Ney Piacentini lança livro sobre Eugênio Kusnet (SP)

Ney Piacentini lança livro no Teatro de Arena. Foto: Bob Sousa/divulgação

Nesta segunda-feira, 9 de junho de 2014, o ator e pesquisador Ney Piacentini, da Companhia do Latão, realiza o lançamento de seu livro Eugênio Kusnet: do ator ao professor, pela Hucitec Editora. O encontro contará com a participação do diretor Antunes Filho e de Carminha Góngora, assistente de Kusnet na elaboração do livro Ator e método. Ao lado de Ney Piacentini, eles falarão sobre o legado deste ator, diretor e professor de teatro russo que desde 1977 nomeia o Teatro de Arena administrado pela Funarte na rua Dr Teodoro Baima, onde acontecerá o evento.

Com apresentação de Antunes Filho, orelha de Paulo Betti e prefácio de João das Neves, a publicação é fruto de um mestrado na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), concluído em 2012. Nele, o autor investiga como Eugênio Kusnet (1898-1975) transformou-se em um pedagogo dedicado à arte do ator, e de que forma ele contribuiu para “a sistematização dos estudos dessa arte no Brasil”. Kusnet chegou ao nosso país em 1926 e participou, entre 1950 e 1970, de importantes movimentos de renovação do teatro nacional. A hipótese levantada por Ney Piacentini, em sua dissertação, é de que ele teria adquirido aqui – e não no seu país natal, como muitos sustentam – os conhecimentos que detinha sobre Stanislavski (1863-1938).

A trajetória de Eugênio Kusnet no Brasil está vinculada a três importantes companhias da história do nosso teatro: o Teatro de Arena (hoje Teatro de Arena Eugênio Kusnet), que surgiu em 1953 com o diretor José Renato; o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), fundado em 1948 pelo empresário Franco Zampari, e o Teatro Oficina, criado em 1958, com José Celso Martinez Corrêa à frente. Para este diretor, entre os trabalhos mais marcantes de Eugênio Kusnet como ator estão os personagens Otávio, em Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri (montagem de 1958, com direção de José Renato, no Arena) e Bessemnov, em Os pequenos burgueses, de Máximo Gorki, que estreou no Oficina em 1963. É no trabalho de Eugênio Kusnet neste último teatro, e no curso de atuação que ele criou ali, que reside o núcleo da pesquisa de Piacentini. Segundo ele, “foi durante a montagem de Os pequenos burgueses que esse discípulo de Stanislavski estabeleceu suas bases artísticas e técnicas sobre a arte de atuar, adaptando à nossa realidade os preceitos criados pelo Teatro de Arte de Moscou”.

Eugênio Kusnet deixou três livros sobre o trabalho do ator: Iniciação à arte dramática (1968), O método das ações inconscientes (1971) e Ator e método (1975). O texto de Piacentini traz depoimentos inéditos de Maria Della Costa, Fernanda Montenegro, Valmor Chagas, Flávio Migliaccio, Renato Borghi, Carminha Góngora, Antunes Filho e José Celso Martinez Corrêa, além de outros importantes atores e diretores da cena nacional.

A partir de 19 de junho, Ney Piacentini (que acaba de completar 35 anos como ator) entra em cartaz com três obras da Companhia do Latão, no Teatro da USP (TUSP): O círculo de giz caucasiano (de 19/6 a 6/7), O patrão cordial (de 3 a 27/7) e Ópera dos vivos (de 31/7 a 10/8).

Sobre o autor: Ney Piacentini iniciou sua carreira em 1979 na Universidade Federal de Santa Catarina. Fundou, em Florianópolis, o Grupo A de Teatro, com o qual ganhou o Prêmio Bastidores (1982) como melhor espetáculo e melhor ator infanto-juvenil, pela criação coletiva Vira e mexe. Foi ator e apresentador do programa Revistinha, da TV Cultura (Prêmio APCA de 1989 e 1990). Participou de diversos curtas e longas-metragens, como Trabalhar cansa, de Marco Dutra e Juliana Rojas, e O quanto vale é por quilo, de Sérgio Bianchi. Atuou em mais de 50 espetáculos teatrais, entre eles Crepúsculo de uma tarde de outono (1991), de Friedrich Dürrenmattt, O legítimo inspetor perdigueiro (1992), de Tom Stoppard, e Um céu de estrelas (1996), de Fernando Bonassi. Em 1997, a convite de Sérgio de Carvalho, ingressa na então recém-fundada Companhia do Latão, e participa de todas as peças do grupo, das quais se destacam: Ensaio sobre o latão, O nome do sujeito, O círculo de giz caucasiano (Prêmio Villanueva, 2007) e O patrão cordial (Prémio Questão de Crítica, 2013). Em 2014, Piacentini ganhou o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Categoria Especial – pela sua contribuição ao teatro paulista.

Debate e lançamento do livro: Eugênio Kusnet: do ator ao professor
Dia 9 de junho |Segunda, das 20 às 23h

Autor: Ney Piacentini
Participação no debate: Antunes Filho, Carminha Góngora e Ney Piacentini
Entrada franca

Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Rua Teodoro Baima, 94, Centro, São Paulo, SP. Tel (11) 3256-9463

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