Até dia 5 de fevereiro, a Cia. 2Olhos apresenta, na Sala Carlos Miranda da Funarte São Paulo, uma obra-prima da dramaturgia nacional de todos os tempos: a peça Amor por Anexins, do maranhense Arthur de Azevedo.
Nesta montagem da Cia 2Olhos, que tem direção de Cassio Castelan e interpretação de Aleteia Barros e Bia Aguera, o texto original foi preservado, e os diálogos mantidos na 2ª pessoa do singular. As apresentações vão até 5 de fevereiro, sempre com entrada gratuita.
Amor por Anexins marca a estreia de Arthur de Azevedo na dramaturgia em 1872, quando o autor contava com apenas 15 anos de idade. O enredo, encenado mais de mil vezes no decorrer do século XX, tem a forma de uma comédia de costumes – gênero que Azevedo consolidou no país sucedendo a Martins Pena. A história gira em torno do “romance” (ou do embate) entre Isaías, um solteirão abastado de meia-idade, e a viúva Inês, sua pretendida. Mas a obsessão do apaixonado em falar por meio de anexins (provérbios) só fazia aumentar a repulsa da bela senhora…
Sobre Arthur de Azevedo: Considerado um dos os maiores contistas e teatrólogos brasileiros, Arthur Nabantino Gonçalves de Azevedo (1855-1908) participou da fundação da Academia Brasileira de Letras ao lado do irmão, o romancista Aluísio Azevedo. Como jornalista, fundou publicações literárias, como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. Colaborou em A Estação, ao lado de Machado de Assis, e no jornal Novidades, com Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e Coelho Neto. Foi um dos grandes defensores da abolição da escravatura. Escreveu, com inúmeros pseudônimos, mais de quatro mil artigos sobre eventos artísticos, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve, sucessivamente, em O País (A Palestra), no Diário de Notícias (De Palanque), em A Notícia (o folhetim O Teatro). A partir de 1879 dirigiu, com Lopes Cardoso, a Revista do Teatro. No conto e no teatro, Arthur de Azevedo foi um descobridor do cotidiano da vida carioca e observador dos hábitos da capital. Teve, em vida, cerca de uma centena de peças de vários gêneros e mais trinta traduções e adaptações livres de peças francesas encenadas em palcos nacionais e portugueses. Ainda hoje continua vivo como a mais permanente e expressiva vocação teatral brasileira de todos os tempos, através de peças como A Joia, A Capital Federal, A Almanjarra e O Mambembe. (Fonte: Academia Brasileira de Letras).
Espetáculo teatral: Amor por Anexins
De 14 de janeiro a 5 de fevereiro | De quintas a domingos, às 20h
De: Arthur de Azevedo | Direção: Cassio Castelan | Elenco: Aleteia Barros e Beatriz Aguera | Iluminação: Márcio Ribeiro | Produção: 2Olhos Produções
Duração: 50min. | Classificação etária: livre
Gratuito
Sala Carlos Miranda do Complexo Cultural Funarte São Paulo. Alameda Nothmann, 1058, Campos Elíseos, São Paulo, SP. Tel (11) 3662-5177