O guitarrista paraense Manuel Cordeiro se apresenta com seu grupo Os Desumanos (Kassin, Stéphane San Juan, Liminha e Felipe Cordeiro), na Sala Funarte Sidney Miller, no centro do Rio de Janeiro, no dia 10 de setembro, quinta-feira, na série Contemporâneos na Sala Funarte. Na sexta (11) é a vez da apresentação do Samba Nonsense, com participação especial do conhecido multi-instrumentista de sopros Carlos Malta. O horário dos shows do projeto é sempre às 19h30.
A curadoria do show de Manual Cordeiro & Os Desumanos é dos coletivos Audio Rebel e Quintavant. Já a apresentação do Samba Nonsense foi selecionada pelo coletivo Leão Etíope do Méier. No Contemporâneos, realizado pela Fundação Nacional de Artes, diversos grupos de criação e produção musical definem programações de música contemporânea, de julho a dezembro.
Sobre os shows
Manoel Cordeiro & Os Desumanos apresentam repertório do projeto A Autêntica música suburbana amazônica – criado a partir de encontros em estúdios, no Rio De Janeiro, em 2013. “Movidos pelo desejo comum de valorizar a obra do guitarrista, precursor dos ‘sons suburbanos da Amazônia’, os integrantes dos Desumanos uniram-se para fazer uma música instrumental híbrida, que funde guitarrada, ska, carimbó, cúmbia e rock”, define – Bernardo Carvalho, produtor musical do Quintavant. A banda já se apresentou nos festivais Se Rasgum (Belém – PA – 2013) e Rec Beat (Recife – PE – 2014) e conseguiu elogios da crítica. Com um time composto por músicos e produtores e de diversas gerações e contextos, Os Desumanos apostam num som “cru e direto”, com destaque para os temas e a atuação dos instrumentistas. No momento, o grupo finaliza seu primeiro álbum, gravado em estúdio, no RJ e um vídeo documentário. Bernardo destaca que a proposta do grupo é apresentar “virtuosismo e diversão numa só tacada”.
O repertório do show reúne obras de Manoel Cordeiro, como Lambada Desumana, Kassaviana, Sabe que eu não sei, Martinicana, Boizinho do Caetés, Conexão Amazônia Caribe, Cumbia da Simone e Surfando na Pororoca, entre outras.
Sobre o Samba Nonsense
“Músicos instigados, percorrendo caminhos soltos, buscando uma sonoridade ímpar, dialogando com o samba e suas inúmeras vertentes de jazz, funk, soul, swingueira e Grooves norteados por uma harmonia livre, que vai tomando consistência disforme, desaguando em um manancial de referências, as melhores possíveis”. A definição é de Rogério Melo, poeta que participa da cena dos saraus cariocas. O artista comenta ainda que a banda promover uma mistura peculiar de ritmos e instrumentos, que gera boa música, e destaca as “melodias inusitadas na voz de Jefferson Placido”; e que o cantor conduz a sonoridade das músicas com “sua intuição carioca […] da Zona Norte”. Com Daniel Carlos Fernandes (Bateria), Daniel Bento (Baixo), Vitor Barros (Guitarra) Taíssa Mattos e Rodrigo Maré Souza (Percussão e Efeitos) e Bianca Miranda (Voz), o Samba Nonsense faz, nas palavras do poeta, uma “colagem de timbres”. Rogério acrescenta: “É partido alto. São texturas que nos remetem a uma musicalidade de vanguarda com espírito conectado ao que há de mais novo”. Para o poeta, a música do o Samba Nonsense é “para dançar e refletir sobre os caminhos da musicalidade” e pode “tocar e nos emocionar de verdade”. O artista que não são canções “de fácil digestão, mas de um saboroso requinte e simplicidade, para aquele paladar atento ao som feito com esmero e alegria de viver”.
Sobre o convidado, Carlos Malta
O músico de sopros Carlos Malta, conhecido como “o escultor do vento”, é multinstrumentista, compositor, orquestrador, educador e produtor, conhecido pelo virtuosismo de múltiplos timbres, nos saxofones barítono, tenor, alto e soprano, em diversas flautas e no pife, além de tocar instrumentos menos conhecidos como a di-zi e o shakuhachi – com um estilo original e criativo.
Liderou seus diferentes grupos em grandes concertos, em diversos países. Com o Pife Muderno, tocou no Concert Hall da Cidade Proibida (Pequim); e nos EUA – inclusive no Carnegie Hall, em Nova Iorque, em apresentação que arrebatou a plateia, e com a Dave Mathews Band, em turnê na Flórida; e em nações como França, Suíça, Inglaterra, Portugal, Alemanha, Holanda, Suécia, África do Sul, Marrocos, Japão, Venezuela, República Dominicana e Cuba – ao lado de Michel Legrand e Chucho Valdéz. Na Dinamarca, foi solista, com o Pife Muderno e a “big band” da Academia Real de Música de Aarhus, em concerto que gerou um dos seus mais recentes CDs, Live Brasil (2009) distribuído na Dinamarca, assim como After the Carnaval – em trio com o pianista dinamarquês Thomas Clausen e a brasileira radicada na California Célia Malheiros; Tudo azul; e Rainbow – em duo com o violoncelista suíço Daniel Pezzotti – trabalho indicado ao Prêmio Sharp. Apresentou-se em cenas musicais destacadas do Brasil, como nas participações nos shows de Bob Mc Ferryn, Dave Matthews Band, e Roberto Carlos & Caetano Veloso (no Tributo a Tom Jobim), entre outros. Seu novo trabalho sinfônico, a suíte Os elementos em 5 movimentos, foi interpretada em primeira audição mundial pela Orquestra Petrobras Sinfônica, juntamente com o Pife Muderno. Em 2013 estreou espetáculo Saravá – Tributo a Baden e Vinícius numa releitura dos afro-sambas da dupla. Em 2014, lançou o CD e fez turnê Carlos Malta & Pife Muderno, que comemorou 20 anos de carreira do grupo.
Como educador, já deu aulas na famosa Universidade de Música Berklee (Boston, Massachussets – EUA), no Conservatório da França, na Universidade da Flórida e na Academia Real de Música de Aarhus (Dinamarca).
Lançou diversos discos no Brasil, como o autoral Escultor do vento, em que usou o “overdubbing” (superposição sonora) para sons dos saxofones e flautas, criando uma verdadeira “orquestra de sopros”. Seu CD Carlos Malta e Pife Muderno foi indicado ao Grammy Latino. No álbum Tudo coreto, com sua banda Coreto Urbano, apresentou arranjos modernos, calcados na tradição das bandas do interior. No CD Pimenta, homenagem à “Pimentinha” Elis Regina, que vai para a terceira edição, recriou clássicos da cantora. Em Pixinguinha Alma e Corpo, preparou dez arranjos para sopro e quarteto de cordas, feitos sobre a obra do mestre brasileiro do saxofone. Ponto de Bala, uma coletânea de todos os discos anteriores, comemorou os dez anos de carreira solo de Carlos Malta. Também fez Paru (2006), com o Pife Muderno, em homenagem a seu amigo Paru, pajé do povo indígena Yawalapiti (Alto-Xingu).
Contemporâneos na Sala Funarte
10/09, quinta-feira – 19h30 – Felipe Cordeiro, Manoel Cordeiro & os Desumanos
Curadoria: Coletivos Quintavant/Audio Rebel
Apoio: Gráfica 5.2 Design, Que Pin, Que Pan, Dona Vegana e Estação Toledo
Cartaz: Mariana Mansur
Evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/504061413090886/
11/09 sexta-feira – 19h30 – Samba Nonsense. Participação: Carlos Malta
Curadoria: Leão Etíope do Méier
Apoio: Maracatu Brasil
Cartaz: Rafo Castro
Evento no Facebook. https://www.facebook.com/events/485753154920212/
INGRESSOS
R$ 20. Meia-entrada R$ 10
Vendas na bilheteria, no dia das apresentações a partir das 16h
Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa nº 16, térreo – Centro.
Tels.: 2279-8087 | 2279-8104.
Classificação: livre
Mais informações
Leão Etíope do Méier
https://www.facebook.com/leaoetiopedomeier/info?tab=overview
Coletivo Quintavant
https://pt-br.facebook.com/quintavant