Grupo de Improvisação ‘Maria Duschenes’ recebe o público na Funarte SP

Grupo divide com o público o legado de Maria Duschenes. Foto: divulgação

A partir desta quinta-feira, 21 de agosto de 2014, o projeto Âmbargris – Ocupação Cercos Choreográficos – inaugura mais um eixo de sua programação na Sala Renée Gumiel do Complexo Cultural Funarte SP. Sob o título de Extração da Raiz Infinita da Dança (ou Olhar Dança), o projeto traz espetáculos nos fins de semana, mostras de breves apresentações às quartas-feiras e reuniões dançantes, com ou sem a participação do público, às quintas.

Quem abre a série Olhar Dança, dia 21, é o Grupo de Improvisação de Movimentos Maria Duschenes. Seus participantes vão promover encontros abertos quinzenais, às quintas-feiras, sob a direção da artista e educadora Cilô Lacava. O grupo foi criado em abril de 2011 por profissionais que acompanharam, durante anos, a bailarina e professora húngara Maria Duschenes – ou Dona Maria, como era chamada – com a proposta de manter o conceito e a pesquisa da improvisação com base no Sistema de Análise do Movimento de Rudolf Laban (1879-1958), trazidos por ela ao Brasil. “A força, a ousadia e a presença do olhar artístico de Dona Maria foi vital e inédito em nossas vidas, tornando-se essencial”, assina o grupo, coletivamente.

Ao imigrar para o Brasil em 1940, Maria Duschenes introduziu em nosso país métodos que vão muito além das formas padronizadas de dança e conferem ao movimento uma visão holística de integração entre corpo e espírito. “Com a dança a gente fala com o mundo”, costumava dizer. Maria Ranschburg nasceu em Budapeste (Hungria), em 26 de agosto de 1922, e morreu este ano em São Paulo dia 5 de julho.Ainda na infância teve contato com a metodologia de ensino do músico suíço Émile Jacques-Dalcroze (1865-1950), que via na interpretação do ritmo por movimentos corporais um grande aliado do ensino musical.

Em 1937, Duschenes ingressou na Escola de Artes de Dartington (Inglaterra), onde foi aluna de Rudolf Laban. Para fugir da destruição causada pela Segunda Guerra Mundial, refugiou-se no Brasil, e aqui se casou com o arquiteto e professor de história da arte alemão Herbert Duschenes. Com os movimentos comprometidos por uma poliomielite aos 22 anos, a artista passou a se dedicar mais a fundo à coreografia e ao ensino, mas nunca deixou de dançar. Frequentou cursos na Inglaterra (Laban Center Movement), e nos EUA, com José Limón, Martha Graham, Merce Cunningham e Doris Humphrey, e abriu sua casa, no bairro do Sumaré, para aulas de dança. Lecionou em cursos de pós-graduação para a formação de educadores e desenvolveu um método terapêutico baseado no movimento.

“Somos e nos sentimos livres em nossos encontros: não nos ocupamos com nenhum padrão de movimentos ou estética pré-determinada em nossas pesquisas e análises de movimentos. Nos encontramos dançando”, antecipam os participantes do grupo.

O projeto Âmbargris – Cercos Choreográficos ainda trará, esta semana, três espetáculos de dança urbana com o grupo paulistano Chemical Funk. Confira.

Ocupação Âmbargris – Cercos Choreográficos
Diretora artística: Andreia Yonashiro | Diretora artística associada: Bárbara Malavoglia | Assistente de direção: Eliane Manfre | Direção de produção: José Renato Almeida | Produtora associada: Larissa Verbisck | Produtor do local: Pedro Stempniewski | Produtora executiva: Camila Ma.| Coordenação de luz: André Boll |Coordenação de som: Juliano Abramovay e Thomas Huszar | Corpo de profissionais: Fanta Konatê, Luis Kinugawa, Valéria Mattos, Barbara Freitas, Gisele Calazans, Renata Fernandes, Juliana França, Andreia Yonashiro, Bárbara Malavoglia, Ivo Alcântara, Nathalia Catharina, Robson Ferraz, Gicia Amorim, Maria Mommenshon, Junior Domingos, Cilô Lacava, Fernando José

Olhar Dança: Extração da Raiz Infinita da Dança

Encontros do Grupo de improvisação de Movimentos Maria Duschenes
A partir de 21 de agosto | Quinzenalmente, às quintas-feiras, 21h

Participantes: Marta Labriola, Tarcisio Tatit Sapienza, Silvia Pinheiro Machado, Marcelo Vilares, Rosana Mariotto, Luci Lurico Oi, Bárbara Hartz e Cilô Lacava
Organização e direção: Cilô Lacava
Entrada franca

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *