O Rio de Janeiro recebeu, no dia 2 de dezembro, mais uma edição do sarau Temos Palco, programa no qual a Fundação Nacional de Artes – Funarte reúne atrações das mais diversas áreas artísticas, com entrada franca, em várias cidades do país. As apresentações ocuparam a Sala Sala Funarte Sidney Miller, no Rio, a partir das 18h.
O Temos Palco tem como objetivo incentivar vocações artísticas, valorizar novos talentos e abrir espaço para jovens artistas de circo, música, dança, artes visuais, teatro, poesia; e todas as demais expressões de arte, além de promover intercâmbio cultural. A programação já foi realizada várias vezes no Rio e nas representações da Funarte em São Paulo, em Brasília e em Belo Horizonte e Recife; e uma vez em Manaus e em Esteio (RS). O evento é realizado de modo descontraído e divertido, para que as pessoas criem uma identidade e se sintam parte desse movimento cultural.
Algumas das atrações
Dança break – Back to Essence Crew – Também conhecida como B2E Crew, a equipe de break – um dos pilarees da cultura Hip hop – tem seis integrantes. Formado em 2012, o grupo já participou de diversos eventos e competições importantes, como o Rock In Rio (Palco Street Dance); o Red Bull BC One Cypher (competição entre dos melhores b-boy’s do Brasil). Alguns dos integrantes da companhia fazem do espetáculo A Vida de um b-boy, de Jonas França. A montagem, em que atores dançarinos, de diversas regiões do Estado do RJ interpretam situações de suas próprias vidas, já passou por várias casas de espetáculos importantes da capital, como os teatros Net Rio, Clara Nunes e Ipanema a Sala Badel Powell e a casa de shows Imperator. A Back to Essence Crew realiza o evento Street Love, direcionado para danças urbanas em geral, com competição entre os participantes. Nesse Temos Palco, o coletivo convidou b-boys para um número de dança que reproduz uma cypher de b-boys. “Ela retrata o que acontece nas ruas em relação ao break”, dizem os artistas.
Mais informações sobre o grupo e sobre o Street love: Back to Essence Crew Street Love
Cinema – curta-metragem Alegria de Criança – O filme mostra, ao mesmo tempo, a questão cotidiana da desigualdade social e os problemas ambientais, através dos moradores de rua Vitor e Léo. Cansados da situação em que se encontram, enxergam em pedaços de madeiras descartadas por operários de uma fábrica a esperança para conseguirem alcançar a alegria há tanto os haviam abandonado. Com martelo, pregos, parafusos e madeiras, eles conseguem construir felicidade.
Artes Visuais – pintura com a boca – Jefferson Maia – O pintor Jefferson Maia, da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés, mostrou ao público sua técnica de pintura com a boca. Formado em pedagogia pela Universidade Gama filho e artista plástico, Jefferson sofreu um acidente, que o deixou tetraplégico. “Não perdi as esperanças e a pintura foi um dos caminhos que escolhi”, explica o artista, que hoje tem mais de 150 obras, espalhadas por vários países, pinta profissionalmente e ministra palestras motivacionais. “Eu me adaptei a pintar com a boca, a partir do incentivo de um colega. Sou membro da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés , que fica em Liechtenstein [um pequeno país, vizinho da Suíça]. A APBP promove, através das nossas obras, cartões e calendários e outros produtos, vendidos no mundo todo”, comenta Jefferson. A instituição começou em 1956, quando artistas com deficiência física, de vários países europeus, se reuniram. Seu objetivo era ganhar o próprio sustento, através de seu esforço e de sua arte. Agora, eles são 800 associados em 75 países – 47 deles estão no Brasil. “Sempre há novas possibilidades para a pessoa com deficiência. Mesmo quando estamos rodeados de dificuldades”, conclui Jefferson.
Dança – Artcarioca – Fundado em 2014, o Artcarioca, é formado por jovens que moram na Zona Norte do Rio. Eles se reuniram para formular um show com ritmos brasileiros. Seu grande diferencial é a utilizar a experiência individual de cada integrante e as suas diversas formações em dança. O espetáculo apresentado inclui axé, funk, forró, samba e novos ritmos latinos, adaptados e recriados pelos bailarinos. “Nossa proposta é demonstrar que ritmos populares possam se unir e tomarem uma forma nova – mas sem perder sua essência”, diz o grupo.
Dança inclusiva – Cia. de Dança Viviane Macedo – Composta por instrutores cuja ação é direcionada a pessoas cadeirantes e andantes, a Cia. de Dança Viviane Macedo apresentou uma coreografia com jovens artistas. A iniciativa, realizada em parceria com a Escola Carioca de Dança, tem o intuito de desenvolver a dança em pessoas com e sem deficiência. “Levamos a inclusão através da dança para todos os lugares. Mostramos que ela é possível em qualquer lugar; que não há limitações para isso e que todo mundo pode dançar”, disse Viviane, que também participa da equipe de produção do Temos Palco. A proposta da Companhia é desenvolver o corpo e a mente, sincronizando os aspectos emocional, intelectual e físico, na medida de cada pessoa. Sua missão é promover a integração, a inclusão e a interação das pessoas com deficiência, valorizando suas competências e possibilitando o seu aperfeiçoamento. O grupo faz apresentações em empresas, escolas e espaços culturais.
Dança de rua – Grupo do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) – Com um grupo de 12 jovens artistas surdos, o grupo de artes cênicas do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) apresentou um número de “dança do passinho” (subgênero do estilo funk). O projeto do coletivo faz parte dos cursos organizados pela Divisão de Encaminhamento Profissional (Diepro) do Instituto. ”A organização do curso de teatro partiu do interesse apresentado pelos alunos do INES”, dizem os artistas. O trabalho está fundamentada na expressão corporal. A Divisão considera que, através da proposta artística, o Instituto oferece novas formas de pensar as profissões exercidas pelas pessoas surdas e contribui para o encontro entre os alunos da instituição, desenvolvendo neles o potencial da experiência artística.
Rap/Hip hop – Batalha de MCs do Pedrada de Guaratiba – Subiram ao palco mestres de cerimônia do Pedrada de Guaratiba – encontro de Rap aberto a qualquer pessoa, em que acontecem duelos de MCs, desde 2013, todo segundo domingo do mês, na praça do Rodo, em Pedra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio. A cada evento, que reúne normalmente de 100 a 150 espectadores, dois grupos de Rap convidados se apresentam. Também é realizada a batalha de MC’s – que reúne de oito a 16 inscritos (gratuitamente). Algumas edições contaram também com apresentações de dança de “b-boys” da região. A premiação geralmente é um livro. Mas pode ser outra coisa: já foi oferecida uma tatuagem, prêmio em dinheiro e até um quadro. O Pedrada é organizado por Roberto Wave, Bruno Werneck e Matheus Souza.
A criação do Temos Palco
A ideia surgiu do encontro de jovens durante o Curto Circuito da Juventude, promovido pelo Ministério da Cultura e pela Funarte, em março de 2014, em Brasília. Nesse evento, participantes do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Manaus, Brasília e Recife se reuniram com os representantes do MinC e da Funarte. Desde então, foram realizadas reuniões entre jovens do Estado do Rio de Janeiro com o presidente da Funarte, Guti Fraga, e foi criada a proposta do Sarau.
Sarau Temos Palco
Rio de Janeiro
2 de dezembro de 2014, terça-feira
A partir das 18h
Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa nº 16, térreo
Centro – Rio de Janeiro – RJ
ENTRADA FRANCA
Mais informações: https://www.facebook.com/coletivotemospalco?fref=ts
Informações no Estado do RJ
temospalcorj@gmail.com
Tel.: (21) 2220 3510
Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte/Ministério da Cultura
Produção regional RJ
Produção: Valquíria Santana. Supervisão artística: Thiago Roderich
Equipe de organização: Dafne Rodrigues, Marcelo de Moraes, Janaina Mariano, Leila Tupinambá, Viviane Macedo, André de Kabulla e Felipe Milhouse
Programação visual: Fernanda Lemos
Próxima edição em 2014: São Paulo (SP)
Local: Funarte SP
8 de dezembro
Informações e inscrições: temospalcosp@gmail.com