‘Música no Pátio do Capanema’: público concilia almoço e lazer durante shows

É impossível ficar indiferente ao som que emana do térreo do Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio, na hora do almoço. De segunda a sexta-feira, “desavisados” ou “velhos” conhecidos do projeto Música no Pátio do Capanema, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), aproveitam para relaxar, esquecer os problemas, aproveitar uma boa música e até almoçar. Esse é o caso da estudante Helena Basílio. No show desta segunda-feira, com Ricardo Duna (piano), Sergio Barrozo (contrabaixo) e Luisinho Sobral (percussão), a jovem prestigiou o trio sem abrir mão de seu almoço e sobremesa.

Helena se prepara para o vestibular de medicina estudando diariamente na Biblioteca Euclides da Cunha, localizada no prédio do Palácio Gustavo Capanema. “Um dia, estava na biblioteca e ouvi a música. Desci para ver e adorei. Esta é a quarta apresentação a que venho. Às vezes almoço por aqui mesmo ou  então saio para comer”, conta a fã de música instrumental e ex-aluna da Escola de Música Villa-Lobos. “Estou feliz de saber que o projeto vai até 19 de dezembro”, comemorou.

Nesta segunda-feira, Ricardo Duna, Sergio Barrozo e Luisinho Sobral homenagearam Tom Jobim. Eles tocaram, entre outras, Rio-Mar (do disco de Ricardo, lançado em 1994, no qual ele mostra composições no estilo do homenageado), La despedida, Paineira, Balada do Jô, Positivo, Bill Recomeçar a vida, além de duas músicas de Jobim, Fotografia e Lamento no morro.

Ainda nesta semana, os pianistas Rafael Vernet, Tomás Improta, Kiko Continentino e Márcio Hallack farão shows com seus convidados em tributo a Tom Jobim, Lupicínio Rodrigues, Dorival Caymmi, Milton Nascimento, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Na terça (11), Rafael Vernet convida Paulo Russo (baixo) e Kiko Freitas (bateria). No dia 12, quarta, Tomás Improta recebe Tony Botelho (baixo) e Ricardo Costa (bateria). Na quinta (13), Kiko Continentino estará com Alberto Continentino (contrabaixo) e Clauton Sales (bateria/trompete). No dia 14, sexta, é a vez de Márcio Hallack convidar Rômulo Duarte (baixo) e Victor Bertrami (bateria).

Sobre o Música no Pátio do Capanema
Até 19 de dezembro, a Funarte traz ao Centro do Rio um programa diferente e gratuito no horário do almoço. Nos pilotis do Palácio Gustavo Capanema, das 12h30 às 13h30, de segunda a sexta-feira, o público assiste a apresentações de música instrumental, no projeto Música no Pátio do Capanema. A iniciativa reúne artistas de renome do panorama musical brasileiro. Em cada apresentação, um pianista convida outros dois instrumentistas consagrados.

Próximas apresentações

Terça, dia 11 – Rafael Vernet convida Paulo Russo (baixo) e Kiko Freitas (bateria). Homenagem a Lupicínio Rodrigues
Rafael Vernet é pianista, compositor, arranjador e produtor musical. Nasceu em Bagé (RS), onde começou sua formação clássica. Ainda muito jovem, realizou diversos concertos e foi premiado em vários concursos nacionais e regionais de piano. Começou na música popular na década de 80, em Porto Alegre. Em 1987, mudou-se para o Rio de Janeiro. Tornou-se um dos mais prestigiados pianistas da sua geração. Participou de inúmeros shows, turnês e gravações ao lado de reconhecidos cantores e instrumentistas brasileiros e estrangeiros, como Hermeto Pascoal, Ed Motta, Toninho Horta, Paulinho da Viola, Zé Renato, Joyce Moreno, Chico Pinheiro, Mario Adnet, Flavio Venturini, Lô Borges, Jean-Paul “Bluey” Maunick, Josee Koning, Scott Feiner, Jan Dumée, Harvey Wainapel, Paula Santoro, Leo Gandelman, Hector Costita e Mauro Senise, entre outros. Com alguns desses artistas, tem se apresentado nos mais importantes clubes e festivais de jazz da Europa, da Ásia e EUA. Como produtor musical e arranjador Rafael trabalhou nos CDs de Paula Santoro, Claudio Lins e Kleber Lucas, entre outros. Mantém, ainda, um trabalho autoral solo e um duo com o percussionista Marco Lobo; e dá aulas e oficinas por todo o Brasil.

No show, o trio tocará, de Lupicínio Rodrigues, Esses Moços, e Se acaso você chegasse. De Tom Jobim/Aloysio de Oliveira, o público ouvirá Inútil Paisagem. Estão no repertório, ainda, Steps (Vitor Assis Brasil), Prenda Minha (Folclore Gaúcho), Meu fraco é café forte (Don Salvador), Jade Visions (Paulo Russo) e 765, do próprio Rafael Vernet.

Quarta, dia 12 – Tomás Improta convida Tony Botelho (baixo) e Ricardo Costa (bateria). Show Dorival – em homenagem a Dorival Caymmi
O show Dorival apresenta o repertório do CD de mesmo nome, gravado pelo grupo do tecladista e pianista carioca Tomás Improta, em 2003, somente com músicas de Caymmi. “Muitas composiçóes do mestre se adequam perfeitamente à uma linguagem instrumental”, diz Improta, que desde criança teve contato com a música do compositor, pela qual nutriu crescente admiração. O próprio Caymmi ouviu o disco e comunicou ao músico o grande apreço que teve pela obra. O show inclui as músicas O Bem de Mar, Canção Antiga, Canto de Nana, Você não sabe amar, Adeus da Esposa, Horas, Cala a Boca Menino, Tão SóMarina.

A infância de Tomás Improta foi marcada pela atmosfera musical de sua família. Sua mãe, Ivy, era pianista clássica, de projeção internacional. Seu pai, Eurico, também pianista, destacava-se como um dos mais importantes críticos de música erudita do Brasil. Com cinco anos de idade, antes de começar os estudos formais de música, Tomás venceu o concurso de iniciação musical do Conservatório Brasileiro de Música (CBM) onde ganhou uma bolsa de estudos. Começou a compor e a improvisar ao piano e a estudar o instrumento. Teve aulas com renomados mestres, como Lidy Mignone, Francisco Mignone, Marlos Nobre, Esther Scliar, Alda Caminha, Lícia Lucas, Linda Bustami, Lúcia Branco, Luís Paulo Sampaio e Nise Obino, entre outros. Na década de 60, apaixonado por jazz e bossa nova, participou de vários grupos instrumentais. Ao mesmo tempo, começou a exercitar sua vocação de teórico da música, professor de piano e jornalista, produzindo e escrevendo programas sobre jazz, para as rádios MEC e Roquete Pinto; e publicando artigos em revistas. Por volta de 1970, começa a tocar profissionalmente em casas noturnas e teatros. Tornou-se um dos mais ativos tecladistas do país, sendo chamado por grandes estrelas de nossa música, como Alcione, Baden Powell, Bebel Gilberto, Billy Blanco, Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan, Elba Ramalho, Elizeth Cardoso, Erasmo Carlos, Gal Costa, Gilberto Gil, João Bosco, João Donato, Jorge Mautner, Lenine, Lúcio Alves, Luís Melodia, Maria Bethânia, Nara Leão, Paulo Moura e Sandra de Sá, entre outros. Em 1980, foi considerado pelo Jornal da Música o melhor tecladista do país e seu grupo instrumental, o Mandengo ficou entre os melhores do ano. Recebeu excelentes críticas do exterior – inclusive por suas participações em três edições do Festival de Montreux. Trabalhou para o teatro, cinema e TV. A partir de 1990 passou a se dedicar quase exclusivamente à carreira solo instrumental, em shows e em gravações dos seus próprios CDs (gravou sete). Tem-se apresentado na Argentina, Paraguai, Colômbia e Suíça. No Brasil, dirige vários grupos musicais e shows. Participa dos grupos Tango Negro, Cortazar-C.Parker, Thelonius Monk e Rio World Jazz Orchestra.

Quinta, dia 13 – Kiko Continentino convida Alberto Continentino (contrabaixo) e Clauton Sales (bateria/trompete). Homenagem a Milton Nascimento
O repertório do show inclui, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, Nada Será como AntesCravo & Canela; de Milton e Marcio Borges, Tarde e Vera Cruz, além de seis músicas de Kiko Continentino e parceiros.

Reconhecido como excelente pianista, tecladista, compositor, arranjador e produtor musical, atuou ao lado de grandes estrelas da MPB. Tem 43 anos. Aos 15 já se apresentava profissionalmente. Suas principais referências são o jazz e o instrumental brasileiro popular, em seus variados ritmos, numa mistura de música acústica e eletrônica. Há mais de quatorze anos, integra a banda de Milton Nascimento (com a qual excursiona pelo mundo). Tem parcerias musicais com Milton, para quem também faz arranjos. Atuou com alguns dos maiores nomes da música nacional, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Leny Andrade, João Bosco, Maria Bethânia, Seu Jorge, Leila Pinheiro, Guinga, Jane Duboc, Edu Lobo, Chico Buarque, Emílio Santiago, Marcos Valle, Toninho Horta, Erasmo Carlos, Claudio Zoli, Ivete Sangalo, Nivaldo Ornelas, Mauro Senise, Silvio César, Pery Ribeiro, Os Cariocas e MPB4, entre outros. Formou um com seus irmãos Jorge e Alberto Continentino o grupo instrumental ContinenTrio, além de dois duos – com o contrabaixista Paulo Russo e com o percussionista Marco Lobo. Em 2007, começou carreira internacional com o Trio Sambajazz, com Luiz Alves no contrabaixo e Clauton Sales (Neguinho) na bateria e no trompete. O trio se apresentou na Ilha de Malta (Europa) e em Trípoli, (África), além de participar dos principais festivais, programas de TV e casas de música do Brasil. O talento do conjunto foi amplamente destacado por especialistas como Arlindo Coutinho, José Domingos Raffaelli, Luiz Carlos Antunes (Llulla), Antonio Adolfo, Tárik de Souza, José Domingos Raffaelli, Maria Luiza Kfouri, Maurício Gouvêa, Fernando Brant, Beto Kessel, Luiz Carlos Antunes, Nelson Faria, Bebeto Castilho, Leandro Souto Maior, Júlio Assis, Carlos Calado e Antônio Carlos Miguel, entre outros.

Kiko Continentino vem-se tornando um especialista na obra de Tom Jobim. Em 2000, foi convidado a compor o Quarteto Jobim Morelenbaum, que se apresentou no Brasil, EUA, Europa e Japão. Em 2007, idealizou e realizou o show comemorativo dos 80 anos de Jobim. Participou de várias apresentações autorais e eventos variados, como, em 2006, o que reuniu os principais nomes do movimento Clube da Esquina; nos Blue Note de Nova York e de Tóquio; no Hollywood Rock 1994, com Fernanda Abreu; e no Rock in Rio 2001, com Gilberto Gil e Milton Nascimento. Apresentou-se em Nova York, no Lincoln Center e no Carneggie Hall. Participou de vários festivais europeus como Montreux, Umbria e Viena; e muitos outros. Gravou com João Bosco e Ivete Sangalo, entre outros. Fez arranjos e produção musical para Claudio Zoli, Erasmo Carlos, Zé Ricardo, Jane Duboc, Arthur Maia, Seu Jorge, Chico Buarque, Bernardo e Edu Lobo, entre outros. Como compositor, tem parceiros como Milton Nascimento, Fernando Brant, Seu Jorge, Chico Amaral e Altay Veloso, entre outros. Participou de discos como o Sambajazz Trio, em que assina quatro composições. Recebeu inúmeros elogios em depoimentos de críticos e artistas brasileiros e estrangeiros, como Arthur Maia, Pascoal Meirelles, Mauro Senise, José Domingos Raffaelli, Alan Romero, Mauro Montalbani, Bryan Zoran, Luís Sérgio dos Santos, Mark Holston e Milton Nascimento, entre outros.
Mais informações: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=132352208

Sexta, dia 14 – Márcio Hallack convida Rômulo Duarte (baixo) e Victor Bertrami (bateria). Homenagem a Ernesto Nazareth e Pixinguinha
O Pianista, compositor e arranjador Márcio Hallack foi Indicado ao Prêmio Tim de Música Brasileira 2003, pelo CD De Manhã – entre outras premiações, como o II Prêmio BDMG-Instrumental (2002 e 2007). Recebeu críticas elogiosas de José Domingos Raffaelli, Tárik de Souza, Antonio Carlos Miguel e Zuza Homem de Melo, entre outros. Participou dos álbuns Sueli Costa e Cacaso, de Daniela Aragão e O Tempo e o Lugar, de Fernanda Cunha, gravado nos EUA (2002) e indicado pelo site Myspace para a categoria “Wonderful pianists” – 2009. Já se apresentou ao lado de grandes nomes nacionais e internacionais, como Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Mauro Senise, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelembaum, Hélio Delmiro, Victor Biglione, David Chew, Jean Pierre Zanella (Canadá), Kip Reed e Matt Perko (com os quais gravou nos EUA), e muitos outros. Participou do Thelonius Jazz, em 2011, ao lado chilenos neozelandeses. é considerado um dos grandes nomes da música instrumental brasileira, como um dos mais fortes expoentes de Minas Gerais. Iniciou como autodidata e ingressou no Conservatório Estadual De Musica Haydeé França Americano (Juiz de Fora) e, em seguida, no Conservatório Brasileiro de Musica de Barbacena, onde tirou primeiro lugar. Entre seus professores estiveram Esther Scliar, Luis Eça, Vilma Graça, Gilberto Tinetti, Antonio Bessan, Andre Pires, Vitor Santos, Sylvio Gomes, Maria Teresa de Assis, Sérgio de Sabbatto, Todd Murphy e outros. Foi parceiro de Murilo Antunes, do Clube da Esquina, entre outros. No cinema, fez trilhas sonoras, arranjos e participações. Em TV, fez um especial sobre seu trabalho, entre outras participações. Participou de festivais e shows como o Thelonius Jazz (Chile), o Free Som (Free Jazz), o Pro Jazz (Juiz de Fora), o Rio das Ostras Instrumental e em locais como a Modern Sound, o Espaço Constituição e a Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro. Recentemente se apresentou em Nova York, no Zinc Bar, Arlene´s Grocery, com Nelson Angelo. Lançou o CD Aquelas Canções (2014), com parceiros como Murilo Antunes, Luiz Sergio Henriques e Moacyr Luz.

No show, o trio vai tocar músicas de Ernesto Nazareth, como OdeonApanhei-te cavaquinhoEscorregando; de Pixinguinha, como Segura ele Carinhoso; e de Dorival Caymmi (Maracangalha Só louco). Estão na pauta, ainda, Desafinado (Tom Jobim) e Feitio de oração (Noel Rosa), além de quatro músicas autorais de Márcio Hallack e de Partido Alto 2, de José Roberto Bertrami.
Mais informações: www.marciohallack.com

Música no Pátio do Capanema
De segunda a sexta-feira, das 12h30 às 13h30
GRÁTIS

Palácio Gustavo Capanema
Esquina das Ruas Graça Aranha e Araújo Porto Alegre
Rua da Imprensa, nº 16 – térreo – área externa
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte/ Centro da Música

_________________________

Mais informações ao público
Centro da Música/Funarte
cemus@funarte.gov.br
Tel. (21) 2279 8001

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *