‘Contemporâneos na Funarte’: coletivo Quintavant apresenta lançamentos de CDs dos grupos Bemônio e In-sone

Grupos Bemônio (foto: Christiano Menezes) e In-sone (Foto: divulgação)

O projeto Contemporâneos na Funarte apresenta, através da ocupação do coletivo Audio Rebel/Quintavant, os grupos Bemônio e In-sone, para o show de lançamento dos seus novos álbuns, na quinta-feira (19) às 19h30, na Sala Funarte Sidney Miller, no Centro do Rio. Os ingressos podem ser comprados pela internet ou na bilheteria, por R$ 20.

Os lançamentos do CD Desgosto, do grupo Bemônio, e Uturo, do In-sone, encerram a programação da semana do Contemporâneos na Funarte. Na iniciativa da Fundação, realizada através do seu Centro da Música, vários coletivos, reconhecidos pelo trabalho em criação e pesquisa na área musical, definem as ocupações. Eles escolhem diversos artistas e conjuntos com propostas inovadoras, vindos de diferentes estados do país.

Os novos discos têm o selo QTV, do Quintavant – que, para Tiago Ferreira, moderador do site Na Mira do groove reúne boa parcela da música experimental feita no Rio de Janeiro.

Bemônio lança Desgosto

O álbum Desgosto (QTV011) é o décimo da banda Bemônio e o segundo lançado pelo QTV. O conjunto é Formado por Paulo Caetano (eletrônicos), Gustavo Matos na percussão/bateria e Eduardo Manso na guitarra. “Com Desgosto o Bemônio chega a um de seus discos mais consistentes, verdadeiro marco na sonoridade do grupo”, diz o coletivo Quintavant/Audio Rebel. Com dez faixas, o álbum tem a participação do trio paulistano Metá Metá, além de Ava Rocha, Negro Leo, Arthur Lacerda (Dedo) e Thomas Harres.

Segundo Tiago Ferreira, (Na Mira do Groove), quando se fala num trabalho do Bemônio, deve-se esperar algo na estética do bizarro. “No álbum Desgosto, o trio brinca como se estivesse numa cozinha diabólica […] O ouvinte parece estar diante de temperos musicais extravagantes”, compara Tiago. Assim como o excelente Santo, (melhor disco nacional de 2013), Desgosto. reúne participações célebres: Juçara Marçal, Thiago França e Kiko Dinucci, que formam o Metá Metá, colaboram na track que parece tomada por Exu Esfregar o limão por dentro e por fora, que também traz Ava Rocha nos créditos. Cozinhar em fogo brando durante 4 horas reúne Leonardo Gonçalves (que também toca em Juntar o sangue coagulado) e Arthur Lacerda, espécie de quarto membro do grupo, já que colabora em outras três (anti)canções. O baterista Thomas Harres (Negro Léo) colabora na estranha pulsação de Deixar de Molho, enquanto Santiago colabora para queRetirar o bucho do molho de limão soe mais sinistra que o título.”

“O que o Bemônio fornece em Desgosto é algo mais edificante que os trabalhos anteriores. Percebe-se um cálculo na adição de ambiências, como se quisessem controlar o quente borbulhar de seus temas típicos de horror-soundtrack”. Complementa o crítico: “A recomendação para se ouvir Desgosto não é nada ortodoxa: a receita para curar raiva, ódio, tédio, náusea, ansiedade, remorso, rancor e desgosto: buchada de bode. Em doses homeopáticas e controladas numa ambientação sonora. Recomenda-se ouvir enquanto a tripa escorre pela goela”.*
*Fonte: release do grupo

Mais informações sobre o Bemônio: http://bemonio.bandcamp.com/

In-sone lança Uturo

O In-sone se define como um “trio de rock experimental que pratica o improviso a partir de idéias musicais pré-estabelecidas”. Seus integrantes tocam vários instrumentos e utilizam diversos recursos eletrônicos.A banda comenta que seu primeiro disco, lançado em 2014, que tem o nome do grupo, reúne gravações feitas desde 2010 (ano em que o conjunto se formou), numa mistura de rock, minimalismo, música “tribal”, eletroacústica e eletrônica. “com uma linguagem simultaneamente particular e indeterminada”. O In-sone reúne os músicos Flávio Abbes (guitarra, sintetizadores, rádios e gravadores portáteis); Gil Fortes (baixo de seis cordas, guitarra e sintetizadores); e Leo Monteiro (bateria, percussão eletrônica, sintetizadores e ruídos acústicos).

Os integrantes do In-sone

Flávio Abbes coleciona discos há mais de 30 anos. Descobriu a música experimental no fim dos anos 80. Compositor e guitarrista, participou de diversos projetos musicais no Rio de Janeiro, passando a explorar o experimentalismo a partir de seu trabalho solo Pensamento inconstante flutuante, lançado em 2000. Em 2008, reuniu-se com Gil Fortes para as primeiras gravações do In-sone. Hoje, desenvolve sua pesquisa sonora através da guitarra elétrica, utilizando captadores para captar gravadores, rádios e sintetizadores.

Gil Fortes, que se dedica profissionalmente à lutheria, há mais de 20 anos, projeta e constrói seus instrumentos. A pesquisa que desenvolve sobre áudio e produção musical seguiu paralelamente ao seu trabalho, como complemento deste. E também impulsionou sua vertente musical, definindo, assim, a concepção sonora do instrumentista. Por volta dos anos 2000, ele conheceu a música experimental, através dos grupos Triplex (atual Duplexx – com Bartolo e Leo Monteiro), Chelpa Ferro e do produtor musical Chico Neves.

Leo Monteiro faz música experimental desde a década de 80, integrando as bandas Tao e Qual e Rame. No final dos anos 90, após a formação do Duplexx, o percussionista e baterista passou a explorar o universo eletrônico e ampliou seu interesse na música minimalista e eletroacústica. Sua pesquisa passou a não se limitar apenas à bateria acústica, em sua concepção convencional: partiu para a exploração de ressonâncias incomuns – através de objetos vibratórios – e passou a utilizar objetos do cotidiano na percussão. Sintetizadores e brinquedos modificados também foram incorporados ao seu universo sonoro. Em 2005, o músico fez seus primeiros experimentos com Flávio Abbes (utilizando “beats” eletrônicos e guitarras com som distorcido) e, em 2010, entrou para o In-sone.

Mais informações sobre o grupo: https://www.facebook.com/insone.oficial

Sobre o Quintavant, o Audio Rebel e o Contemporâneos na Sala Funarte

O Quintavant é um evento realizado no Estúdio Audio Rebel, em Botafogo, criado sob a inspiração de casas dedicadas à improvisação coletiva e à experimentação, tais como Plano B (Lapa – RJ), The Stone (Nova Iorque – EUA) e Cafe Oto (Londres – Inglaterra). Segundo Bernardo Oliveira, do coletivo Quintavant, a escolha das bandas nas ocupações da Sala Funarte é baseada nos aspectos mais experimentais da música brasileira contemporânea. O produtor explica que os vários estilos dos conjuntos “testemunham o momento vigoroso pelo qual passa nossa música de invenção”.

Essa é também a ideia básica da Fundação Nacional de Artes, ao criar a sérieContemporâneos na Funarte. Neste projeto de ocupação da Sidney Miller, o espaço recebe ao todo seis coletivos, responsáveis pela programação de cinco shows cada um, do dia 24 de julho até a segunda semana de dezembro – geralmente às quintas e sextas-feiras (conforme a ocupação), sempre às 19h30. Além do Audio Rebel/Quintavant, participam da ação a Banda Desenhada e os coletivos Chama, Etnohaus, Norte Comum e Leão Etíope do Meier.

Selecionados pelo Centro da Música da Fundação Nacional de Artes, os curadores apresentam perspectivas estéticas e concepções musicais distintas: “Vão desde o trabalho com música percussiva, bloco de carnaval, músicas experimental, de improviso e eletrônica, até vertentes da canção, mais próximas da literatura e da tradição da MPB”, explica o diretor do Cemus/Funarte, Marcos Lacerda.

Contemporâneos na Funarte apresenta

O Grupo Bemônio lança o CD Desgosto e o trio In-sone lança o CD Uturo

Curadoria: coletivo Audio Rebel/Quintavant

Dia 19 de novembro, quinta-feira, às 19h30

Vendas antecipadas online até às 16h do dia 18/11, no endereço:
https://www.sympla.com.br/ocupacao-quintavant—bemonio–in-sone__48457
Vendas no dia do show, a partir das 16h na Bilheteria da Sala Funarte Sidney Miller

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)

Classificação indicativa: Livre
Capacidade: 207 lugares

Sala Funarte Sidney Miller
Rua da Imprensa, nº 16 – térreo
Palácio Gustavo Capanema – Rio de Janeiro (RJ)
Tel.: (21) 2279 8087

CD Desgosto (Bemônio)
Produção: Eduardo Manso & Paulo Caetano
Gravação, mixagem e masterização: Eduardo Manso
Gravações adicionais na faixa 2 : Rafael Barreto, no estúdio Sabiá
Fotos: Christiano Menezes
Arte: Paulo Caetano
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Projeto Contemporâneos na Funarte
Realização: Funarte – Centro da Música
Mais informações: cemus@funarte.gov.br
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