Em Brasília, Edson Beserra apresenta obra contemplada com o Klauss Vianna

"Um Corpo acústico". Foto: Renato Acha

Um espetáculo em que a dança se combina com imagens e som, e no qual os técnicos de palco deixam de ser coadjuvantes, tornam-se também intérpretes, e se aproximam do público, que participa da ação. Assim é construído Um Corpo Acústico, trabalho que Edson Beserra apresenta no Teatro Funarte Plínio Marcos, em Brasília, nos dias 17 e 18 de julho, sexta-feira. A montagem, faz parte de um projeto, contemplado com o Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Vianna / 2012.

A obra compõe a mostra de duas coreografias do bailarino-intérprete e diretor, apresentadas às 21h. Com entrada franca, as apresentações integram o Projeto Artes cênicas – Pesquisa e diversidade, contemplado pela Funarte no Edital de Ocupação do Teatro Plínio Marcos / 2013.

Para conceber o espetáculo, Edson valeu-se das palavras do poeta Waly Salomão: “A memória é uma ilha de edição”. Inspirado nisso e por sua crença no diálogo, como ferramenta eficaz para o entendimento das necessidades individuais e coletivas, o coreógrafo propôs aos seus parceiros de trabalho, técnicos e artistas da equipe de produção, um “exercício de escuta”, no qual cada um atuaria, por meio de suas tecnologias e instrumentos, e utilizaria seu próprio senso estético. A direção fica a cargo do bailarino. Em cena, ele trabalha como um “fio condutor”, que ressalta e estimula a percepção do público para o desenvolvimento do diálogo – mola-mestra da encenação. A proposta de encenação se baseia num exercício de improvisação coletiva, onde cada artista exercita a fala e a escuta, num ambiente interativo, onde o público tem participação ativa. No palco, espaço e tempo não são percebidos mais como esferas isoladas, mas, ao contrário: aparecem como elementos indissociáveis – porém relativos, e organizados pela atividade humana.

A música é executada por Tomás Seferin; Hierônimus do Vale faz a video-projeção e a edição de imagens; e Cássio Sader, a video-captação. Todos entram em cena com Edson, a cargo de quem fica a direção. Foram as inquietações do artista em relação aos processos humanos de comunicação que fizeram surgir Um Corpo Acústico. Segundo o autor, a ideia do espetáculo pode ser resumida pela frase do escritor Machado de Assis: “O Olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio”.

Sob os céus de junho é a outra coreografia que compõe a mostra de Beserra. O espetáculo é resultado da oficina-montagem que o intérprete-criador realizou no IFB, da qual participaram 13 bailarinos, com as mais diversas formações. O tema é a pesquisa, o comportamento e o desenvolvimento do corpo no tempo e no espaço, na cidade de Brasília. O foco foi direcionado para a criação coletiva e para a dança autoral.

O Projeto Artes cênicas – Pesquisa e diversidade leva ao Complexo Cultural Funarte Brasília diversas atrações de circo, dança, teatro e música, com ingressos a preços populares, ou entrada gratuita.

Um Corpo Acústico
Projeto contemplado com o Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Vianna/2012
Autoria e interpretação: Edson Beserra
Música: Tomás Seferin; video-projeção e edição de imagens: Hierônimus do Vale; vídeo-captação: Cássio Sader

Sob os céus de Junho
Resultado da oficina-montagem de Edson Beserra no IFB
Elenco: o ministrante e seus 13 alunos

Dias: 17 e 18 de julho, quarta e quinta-feira

Horário: 21h

Entrada Franca
Classificação Indicativa: 12 anos

Projeto Artes cênicas – Pesquisa e diversidade
Realização – Rosa dos Ventos Artes do Imaginário
Leia mais sobre a iniciativa aqui

Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Vianna / 2012- saiba mais aqui