Móin-Móin – Memórias do Teatro de Bonecos Brasileiro é lançada no Rio

Publicação conta a história do teatro de formas animadas e bonecos e dos pioneiros dessa arte

O Teatro Duse, em Santa Teresa, no Rio, abriu suas cortinas para saudar a memória do teatro de bonecos brasileiro, com o lançamento da 13ª edição da revista Móin-Móin, na sexta, dia 7 de agosto. A publicação contou com financiamento da Fundação Nacional das Artes – Funarte, por meio do projeto Histórias de Bonecos – Registrando nossas memórias, contemplado no Edital de Ocupação do Teatro Duse 2015. Artistas, educadores e profissionais de teatro compareceram à Casa de Paschoal Carlos Magno, sede do Duse, onde ocorreu o evento, que contou com a presença do diretor do Centro de Artes Cênicas (Ceacen), Leonardo Lessa, e do professor de teatro Valmor Níni Beltrame, um dos editores da revista.

A Móin-Móin – Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas é resultado da parceria entre a Sociedade Cultura Artística de Jaraguá do Sul – SCAR e o Programa de Pós-Graduação em Teatro da Universidade de Santa Catarina – UDESC. Com duas edições por ano, a cada dois anos, a publicação é avaliada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq.

A edição de nº 13, que recebeu o financiamento da Funarte, é dedicada aos artistas que consagraram seu trabalho ao teatro de bonecos e ao Teatro de Formas Animadas, e traz textos sobre o percurso de 12 artistas: Ana Maria Amaral, Ângela Belfort, Antônio Carlos Sena, Clorys Daly, Fernando Augusto Gonçalves Santos, Humberto Braga, Ilo Krugli, Lúcia Coelho, Marcos Ribas, Maria do Carmo Vivacqua Martins – Madu, Olga Romero e Tácito Borralho. Além de texto especial sobre a história do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste Brasileiro, com impressões de artistas sobre as origens da brincadeira e as memórias de seus próprios percursos.

O diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte, Leonardo Lessa, destacou que a parceria da Funarte com a Móin-Móin demonstra como deve ser o trabalho na área da política pública, atendendo com eficiência às demandas da sociedade. Lessa disse que a atual gestão das artes cênicas da Fundação está atenta aos elos da cadeia artística de todos os segmentos da linguagem e, no caso do teatro de bonecos, à formação, à difusão dos processos criativos e formativos e à perspectiva internacional dessa modalidade teatral, pouco explorada no Brasil. Lessa anunciou que uma das prioridades da Funarte para o ano de 2016 é renovar a parceria com a Móin-Móin, para a realização da edição de nº 15, a ser lançada no início do próximo ano.

O diretor de Artes Cênicas falou sobre outra iniciativa para 2016, recebida com entusiasmo pela plateia que lotou o Duse: a realização da Mostra de Teatro de Bonecos na Funarte Brasília, entre os meses de janeiro e fevereiro, por meio de edital. “A ideia é que se faça o lançamento da revista dentro da mostra também aqui (no Duse) e lá (em Brasília). O Distrito Federal tem uma tradição em teatro de bonecos e vamos contemplar também espetáculos nacionais. E o teatro de animação necessita de um olhar não só para difundir a produção, mas para difundir todos os outros elos.”

Além de ressaltar a importância da formação da rede com instituições parceiras, envolvendo artistas e pesquisadores, como a da Móin-Móin, Lessa também convocou os profissionais do teatro de bonecos a participarem do processo de construção da Política Nacional das Artes – PNA, em curso no Ministério da Cultura e Funarte, e também das discussões dos Encontros Setoriais de Teatro.

O professor Valmor Níni Beltrame contou que a Móin-Móin foi lançada em 2005 e que a grande contribuição da revista é a formação das pessoas que fazem teatro de bonecos no país. Ele explicou que o tema de cada edição é escolhido durante a realização dos Seminários de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas, realizados anualmente em Jaraguá do Sul (SC).

Leonardo Borges, um dos colaboradores da 13ª edição com o tema “ Crise e Transformação do Teatro de Bonecos”, fez um resumo da história do segmento, destacando dois momentos importantes na trajetória do teatro de bonecos e suas conquistas nos últimos anos: a criação da ABTB – Associação Brasileira de Teatro de Bonecos, na década de 1970, com a união de quase todos os artistas do Brasil, levando o teatro de bonecos a alcançar um nível de profissionalismo e respeitabilidade no panorama artístico; e a iniciativa da Universidade de São Paulo – USP, que, em 1990, no curso de formação, contemplou o Teatro de Animação como uma disciplina de pós-graduação em mestrado e doutorado, o que levou muitos artistas de diversos estados do Brasil a complementarem seus estudos, como o professor Valter Níni Beltrame, um dos idealizadores da Móin-Móin.

A programação de lançamento do nº 13 da revista teve um pocket show com Lúcia Regina de Lucena, presidente da Academia Nacional de Letras e Artes e um esquete do espetáculo Bonecos divertidos, com Jorge Abreu. Também estiveram presentes, pela Funarte, a atual coordenadora de Teatro da Funarte, Maria Marighella; a ex-coordenadora Heloísa Vinadé e a diretora do Teatro Duse, Norma Dumar. Entre os artistas estavam Clorys Daly, uma das fundadoras e primeira presidente da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos; Maria Luiza Lacerda; Danillo Mello; Fernando Augusto, mamulengueiro, entre outros.

A Móin-Móin tem distribuição gratuita e pode ser obtida nas versões impressa e digital. Todas as edições podem ser acessadas no site:

http://www.ceart.udesc.br/ppgt/publicacoes_moinmoin.html

http://www.scar.art.br/revistas.html

Ação integrante do projeto Histórias de Bonecos – Registrando nossas memórias, contemplado no edital de Ocupação do Teatro Duse 2015

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