‘Milkshakespeare’ se apresenta na Sala Funarte – Rio – no dia 22

Felipe de Paula (2010), da Cia. Teatral Face e Carretos (RS). Foto: Vilmar Carvalho

A peça Milkshakespeare foi apresentada na Sala Funarte Sidney Miller – Centro do Rio – na terça-feira, dia 22 de outubro, às 18h30. O texto de Júlio Zanotta Vieira foi o vencedor do Prêmio Funarte de Dramaturgia 2003 – Região Sul, categoria Adulto. O texto traz de volta à vida o personagem Sir William Stanley, que garante ser o verdadeiro autor das peças atribuídas a William Shakespeare. A obra narra a tentativa de Stanley de ajustar contas com o famoso poeta inglês, custe o que custar. Dirigida por Angel Palomero, a apresentaçãointegra o Ciclo de Leituras Dramáticas da Funarte, realizado toda terça, na Sala Funarte, com entrada franca.

A peça reúne personagens famosos do bardo britânico a figuras conhecidas da literatura, de forma bem-humorada. Sir William Stanley, Conde de Derby, é citado por certos estudiosos, como o verdadeiro autor das obras de Shakespeare sai do túmulo, juntamente com James Byron, disposto a encontrar o famoso poeta inglês, para o ajuste de contas. Afinal, o nome de Stanley caiu no esquecimento, e sua obra teria sido usurpada. Um dos principais argumentos da polêmica teoria, que o aponta como verdadeiro autor dos textos shakespeareanos, estaria em duas cartas, datadas de 1599, do espião George Fenner. Elas dizem que Derby está “ocupado escrevendo peças para atores em comum”.

Em Milkshakespeare, Sir Stanley e James Byron se deparam com fantasmas de personagens de Shakespeare – como Lady Macbeth, Ofélia e Hamlet – e com Thelonius, o “monge negro”. Em meio a um clima aterrorizante, Sir Stanley fica sócio do sinistro personagem, numa cadeia de “fast-food”, a McDuncan’s. É atrás do balcão da lanchonete que o conde tentará vingar-se do suposto plagiador.

A peça já foi sucesso no Rio Grande do Sul. Sua última montagem foi em 2010, pela Cia. Teatral Face e Carretos (RS).

Sobre Angel Palomero
Natural de São Paulo, possui doutorado e mestrado em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), onde é professor adjunto de Direção Teatral. É bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Recebeu prêmios de Melhor Ator no Festival de Cinema de Brasília (1989) e no Festival Internacional de Comédia de Torremolinos – Espanha (1990), ambos pelo filme O Mentiroso. Também foi premiado na categoria de “Melhor Direção”, no XVII Salão Carioca de Humor, em 2006. Atuou como diretor, nos espetáculos: O Livro (2008), Todas as noites de todos os dias (2007), e Quantos atores cabem num fusca (2005). Entre seus textos teatrais estão: Fala, Zé, em co-autoria com Walter Daguerre (2005); Cléo e Daniel, adaptação da obra de Roberto Freire (1986); e O Mistério das Baipotas, em coautoria com Dedé Ribeiro (1984); e roteiros como O Resto é Silêncio (2005) – adaptação da obra de Érico Veríssimo para a TV -e A Visita (2007), baseado na obra de Caio Fernando Abreu.

Sobre o autor
O colunista Luís Francisco Wasilewski publicou, no site Aplauso Brasil: “Júlio Zanotta Vieira é um dos dramaturgos mais representativos do Rio Grande do Sul. Suas criações, no início da década de 1980, tornaram-se antológicas no teatro gaúcho”.além de ser diretor teatral, Júlio foi produtor cultural e jornalista. Nasceu em Pelotas, em 1950. Foi um dos fundadores do grupo teatral Ói Nóis Aqui Traveiz, que estreou com textos de sua autoria. Dirigiu a primeira montagem nacional de O Café, de Mário de Andrade, em 1980. No mesmo ano, sua peça As Cinzas Do General foi proibida pelo regime militar; o teatro, invadido e depredado; e o autor teve que deixar o Brasil. Entre 1981 e 1983, no exílio, viajou por vários países da América Latina com a peça de teatro-dança Marília. Publicou 14 livros, entre eles Amor no Facebook; e Para atores libertinos e diretores licenciosos. Estas duas peças estão entre as mais de vinte que ele escreveu, dirigiu ou produziu, entre 1984 e 2005. Publicou vários livros, entre eles: Louco; E nas coxilhas não vai Nada?; Teatro Lixo e O Apocalipse Segundo Santo Ernesto De La Higuera.

O Ciclo de Leituras Dramáticas leva aos palcos textos teatrais brasileiros contemporâneos, premiados pela Funarte – ideia do novo presidente da instituição, Guti Fraga. As peças que integram a programação foram vencedoras do Prêmio Funarte de Dramaturgia, de 2003 a 2005. As leituras são apresentadas sempre às terças-feiras, às 18h30, na Sala Funarte Sidney Miller, com entrada gratuita, até dezembro.

Ciclo de Leituras Dramáticas

Dia 22 de outubro, terça-feira, às 18h30

Milkshakespeare
De Júlio Zanotta Vieira
Direção: Angel Palomero

ELENCO

Sir William Stanley – Léo Hinckel
James Byron – Diego Molina
Macbeth – Armando Babaioff
Mogana – Raíza Formisano
Lilith – Lumi Kim
Rosenkrants – Gé Lisboa
Guildenstern – Lucas Lima
Lady Macbeth – Camila Nhari
Ofélia – Stefania Corteletti
Thelonius – Fernando Lopes Lima
Shakespeare – Clauser Macieski
Hamlet – Pablo Aguilar
Sargento Kelly – Marcela Jorge

Sala Funarte Sidney Miller
Palácio Gustavo Capanema
Rua da Imprensa, nº 16 – Térreo – Centro – Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2279 8012

ENTRADA GRATUITA

Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte/ Centro de Artes Cênicas

Mais informações: ceacen@funarte.gov.br