A Fundação Nacional de Artes – Funarte lamenta a morte da atriz Tereza Rachel, ocorrida no sábado (2/4), no Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, onde estava internada desde o final do ano passado. A atriz, nascida Terezinha Malka Brandwin Taiba de la Sierra, estava com 80 anos, e deixou um registro importante no teatro, na televisão e cinema brasileiros.
Sua carreira no teatro começou em 1955, em Os Elegantes, de Aurimar Rocha, dirigida por Henriette Morineau. No ano seguinte, foi premiada como atriz revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, por sua atuação em Prima Donna. Nas décadas de 50 e 60, Tereza Rachel participou de peças no Teatro Nacional de Comédia, TNC (O Telescópio, de Jorge Andrade, direção de Paulo Francis; A Bela Madame Vargas, de Paulo Barreto e Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, encenação de José Renato); na Companhia Tônia-Celi-Autran, CTCA (A Ilha das Cabras, de Ugo Betti, com direcão de Adolfo Celi); e no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC (Romanoff e Julieta, de Peter Ustinov, e Patate, de Marcel Achard). Sua atuação em Quando Se Morre de Amor, de Giovanni Patroni Griffi, com direção de Alberto D’Aversa, lhe valeu o Prêmio Saci de melhor atriz. Em 1965, integrou o elenco de Liberdade, liberdade, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, do Grupo Opinião. Dois anos depois, atuou no sucesso de público Édipo Rei.
Na televisão, interpretou personagens até hoje lembrados pelo público, como a Lupe, de O rebu (1974), a Débora, da novela O grito (1975), a Clô Hayalla, de O astro (1978), a Martha Gama, de Baila comigo (1981), a Aurora, de Paraíso (1982), além da Renata Dumont de Louco amor (1983), e a Rainha Valentine de Que rei sou eu? (1989). Também integrou o elenco de A próxima vítima (1995), e em Era uma vez (1998). Seu último papel na TV Globo foi na novela Babilônia (2015).
No cinema, Tereza Rachel atuou em filmes como: Genival é de morte (1956), de Aloísio T. de Carvalho, Ganga Zumba (1963), de Carlos Diegues; Procura-se uma rosa (1964), de Jece Valadão; Canalha em crise (1965), de Miguel Borges; Amante muito louca (1973), de Denoy de Oliveira; Revólver de brinquedo (1977), de Antonio Calmon; e A volta do filho pródigo (1978), Canudos (1978) e Pedro Mico (1985), estes de Ipojuca Pontes, seu marido.
Atriz, produtora e intérprete, fundou nos anos 70 o Teatro Tereza Raquel, em Copacabana, onde produziu peças inéditas, trazendo diretores europeus ligados à vanguarda, como Claude Régy e Jorge Lavelli, fazendo de sua casa de espetáculos um dos pólos de destaque do teatro carioca.