‘Murundu’ chega a Belo Horizonte

Contemplado com o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna, o espetáculo Murundu, da Meia Ponta Cia de Dança, inicia a circulação pelo país, pela capital mineira, nos dias 30 e 31 de julho, quarta e quinta-feira, no palco do Teatro Bradesco. Depois, a companhia mineira segue para Natal (RN), nos dias 13 e 14 de agosto e, posteriormente, para Manaus (AM) nos dias 16 e 17. A concepção, direção e organização coreográfica são de Dudude Herrmann e a direção artística de Marisa Monadjemi.

O processo de Murundu – também contemplado com o programa O Boticário na Dança – começou em agosto de 2012 e teve como ponto de partida o clima, o tempo e o consumo no mundo, e como estes são assuntos rotineiros e cotidianos para qualquer ser humano.  A peça aborda a questão do homem como mais um vivente no planeta de maneira poética, usando objetos descodificados de suas funções básicas para criar um ambiente de paisagens inusitadas.

“Ou faz frio, ou calor, ou chove, ou seca. Há sempre um tom de reclame, sempre o tempo é culpado de todas as ingerências do viver contemporâneo e a impressão é que não se olha realmente para o porquê de tantas mudanças abruptas”, declara Dudude Herrmann, responsável pela concepção, direção e organização coreográfica de Murundu.

O espetáculo foi criado para quatro bailarinos/ performers, e é definido por Marisa e Dudude como uma obra aberta, já que está em constante exercício de apropriação de descobertas. Na etimologia, Murundu significa pequeno monte, mas na peça a palavra é apropriada como também um monte de coisas, das mais variadas juntas, emaranhadas, disformes, misturadas e potentes.

Murundu é tudo. Pode ser os bichos, as coisas, cada um vai ter uma leitura sobre isso, mas foi o meio ambiente a nossa principal fonte de inspiração para a criação do espetáculo”, conta Marisa Monadjemi, diretora artística da companhia.

Murundu conta com Marcelo Xavier na concepção da ambientação cênica e figurinos, elaborados a partir de um processo criativo de assistir ensaios e discutir sobre as imagens apresentadas e a ambientação e criação sonora é assinada por Renato Motha, músico e compositor.

A coreógrafa Dudude já colaborou com outros trabalhos da Meia Ponta Cia de Dança, na concepção de Poética das Nuvens (1992) e Brevidade (1999), que comemorou os cem anos da cidade de Belo Horizonte. Murundu marca o reencontro de Dudude com a companhia, que tem por hábito e desejo trabalhar com diversos coreógrafos e propor obras que envolvam o público adulto e infantil, o que lhe rendeu vários prêmios e convites para se apresentarem no Brasil e exterior.

O espetáculo Murundu recebeu indicações em seis categorias do Prêmio Copasa Sinparc de Artes Cênicas 2014: melhor espetáculo; trilha sonora (Renato Motha); concepção cenográfica (Marcelo Xavier); figurino (Marcelo Xavier); bailarina (Dorothé Depeauw) e concepção coreográfica (Dudude Hermann).

Meia Ponta Cia de Dança

Nos seus mais de 20 anos de percurso, a companhia buscou sempre valorizar o trabalho de pesquisa, fomentando o intercâmbio entre os diversos campos das artes, além de desenvolver uma linguagem própria na dança contemporânea. Com 11 espetáculos montados – Entre Amigos (1989), Wa’Ya Festa Xavante (1991), Poética das Nuvens (1992), Majnúm (1994), Brevidade (1999), Entre o Silêncio e a Palavra (2003), Coisa de Dentro e Do Contrário Assim Seria o Mesmo (2005), Murundu (2013) e os infantis De esconder para lembrar (2008) e Um lugar que ainda não fui (2010)  – a Meia Ponta já trabalhou com coreógrafos de grande importância para a dança brasileira, como Tuca Pinheiro, Mário Nascimento, Denise Stutz, Tindaro Silvano, Luis Arrieta, Arnaldo Alvarenga e Dudude Hermann, além dos artistas plásticos Marcelo Xavier, Mônica Sartori e Marcos Paulo Rolla, os músicos Kiko Klaus e Cláudia Cimbleris e o vídeomaker Leandro HBL.

Ficha Técnica:
Realização: Meia Ponta Cia de Dança e Marisa Monadjemi
Direção artística: Marisa Monadjemi
Concepção, direção e organização coreográfica: Dudude Herrmann
Bailarinos/performers: Eliana Carvalho, Karina Collaço, Dorothé Depaeuw, Guilherme Morais
Ambientação espacial e estudo de roupagem e objetos: Marcelo Xavier
Ambientação e criação sonora: Renato Motha
Produção: Mercado Moderno

SERVIÇO

Murundu em Belo Horizonte (MG)

Dias: 30 e 31 de julho, quarta e quinta-feira, às 21h  Teatro Bradesco, Rua da Bahia, 2244 – Lourdes – Belo Horizonte (MG)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Informações: 3227-7331

Murundu em Natal (RN)

Festival Renda – Rede Nordeste de Dança
Dias: 13 e 14 de Agosto, às 20h

Murundu em Manaus

Mova-se Festival de Dança
Dias: 16 e 17 de Agosto

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