano carioca. A oficina ministrada pelas coreógrafas uruguaias vai trabalhar a formação de grupos para experiência e observação, criando um material no qual os participantes observam a si mesmos, em suas próprias maneiras de se mover, pensar, agir, suas histórias e biografias.
Ingressos: R$ 20 e R$ 10
Os transtornos passam, a dança fica
Dia 28, às 18h
Intervenção urbana com a Cia d Fora
Classificação Livre
Entrada franca
Espetáculo de rua que busca provocar uma reflexão sobre as interferências que os canteiros de obra, espalhados pelo Rio de Janeiro, provocam no movimento das pessoas pela cidade. E, também como a Cia, por meio dos movimentos da dança, pode afetar o caminho delas. Esse projeto, contemplado com o Prêmio Funarte Artes na Rua 2011, estreou no Rio de Janeiro em agosto de 2012, no Parque Madureira, e teve apresentações por toda a cidade, passando pela Praça Mauá, Sulacap, Morro da Providência, Jardim de Alah, Santo Cristo, Penha e Praça da Bandeira.
O título do espetáculo brinca com o texto presente em algumas placas informativas das obras: os transtornos passam, os benefícios ficam. As performances, realizadas nos arredores dos próprios canteiros de obra ou em locais que tenham passado por transformações recentes, procuram despertar um novo olhar para essas interferências presentes na cidade, convertendo a sensação de transtorno dos transeuntes em momentos de fruição, brincando com as relações de movimento, espaço, sons, imagens e materiais relacionados aos canteiros de obras, como fitas de isolamento, cones de trânsito e tábuas de madeira, além de usar o próprio corpo como brinquedo. Nesses espaços urbanos, em constante transformação, a proposta é abrir o olhar para a mudança e observar que também deixamos o nosso legado para a cidade, uma marca que parece invisível, mas que define e desenha todo o imaginário coletivo da urbe.
Cia d Fora
A Cia d Fora foi criada, em 2011, por seu diretor artístico e intérprete-criador Jefferson Antonio, cria do subúrbio do Rio de Janeiro, da dança de rua e da cultura negra, fervilhantes nessa região da cidade. Jefferson fez parte da Cia de Dança Deborah Colker e Intrépida Trupe. Fazem parte do grupo, ainda, Fernanda Cavalcanti, Letícia Ramos, Tomás Zveibil e Viviane Alves (intérpretes-criadores), Hélio Cavalckanti (intérprete-criador convidado apenas para este espetáculo) e Thaís Zveibil (diretora executiva).
O grupo desenvolve criações coletivas e experimentações que misturam influências diversas das artes do movimento (dança contemporânea, dança de rua, capoeira, acrobacia, esporte). É especializado em dança vertical, com o uso de cordas e técnicas de escalada e rapel. Tem como premissa buscar o lado de fora, significando tanto a união de artistas independentes, quanto a realização de apresentações, sempre que possível, em locais públicos ou alternativos (nas ruas, praças, montanhas), além de explorar possibilidades diferentes da dança, espaciais e estéticas. A Cia d Fora já se apresentou em eventos como os V Jogos Mundiais Militares, o encontro de artes Tocayo e a Babilônia Feira Hype.
Inscrições para as oficinas:
www.dancadetodasastribos.com.br ou pelo telefone (21) 2265-9933
Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338
Catete (Estação Catete do Metrô)
Rio de Janeiro – RJ
(21) 2265-9933
Lotação : 177 lugares
Faixa Etária Livre em todos os espetáculos
Projeto contemplado no Edital de Ocupação do Teatro Cacilda Becker 2012