Renata Sorrah é a próxima entrevistada nos Diálogos com Amir Haddad, dia 11, no Rio

A atriz Renata Sorrah é a entrevistada de terça-feira, dia 11 de novembro, às 19 horas, na série Diálogos com Amir Haddad. no Teatro Cacilda Becker, Zona Sul do Rio. Idealizado pelo Centro de Artes Cênicas da Fundação Nacional de Artes – Funarte, o projeto propõe encontros entre personalidades do teatro brasileiro e o público. Marília Pêra encantou a plateia na estreia do projeto, dia 24 de outubro. condutor da conversa é o diretor Amir Haddad. José Celso Martinez Corrêa e Aderbal Freire Filho serão os próximos convidados.

Nos encontros, os profissionais de teatro são entrevistados por Haddad sobre suas experiências na arte teatral, a trajetória na carreira, a troca com outros colegas de ofício, além de falarem sobre trabalhos, incluindo os mais recentes. Diálogos com Amir Haddad pretende transmitir ao público o processo criativo dos artistas entrevistados,  sob a ótica de Amir Haddad, diretor que passou por diversas fases do teatro brasileiro, experimentando variados estilos, desde o teatro tradicional ao teatro de rua.

A Funarte vai gravar e editar as quatro entrevistas que serão disponibilizadas, posteriormente, no portal da instituição para acesso como fonte de pesquisa e informação. As entrevistas serão realizadas no Rio de Janeiro, no Teatro Cacilda Becker, no Largo do Machado; e na cidade de São Paulo, no Teatro Oficina. Os encontros são sempre as terças, às 19 horas, com entrada gratuita.

A entrevista com Marília Pêra

O primeiro dia da série Diálogos com Amir Haddad teve histórias sobre os bastidores de montagens, encontros memoráveis, personagens polêmicos, peças que marcaram épocas, confissões e desabafos. Por quase duas horas, a atriz Marília Pêra abriu suas memórias para falar sobre sua trajetória no teatro, na primeira entrevista ao diretor Amir Haddad, realizada na terça (28/10), no Rio, no Teatro Cacilda Becker A plateia, em sua maioria formada por jovens estudantes e profissionais de teatro, ouviu com atenção e encantamento as saborosas histórias contadas pela atriz. Ao final da conversa, alguns espectadores fizeram perguntas a Marília sobre os recursos que ela utiliza para a construção e desconstrução de um personagem e pediram sugestões para a iniciação na profissão. O presidente da Fundação Nacional de Artes, Guti Fraga, acompanhou o encontro da plateia, juntamente com diretores e outros servidores da Funarte.

Sobre Amir Haddad

Diretor e ator, iniciou a carreira em grupos alternativos na década de 1970, fundamentando seu trabalho na disposição não convencional da cena; desconstrução da dramaturgia; utilização aberta dos espaços cênicos; e interação entre atores e público. Nos anos 50, com José Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, participa da criação do Teatro Oficina (SP). Com A Incubadeira, de José Celso Martinez Corrêa (1959), ganha seu primeiro prêmio na direção. Depois, é premiado com dois Molière: A Construção, de Altimar Pimentel (1969) e O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau (1970). Com Tango, de Slawomir Mrozec (1972), recebe o prêmio Governador do Estado do Rio de Janeiro. Em 1980, funda o Tá na Rua, fazendo apresentações de rua baseadas em cenas de criação coletiva. Realiza trabalhos no teatro comercial, que lhe valem o Prêmio Shell (Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar/1989) e o Prêmio Sharp (O Mercador de Veneza, de Shakespeare/1996). Tem atuações também como professor na Escola de Teatro do Pará (1961 a 1964); Escola de Teatro da Universidade do Rio de Janeiro (1966 a 1973), e na Escola de Teatro Martins Pena (1965 e 1978). Trabalha na Formação do Núcleo de Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1992 a 1995), além de aplicar cursos em eventos de artes cênicas no país e no exterior, sendo, inclusive, pedagogo convidado da Escola Internacional de Teatro Latino-Americano e Caribe, em Havana.

Sobre os convidados

Marília Pêra

Filha dos atores Dinorah Marzullo Pêra e Manoel Pêra, Marília estreou na tragédia grega Medéia, aos quatro anos. Jovem, se apresentou dançando em My fair lady, com Bibi Ferreira e Paulo Autran. Em mais de 60 anos de carreira, transitou por todos os gêneros teatrais – tragédia, comédia, drama e musical. Brincando em cima daquilo (1984a 1986); Mademoiselle Chanel(2004 a 2007), com temporada em Paris; Apareceu a Margarida (1994) eMaster Class (1996/1997) estão entre seus sucessos no teatro. Em televisão, já atuou em novelas, minisséries, humorísticos, especiais e seriados. Seu personagem mais recente foi Darlene no seriado Pé na cova, na TV Globo. No cinema, são quase 30 longas-metragens, com destaque para a prostituta Suely de Pixote, a lei do mais fraco. Atriz premiada tanto no teatro como no cinema, Marília é também diretora de teatro e shows, coreógrafa, bailarina e cantora.

José Celso Martinez Corrêa

O diretor, autor e ator paulista é um dos mais importantes encenadores brasileiros. Seu trabalho tem destaque na década de 1960, como líder do Teatro Oficina, onde desenvolveu montagens, baseadas no método Stanislavski,consideradas antológicas, tais como O Rei da Vela, Na Selva das CidadesPequenos Burgueses, este último lhe rendeu todos os prêmios de melhor direção do ano. Nesse período, muda seu trabalho para o teatro épico de Bertolt Brecht, e o Oficina firma posição contra a perseguição e violência do regime militar à época. Nos anos 1970, vivencia as experiências da contracultura, transformando-se em líder de uma comunidade teatral e das montagens de suas criações coletivas, e num dos ícones da Tropicália. Nos anos 90, reorganiza a companhia e propõe interação constante entre vida e teatro.Encena Ham-let, inspirado na obra de William Shakespeare, ganhando os prêmios Shell e Mambembe de melhor direção. A montagem reinaugura o Teatro Oficina, fechado desde 1974, com reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi, transformando-o numa “rua cultural”. Monta: Mistérios Gozozos, de Oswald de Andrade; As Bacantes, de Eurípides ;Para Dar Um Fim no Juízo de Deus, de Antonin Artaud; Ela, de Jean Genet; Taniko, o Rito do Vale, de Zenchiku e Cacilda!, texto premiado de sua autoria, livre biografia de Cacilda Becker; e Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues.

Renata Sorrah

Atriz e produtora, trabalhou com muitos diretores destacados na cena teatral, como Amir Haddad, João das Neves, Celso Nunes, Sérgio Britto, Ulysses Cruz, Gabriel Villela e Felipe Hirsch. Entre seus trabalhos mais importantes estão Antígone, de Sófocles; A Gaivota, de Anton Tchekhov; Há Vagas para Moças de Fino Trato, de Alcione Araújo; É… , de Millôr Fernandes. Por Afinal…Uma Mulher de Negócios, de Fassbinder e Os Veranistas, de Máximo Gorki, ambos com direção de Sérgio Britto, recebeu dois prêmios Molière consecutivos de melhor atriz. As Lágrimas Amargas de Petra von Kant, de Fassbinder; e Mary Stuart, de Schiller são outras montagens de destaque no teatro. Renata iniciou carreira na TV em 1969, na Rede Tupi, com a novela Um Gosto Amargo de Festa. Entre sua atuações marcantes no veículo estão Heleninha Roitman, em Vale Tudo(1988); e Nazaré Tedesco, de Senhora do Destino (2004). A atriz também atuou em muitos filmes do cinema nacional. Atualmente, interpreta a vilã Gláucia Beatriz, na novela Geração Brasil, da TV Globo.

Aderbal Freire Filho

Estreou em 1970 como ator em Diário de Um Louco, de Nikolai Gogol. Como diretor, a primeira montagem foi O Cordão Umbilical, de Mario Prata (1972); o primeiro sucesso, o monólogo Apareceu a Margarida, de Roberto Athayde (1973). No final dos anos 70, dirige montagens, inclusive de ópera, na Argentina, Uruguai, Holanda, Colômbia, e participa de festivais e mostras internacionais de teatro. Reativa o Teatro Glaucio Gill, no Rio, onde estreia A Mulher Carioca aos 22 Anos, recebendo o Prêmio Shell. Na década de 1980, realiza experiências com teatro de rua, em grandes montagens de dramas sacros e adaptações para Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade. Moço em Estado de Sítio (1981), de Oduvaldo Vianna Filho, inicia uma fase criativa do diretor na busca pela teatralidade com o elenco tomando o texto teatral como eixo da criação. Besame Mucho, de Mario Prata (1983) lhe dá os prêmios Paulo Pontes e Mambembe; e Mão na Luva, de Oduvaldo Vianna Filho (1984), dois Mambembes e o Golfinho de Ouro. Nos anos 90, dedica-se a personagens históricos: Lampião, dele próprio; O Tiro Que Mudou a História, sobre Getúlio Vargas; e Tiradentes, Inconfidência no Rio, ambos dele e de Carlos Eduardo Novaes. Quatro anos depois, assume o Teatro Carlos Gomes, onde realiza, entre outros, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues. Também tem atuação como professor na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras, na Escola de Teatro Martins Pena e na Faculdade de Letras da UFRJ. Na Escola de Comunicação da UFRJ, coordena um curso de pós-graduação lato sensu.

Diálogos Com Amir Haddad

Programação

28 de outubro,às 19h
Entrevistada: Marília Pêra
Local: Teatro Cacilda Becker

4 de novembro, às 19h
Entrevistado: José Celso Martinez Correa
Local: Teatro Oficina

11  de novembro, às 19h
Entrevistada: Renata Sorrah

Local: Teatro Cacilda Becker

18 de novembro, às 19h
Entrevistado: Aderbal Freire Filho
Local: Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338
Largo do Machado – Rio de Janeiro (RJ)
(21) 2265-9933

Teatro Oficina
R. Jaceguai, 520
Bela Vista – São Paulo (SP)
(11) 3104-0678

*Entrada franca, sujeita à lotação

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro de Artes Cênicas

Mais informações
ceacen@funarte.gov.br