A proposta de ocupação Dulcina em Foco, vencedora do edital de Ocupação do Teatro Dulcina da Funarte, no Rio (RJ), apresenta, até 2 de agosto, três espetáculos de autores consagrados: Os Mamutes e Infância, Tiros e Plumas, de Jô Bilac; e Nem mesmo todo o oceano, de Alcione Araújo. As encenações têm a Cia OmondÉ no elenco e a direção das montagens é da premiada atriz e diretora Inês Viana. Em cartaz de quarta a domingo, as peças têm ingressos a preços populares – R$ 20 e R$ 10 (meia entrada).
A peça Os Mamutes, de 22 a 24 de julho (quarta a sexta), às 19h, com a Cia OmondÉ, traça um paralelo com o espelho de Alice e fala da deformidade do ser humano diante de uma sociedade repressora e deficiente, do consumismo exacerbado, da alienação violenta de uma geração sem perspectiva e da precocidade infantil. Com muita ironia, Os Mamutes surpreende ao passar pelos variados questionamentos e dúvidas relativos ao humano.
Com um humor ácido, o espetáculo é narrado por Isadora (Débora Lamm), uma garota perversa e extremamente inteligente que, trancada em seu quarto, inventa uma história – a história de Leon (Leonardo Bricio): um rapaz ingênuo, honesto, que vive com a avó doente e precisa conseguir um emprego. Ele encontra uma vaga numa multinacional de fast food – a Mamute´S Food – conhecida por fabricar hambúrgueres de carne humana.
Porém, para conseguir o emprego, Leon precisa abater um “Mamute”, ou seja, matar uma pessoa sem caráter e princípios morais, que não fará falta para ninguém. Eis o dilema: desistirá ele do emprego por questões morais ou se tornará um caçador implacável?
Nem mesmo todo o oceano, que sobe ao palco do Dulcina nos dias 25 e 26 de julho (sábado e domingo), às 19h, é baseada no romance homônimo de Alcione Araújo, que levanta questões de ética e valores. Conta a história do rapaz pobre do interior de Minas, que se sacrificou de todas as maneiras, até conseguir se formar em médico no Rio de Janeiro, teve memoráveis experiências sexuais, e se casou com a burguesa Elisa. Por ter sido tão alienado e ingênuo, sua apatia política o levou a ter um envolvimento fatal com o DOI-CODI e que, inacreditavelmente, se transformou num dos médicos legistas da ditadura, tendo um fim surpreendente e trágico.
Com adaptação e direção de Inez Viana e interpretada pela Cia OmondÉ, a peça é um thriller contemporâneo dentro de um romance histórico. Nem mesmo todo o oceano recebeu indicações para os Prêmio Questão de Crítica de melhor direção (Inez Viana) e direção Musical (Marcelo Alonso Neves) e Prêmio APTR de Melhor Produção.
O terceiro e último espetáculo da programação de julho é Infância, Tiros e Plumas. Em cartaz de 30 de julho a 2 de agosto (quinta a domingo), também às 19h, a peça de Jô Bilac foi um laboratório de dez meses de treinamento e pesquisa, onde foram gerados jogos, estudos e composições. No espetáculo, o elenco da Cia OmondÉ interpreta seus personagens em três histórias, separadas por tempos distintos, mas encenadas simultaneamente. Essas histórias se passam em três vôos diferentes de um mesmo avião, gerando uma série de incidentes tragicômicos envolvendo crianças.
Confira a programação:
DULCINA EM FOCO
Os Mamutes
Dias 22, 23 e 24 de julho, às 19h
Ficha Técnica:
Texto: Jô Bilac
Direção: Inez Viana
Elenco: Debora Lamm, Leonardo Bricio, Iano Salomão, Zé Wendell, Junior Dantas, Luis Antonio Fortes, Juliane Bodini, Jefferson Schroeder e Carolina Pismel
Direção de produção: Claudia Marques
Músicos: Aline Gonçalves, Evelyne Garcia e Felipe Antello
Direção musical: Marcelo Alonso Neves
Cenário: Nello Marrese
Figurinos: Flávio Souza
Iluminação: Renato Machado
Assistente de direção: Leila Maria Moreno
Design gráfico: Humberto Costa – Mais Programação Visual
Produção executiva: Rafael Faustini, Jessica Santiago
Realização: Cia Omondé, Fábrica de Eventos
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: 16 anos
Duração: 90 minutos
O espetáculo terá interpretes de libras dia 22/07 e audiodescrição dia 24/07.
Nem mesmo todo o oceano
Dias 25 e 26 de julho, às 19h
Ficha técnica:
Texto: Alcione Araújo
Adaptação e direção: Inez Viana
Direção de produção: Claudia Marques
Elenco: Cia OmondÉ – Leonardo Bricio , Iano Salomão, Jefferson Schroeder, Junior Dantas, Luis Antonio Fortes e Zé Wendell
Consultoria dramatúrgica: Pedro Kosovski
Iluminação: Renato Machado
Figurino: Flávio Souza
Direção musical: Marcelo Alonso Neves
Programação visual: Dulce Lobo
Assistentes de direção: Carolina Pismel, Débora Lamm e Juliane Bodini
Produção executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
Realização: Fábrica de Eventos e Cia OmondÉ
Ingresso: R$20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Classificação: 16 anos
Infância, Tiros e Plumas
Dias 30 de julho a 2 de agosto, 19h
Ficha técnica:
Texto: Jô Bilac
Direção: Inez Viana
Direção de Produção: Cláudia Marques – Fábrica de Eventos
Elenco Cia OmondÉ: Débora Lamm, Leonardo Bricio, Iano Salomão, Jefferson Schroeder, Juliane Bodini, Júnior Dantas, Carolina Pismel, Luís Antônio Fortes e Zé Wendell.
Stand-in: Karina Ramil
Iluminação: Ana Luzia de Simoni e Renato Machado
Cenário: Mina Quental
Figurino: Flavio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Direção de Movimento: Dani Amorim
Programação Visual: Felipe Braga
Produção Executiva: Rafael Faustini e Jéssica Santiago
Realização: Fábrica de Eventos e Cia OmondÉ
Ingresso: R$20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Classificação: 14 anos
Sobre Inez Viana
A diretora Inez Viana, nasceu no Rio de Janeiro. É formada pela CAL [Casa das Artes de Laranjeiras], desde 1987. Em 1999, dirigiu e roteirizou o documentário Cavalgada à Pedra do Reino, baseado no Romance d’A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna. Em 2008, recebeu o Prêmio Qualidade Brasil de melhor atriz por sua atuação no espetáculo A Mulher Que Escreveu A Bíblia. E pela mesma peça, foi indicada ao Prêmio Shell e APTR. Em 2010, dirige As Conchambranças de Quaderna, texto inédito de Ariano Suassuna, onde obteve, de todos os jornais cariocas, críticas elogiosas e ainda recebeu duas indicações ao Prêmio Shell e APTR de Melhor Direção.
Ainda em 2010, é convidada para dirigir o show João do Vale – Na Asa do Vento, no Teatro Nelson Rodrigues, com Chico César, Teresa Cristina e Flávio Bauraqui, e Breque Moderno com Soraya Ravenle e Marcos Sacramento, realizado no Teatro Rival. Seguindo com a carreira de direção em teatro, em 2011, Inez dirigiu os atores Alexandre Dantas e Claudia Ventura no espetáculo Amor Confesso, sendo indicada para o Prêmio Shell de melhor direção . Em 2012, com sua Cia OmondÉ, dirigiu Os Mamutes, de Jô Bilac e recebeu o Prêmio FITA de melhor direção e, em 2013 foi convidada pela Cia. Teatro Independente para dirigir Maravilhoso, de Diogo Liberano.
Sobre a OmondÉ
A Cia OmondÉ surgiu, no final do ano de 2009, da vontade da diretora e atriz Inez Viana em formar um grupo com atores vindo de várias partes do Brasil, para o aprofundamento de uma pesquisa cênica, onde a diversidade, brasilidade e o diálogo com a cena mundial contemporânea (tendo como mentor o diretor inglês Peter Brook), fossem concomitantemente estudados. Trata-se de uma busca aos signos do teatro, infinitos se pensarmos na precisão de um gesto ou na magia do aparecimento de um objeto em cena, levando o espectador a ser cúmplice e não passivo, co-autor e não somente voyer do espetáculo. Atualmente, a CIA é formada por dois mineiros, um potiguar, um paraibano, um paranaense e cinco cariocas.
Teatro Dulcina
Rua Alcindo Guanabara, 17 – Cinelândia
Rio de Janeiro (RJ)
(metrô – estação Cinelândia)
Funcionamento da Bilheteria – de quarta a domingo, das 14h às 19h
(21) 2240-4879