Sarau Temos Palco volta à Funarte SP, com break, funk, rap e poesia

A Funarte SP recebe, na Sala Guiomar Novaes, em Campos Elíseos, na capital paulista, a sétima edição do Sarau Temos Palco, na segunda-feira, dia 17 de novembro, às 18h30. A iniciativa da Fundação Nacional de Artes – Funarte reúne jovens talentos das áreas de circo, dança, teatro, música, artes visuais, poesia e artes integradas, de todo o país.

O evento será aberto com a dança break e a música soul funk de Nelson Triunfo, artista convidado, e seu grupo Funk & Cia. Em seguida, entrará em cena Eder, que vai declamar um poema. A seguir, é a vez de outro convidado: o Rapper Prodigio; e, depois, do Passinho do Romano, com Mc Nex – Funk. Sampa Master faz uma apresentação de dança break. A programação terrmina com Four Funk’s, que fará um número de dança. O evento será encerrado às 20h10.

O Temos Palco tem como objetivo incentivar vocações artísticas, valorizar novos talentos e abrir espaço para todas as expressões de arte, além de promover intercâmbio cultural. A programação reúne jovens artistas das mais diversas áreas. O evento é realizado de modo descontraído e divertido, para que as pessoas criem uma identidade e se sintam parte desse movimento cultural. O evento já foi levado ao Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. As próximas cidades a serem alcançadas são: Recife (PE), Brasília (DF), Manaus (AM), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Esteio (RS). Os interessados devem fazer suas inscrições através de e-mails específicos para cada estado – veja abaixo, na programação.

Algumas atrações em São Paulo

Sobre Nelson Triunfo e a Funk & Cia. – O convidado Nelson Gonçalves Campos Filho, o Nelson Triunfo, acumula as atividades de dançarino, poeta e compositor; produtor, coordenador e supervisor cultural; arte educador, educador social e palestrante. É conhecido defensor e entusiasta da “black music” e do hip hop no Brasil. Ele nunca imaginou que sairia de um município pequeno como Triunfo, no sertão de Pernambuco, para ficar conhecido nacionalmente como um precursor dos ideais da cultura hip hop e ser considerado uma das maiores referências culturais da dança e da cultura de rua. Cresceu cercado por danças como maracatu e frevo, num dos bairros mais pobres da cidade, na época. Em 1971, aos quinze anos, foi estudar na Bahia. Depois, se mudou para Brasília; e, em seguida, para São Paulo. Foi aí que teve o primeiro contato com uma nova dança, que acompanhava um novo tipo de som: o soul funk. Freqüentou bailes e formou seu primeiro grupo, o Black Soul Brothers em 1977. No ano seguinte formou um dos mais aplaudidos grupos nacionais de “black music’ de todos os tempos: o Funk & Cia, com um jeito diferente de dançar, com dançarinos que escolheu, em rodas de soul, nos bailes. Foi quando que a carreira de Nelson decolou. No inicio dos anos 80, ele ousava mais uma vez, em apresentações do grupo numa esquina do no Centro da capital paulista. “Nessa época, fazer arte de rua era desafiar o regime militar”, lembra o artista. “O local, na Rua 24 de Maio, tornou-se o primeiro ponto de encontro dos dançarinos de rua no Brasil”, diz. O Funk & Cia inovava sempre e ganhou vários prêmios.

No inicio da década de 80, surgiu a cultura hip hop no Brasil. Nelson também ajudou a erguê-la e seu nome ficou associado à essa linguagem. Participou de Shows com vários artistas como James Brown, Jimmy Clif, Kool Moe Dee, Toni Tornado, Gilberto Gil, Sandra de Sá, Thaide e Dj Hum, e outros; e de filmes, como A marvada Carne. Realizou trabalhos em seus vários campos de atividade, alguns em parceria com os governos – federal, estadual e municipal – com o terceiro setor e com o sistema SESC, entre outras parcerias. Participou da abertura de uma telenovela, em 1984 e de vários outros programas como dançarino, músico e palestrante – entre eles Fantástico, Programa do Jô, Globo Repórter e Planeta Xuxa, entre outros. Desde os anos 80, desenvolve e coordena oficinas culturais de hip hop e é constantemente conv idado para fazer palestras em faculdades sobre cultura de rua. Realizou projetos em várias cidades do Brasil e também na Europa. Em 2006, a convite, levou jovens brasileiros para integrar o show de abertura da copa do mundo na Alemanha. Em 2008, recebeu a Medalha da Ordem do Mérito Cultural (Ministério da Cultura). Desenvolve ações de capacitação de professores. Coordena atividades de um coletivo de artistas da cultura hip hop, junto à Secretária de Estado da Cultura de São Paulo, e continua os shows com o Grupo Funk & Cia. “Ele procura manter viva toda a essência da original cultura de rua”, considera.

Sobre Prodigio – Rapper e grafiteiro atuante há 19 anos, o convidado Prodigio montou seu grupo, o H.A.L., aos 18 anos de idade, o qual foi campeão no festival de rap do Município de Ferraz de Vasconcelos (SP). O conjunto gravou músicas para a coletânea de rap Das Ruas para o mundo, com nomes como Facção Central, R.P.W e MRN, produzida pelos renomados produtores Fábio Macari e DJ Erick 12. As músicas estiveram entre as mais pedidas nas rádios, o que rendeu ao artista o convite de uma gravadora, para o lançamento de um álbum do grupo. Isso levou suas músicas para rádios com grande audiência. Com esse sucesso a H.A.L. cantou nas melhores eventos de rap da época – como o do lançamento do clip de M.V. Bill – e acompanhou nomes como Sabotagem, RZO, e outros. Prodigio saiu do grupo formou outro: o Bombardeio H2L, que foi campeão no festival da revista Rap Brasil. Em 2006, Prodigio começou seu projeto solo, com o qual foi campeão de vários festivais de música.

Com o propósito de trazer apreciadores de outros estilos musicais e novos olhares para o rap, o artista gravou um DVD só com rap em estilo acústico, ao lado de vários músicos de outros gêneros. Isso lhe proporcionou fazer shows com artistas como Dead Fish, Raimundos e Planta e Raiz. Prodigio lançou seu CD solo Prodigio Pru Komsumu Dus Tortus, com participações de Freakshow, da inglaterra, entre outros nomes de peso. “O reconhecimento ao meu trabalho enfim veio, com o convite para gravar a coletânea World Wide Conection, com rappers da europa e Brasil”. O artista foi convidado para matérias em programas de TV, como A Liga e Manos e Minas e o noticioso SP TV. Lançou seu primeiro videoclipe, produzido pelo conhecido rapper e produtor inglês Barnabé Freixo. Atualmente está na etapa de produção do seu novo CD solo Poesias do Asfalto, em breve nas lojas.

Como surgiu o sarau Temos Palco

A ideia do sarau Temos Palco surgiu do encontro de jovens durante o Curto Circuito da Juventude, promovido pelo Ministério da Cultura e pela Funarte, em março de 2014, em Brasília. Nesse evento, participantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Manaus, Brasília e Recife se reuniram com o Ministério da Cultura. Desde então, foram realizadas reuniões entre jovens do Estado do Rio de Janeiro com o presidente da Funarte, Guti Fraga, e foi criada a proposta do sarau.

Sarau Temos Palco – Próximos eventos

Serviço:

Sarau Temos Palco
Quarta edição
3 de novembro de 2014 – segunda-feira, das 18h30 às 20h10
Entrada gratuita

Local: Funarte SP – Sala Guiomar Novaes
Al. Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo (SP)
Tel.: (11) 3662-5177

Programação

  • Abertura: 18h30
  • Nelson Triunfo e Funk Cia. – break e Soul Funk)
  • Eder – declamação de poema
  • Rapper Prodigio
  • Passinho do Romano, com Mc Nex – Funk
  • Sampa Master – break dance
  • Four Funk’s – Dança
  • Encerramento: 20h10

Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte/Ministério da Cultura

Produção regional SP
Produtor Executivo: Jean Batista Campos
Produtor Auxiliar: Bruno Ramos
Fotografo: Alan Perez

Mais informações
https://www.facebook.com/coletivotemospalco?fref=ts
(ou através dos e-mails estaduais)