“Contemporâneos na Sala Funarte” recebe Kristoff Silva

28/08/2015. Foto: S. S. Castellano

Na sexta-feira, dia 28 de agosto, o compositor, cantor e instrumentista Kristoff Silva subiu ao palco da Sala Funarte para mais um show da série Contemporâneos na Sala Funarte. Na série, artistas de movimentos considerados inovadores na criação musical brasileira se apresentam. A curadoria deste período da ocupação é do Coletivo Chama (RJ).

Ao lado dos músicos Pedro Trigo Santana (contrabaixo acústico e baixo elétrico) e Yuri Vellasco (bateria), Kristoff Silva apresentou várias canções do seu mais recente álbum, Deriva, e algumas músicas de discos anteriores. Parceiro do carioca Mauro Aguiar; dos mineiros Makely Ka e Bernado Maranhão; e do paulista Luiz Tatit, Kristoff tem como uma característica trazer o desenvolvimento harmônico típico da música produzida em Minas Gerais, mas influenciado pela programação eletrônica e a música pop.

No show, o artista mostrou nova roupagem para as músicas de seus discos, mostrando como a síntese da tradição e contemporaneidade pode adquirir novas feições, independente do uso ou não de instrumentos eletrônicos.

Considerado uma referência para a geração da nova MPB de Minas Gerais, Kristoff também está envolvido em projetos em colaboração com o grupo Uakti. Em seu trabalho solo, o criador inventa relações incomuns e originais entre elementos da tradição melódico-harmônica da música brasileira e expressões experimentais do pop internacional – como a da islandesa Bjork. O artista “passa do violão erudito ao eletrônico como quem vai do quarto à sala de uma casa espaçosa – como bom lar mineiro, sempre de portas e janelas abertas”, define o Coletivo Chama.

Sobre Kristoff Silva

Compositor, professor de teoria musical e autor de trilhas sonoras para teatro, poesia e dança, Kristoff Silva Além do recente Deriva, lançou também o DVD Ao vivo na Casa da Ópera, com participação de Ná Ozzetti; e outros dois Cds: Em Pé no porto e A outra cidade (este em parceria com Makely Ka e Pablo Castro).

Dentre os artistas com os quais já se apresentou figuram nomes como Caetano Veloso, Elza Soares, Elomar, Zé Miguel Wisnik, Luiz Tatit. Dividiu palco também com o diretor teatral Zé Celso Martinez Correa, as cantoras Alda Rezende, Mônica Salmaso e Ná Ozzetti; e com a além da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e o Grupo Uakti.

Em 2011, estreou na Sala São Paulo as Três ou mais canções para voz e quarteto de cordas, obra encomendada pela Fundação Osesp. Recebeu a Bolsa Funarte de Criação Artística, com um projeto de composição de canções para voz e sons eletrônicos. Foi terceiro colocado no Prêmio Visa, edição Compositores, selecionado dentre 3.650 inscritos em todo o Brasil. Escreveu o Livro de Partituras de José Miguel Wisnik e é um dos violonistas responsáveis pelo Cancioneiro Elomar – que reúne cadernos de partituras do compositor. Apresentou-se na Casa da Música (Porto – p Portugal, no Mercat Musica Viva, (Vic – Espanha), no South by Southwest (Austin – USA) e em importantes espaços culturais e festivais na Nova Zelândia, como o Erupt Lake Festival, em Taupo; no Illiot Theatre, no Te Papa Museum e no Matterhorn, em Wellington; e no Kujah Lounge, em Auckland.

Na quinta-feira, dia 27, e na sexta, dia 28, às 19h30, a Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio de Janeiro, recebe mais dois shows da série Contemporâneos na Sala Funarte: Sylvio Fraga Quinteto; e Kristoff Silva. O Coletivo Chama (RJ) faz a curadoria.

Sobre Sylvio Fraga

Sylvio Fraga é compositor e poeta. Alicerçado em seu peculiar violão “reafinado”, o artista elabora canções nas quais parâmetros musicais como timbre e textura são tão importantes quanto melodias e harmonias. Sua banda, formada por Mac Willian Caetano (bateria), Bruno Aguilar (contrabaixo acústico), José Arimatéia (trompete) e Lucas Cypriano (teclado), não apenas acompanha o o autor-cantor, mas se integra à sua voz e seu violão, de tal modo que todos os elementos se envolvem, “constituindo uma intrigante paisagem sonora que vai se revelando em fluxos contínuos de pequenas suites (canções fundidas umas às outras)” – comenta o Coletivo Chama. Fraga lançou o álbum Rosto, em 2013, em que, pela primeira vez, gravou composições próprias e prepara um novo disco. O repertório do show reuniu peças do compositor e algumas criadas em parceria, além de The way you make me feel, de Michael Jackson.

Aos seis anos, inspirado por um disco da banda de rock progressivo Yes, Sylvio Fraga Neto pediu aos pais para aprender violão. Isso o levou a formar uma banda cover dos Beatles, com amigos da escola. Viveu boa parte da infância em Nova Jersey (EUA). “Na escola, eu era conhecido como ‘o brasileiro’. Aos treze anos, voltei com a família para o Rio e fui considerado um ‘semi-gringo’ ”, brinca o artista. Na adolescência, tirava músicas no violão e já compunha. Desde então, sua produção musical e poética nunca mais parou. Formou-se em Economia, na PUC-RJ. Dirigiu o Museu Antônio Parreiras, em Niterói. Fez mestrado em Poesia na New York University (EUA). Nessa época, lançou sua primeira obra de poemas, Entre árvores. Em 2012, voltou para o Rio e gravou seu primeiro disco, Rosto, lançado no ano seguinte, em um trio com Marcio Loureiro e Mac Willian Caetano – em que testou arranjos e começou a aprimorar melodias e harmonias de forma profissional. Publicou seu primeiro livro de tradução de textos poéticos, O andar ao lado: três novos poetas norte americanos, também em 2013. Hoje, o artista prepara sua segunda publicação de poemas e seu segundo disco, Cigarra no Trovão, a ser lançado em outubro.

Mais informações sobre Sylvio Fraga e download gratuito do seu CD estão disponíveis no site do artista: www.sylviofraga.com.br.

Sobre o Coletivo Chama

Com destaque na música brasileira contemporânea, tanto na mediação crítica quanto na criação, o Chama conta com artistas reconhecidos no cenário da canção nacional, como o compositor Thiago Amud – que recentemente lançou o prestigiado De ponta a ponta tudo é praia-palma…(2013) – além de Pedro Sá Moraes – que acaba de levar ao público sua também consagrada composição Além do princípio do prazer (2014). O Coletivo já realizou vários projetos, como o Escambo; além de festivais mostras e seminários, que têm contado com a participação de vários dos mais reconhecidos críticos e músicos do Brasil – entre eles, o renomado violonista e compositor brasileiro Guinga; e o crítico musical e professor de literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Losso Guerreiro. A contribuição do grupo foi apontada pelo New York Times como um dos acontecimentos “mais relevantes” da produção de música brasileira contemporânea. O coletivo é composto por: Cezar Altai, Fernando Vilela, Ivo Senra, Pedro Sá Moraes, Renato Frazão, Sergio Krakowski, Thiago Amud e Thiago Thiago de Mello.

Sobre a Série Contemporâneos na Sala Funarte

O projeto Contemporâneos na Sala Funarte, que expõe talentos das tendências musicais brasileiras consideradas mais inventivas e inovadoras, é realizado pela Fundação Nacional de Artes – Funarte, às quintas e sextas-feiras, sempre às 19h30 e com ingressos a preços populares.

Segundo Marcos Lacerda, diretor do Centro da Música – setor da Fundação responsável pelo projeto Contemporâneos na Sala Funarte – o coletivo Chama vem atuando decisivamente no âmbito de uma “estética da palavra”, com “domínio técnico pleno e delicadeza das formas”. Ele destacou ainda a reconhecida qualidade do trabalho de curadoria do grupo e a excelência musical e poética da obra autoral de seus integrantes, como Thiago Amud e Pedro Sá Moraes. “Vale muito assistir aos shows com curadoria do Coletivo Chama no Contemporâneos na sala Funarte”, conclui Marcos.

Com ingressos a preços populares, as apresentações do Contemporâneos na Sala Funarte são sempre às 19h30.

Próximos passos do Coletivo Chama

Além fazer a curadoria na Sidney Miller, o Chama está elaborando arranjos e ensaiando para um concerto em homenagem aos 70 anos do falecimento de Mário de Andrade – que vai integrar a Bienal de Música Contemporânea da Funarte, em outubro. Nesse concerto, serão relidas, com a direção musical de Ivo Senra e Thiago Amud, peças de compositores como Camargo Guarnieri e Francisco Mignone, criadas sobre poemas de Mário; além de várias canções do folclore brasileiro, recolhidas pelo poeta e pesquisador. A base do repertório são gravações, lançadas na década de 80 pela Funarte, no álbum duplo de LPs intitulado Mário, 300, 350; e que serão relançadas, como parte das comemorações deste Ano Mário de Andrade.

Também é de Senra e Amud a direção musical do CD Todo Mundo é Bom, primeira criação musical e lançamento conjunto do Coletivo.

Série Contemporâneos na Sala Funarte

Ocupação Coletivo Chama

21, 27 e 28 de agosto e 17 e 18 de setembro de 2015

AGENDA

21/8 – sexta – Graveola e o Lixo polifônico
27/8 – quinta – Sylvio Fraga Quinteto
28/8 – sexta – Kristoff Silva – com Pedro Trigo Santana (contrabaixo) e Yuri Vellasco (bateria)
17/9 – quinta – Renato Frazão e convidados: Luisa Borges, Aline Paes e Pietá
18/9 – sexta – Amazônia Subterrânea: Thiago Thiago de Mello chama o poeta Thiago de Mello, Ilessi, Ivo Senra e Diogo Sili

Sala Funarte Sidney Miller
Palácio Gustavo Capanema
Rua da Imprensa, 16, térreo – Centro
Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2279 8087

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Classificação indicativa: Livre

Realização
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Centro da Música
cemus@funarte.gov.br

Curadoria: Coletivo Chama
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