Geraldo Azevedo – um pouco de sua vida e de sua obra

“Em seu trabalho faz uma mistura entre as sofisticadas harmonias da Bossa Nova e a viva influência da música negra. É autor de composições de puro lirismo… e frevos embrasados…”, registra o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.

Nascido em, 1945, em Petrolina (PE), o compositor, intérprete, violonista e violeiro Geraldo Azevedo começou como autodidata, aos 12 anos, já tocando violão. Aos 17, iniciou no grupo Sambossa. Aos 18, mudou-se para o Recife, para estudar. Lá juntou-se ao grupo folclórico Construção, do qual faziam parte Teca Calazans, Naná Vasconcelos, Marcelo Melo e Toinho Alves (Quinteto Violado). Em 1967, foi morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou com Eliana Pittman. Em seguida, juntou-se a Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Franklin, no Quarteto Livre, que acompanhou Geraldo Vandré em muitos shows – entre eles Caminhando. Por problemas políticos com a ditadura militar, o grupo acabou. Em 1968, Geraldo teve sua primeira composição gravada, por Eliana Pittman, Aquela rosa. No início dos anos 1970, formou dupla com Alceu Valença. Eles participaram do Festival Universitário da TV Tupi (1970) e chamaram a atenção da gravadora Copacabana que, em 1972, lançou o primeiro LP da dupla. No mesmo ano, fizeram parte do Festival Internacional da Canção, com Papagaio do futuro (participação de Jackson do Pandeiro) e integraram o Projeto Pixinguinha, da Funarte.

Compositor inspirado, virtuose nas cordas e cantor de voz singular, sua trajetória é marcada por sucessos, em trilhas sonoras de TV, difusão em rádio e shows emblemáticos. No final da década de 1970, em parceria com Alceu Valença e Zé Ramalho, Geraldo fez muito sucesso com Táxi lunar; e, com Carlos Fernando, com Caravana (parceria com Carlos Fernando), que integrou a trilha sonora da telenovela Gabriela. Entre diversos outras apresentações importantes, participou, em 1996  no Canecão (Rio), de O Grande encontro, com Alceu Valença, Elba Ramalho e Zé Ramalho. Do evento resultou o CD de mesmo nome, em que ele interpretou músicas de sua autoria, como Dia branco(parceria com Renato Rocha) e Chorando e cantando (com Fausto Nilo), além de obras de Caetano Veloso e de Vital Farias. Em 1997, gravou O Grande encontro II, com Elba e Zé Ramalho. Seu CD Hoje amanhã (2000), foi gravado nos EUA. Em 2002, tocou em Paris (FR), com um grupo de artistas brasileiros, entre outras turnês internacionais.

Na abertura do Projeto Música no Capanema no dia 4 de dezembro de 2013, o músico falou ao Portal das Artes sobre sua obra: “Estou ligado às raízes nordestinas e brasileiras, com sua grande diversidade cultural e musical. Ela é fantástica e linda. Tenho orgulho de ser brasileiro, por isso. Assimilei várias influências, inclusive do Rio de Janeiro, onde moro, há muitos anos. Para onde vou carrego essa variedade. O público a recebe e interage, e canta as músicas, nos quatro cantos do País, e sai feliz dos shows. Isso é muito gratificante. É um estímulo, que me faz acreditar cada vez mais no que faço. Continuo a compor e a beber em várias fontes musicais. Há agora uma interação grande entre os ritmos e estilos. Isso gera soma – uma espécie de unidade na diversidade. Gosto de compor em parceria. Hoje surgem novos parceiros. Mas também gosto de compor sozinho. A relação com a música é uma convivência integral, de que gosto muito. Faço meu trabalho com amor, viajando por lugares distantes do País, cidades do interior, na dimensão imensa deste País”, comentou.

Para informações sobre o artista, acesse: www.geraldoazevedo.com.br