“Mãe, cheguei bem” faz curta temporada no Teatro Cacilda Becker, Rio

Atrizes da montagem "Mãe, cheguei bem" - Foto: Dinho Moreira

De 9 a 19 de junho, de quarta a domingo, Ceci Gil Mariño, Débora Oelsner Lopes e Valérie Lengronne apresentam o espetáculo Mãe, cheguei bem, no Teatro Cacilda Becker, no Rio. A montagem brinca com clichês dos locais de origem e ascendência das artistas (Argentina, França e Alemanha) e desafia o espectador carioca a jogar com elas, através de gírias e características específicas do Rio de Janeiro. O objetivo é concentrar estes elementos numa cena que mistura o ficcional e o fantástico com o real. Vídeos, fotos e referências de acervo familiar dão o tom pessoal à obra, que se coloca como um relato desmascarado de histórias vividas. Os ingressos têm preços populares e a classificação é livre.

As artistas se reúnem num espaço cênico igualmente híbrido e dividem, interpretam e reinventam a utilização do ambiente. Ceci Gil Mariño, Débora Oelsner Lopes e Valérie Lengronne mesclam momentos de isolamento e fusão não somente entre elas, como entre seus corpos e elementos de cena como projeções. Como elementos base, o papel, em referência às cartas, cartões postais e fotografias impressas, enviados antigamente pelos que estavam fora de seu local de origem, e também o papelão, material de que são feitas as caixas de mudança. Como disparos criativos, esses elementos vão se transformando ao longo da peça, em diálogo com a luz e as projeções audiovisuais. Compondo a cena, músicos interpretam a trilha sonora no palco através do soundpainting – uma técnica de improvisação musical.

Inspirada pelo ensaio Nord perdu, de Nancy Huston, Mãe, cheguei bem busca a expressão por meio do movimento e se une às artes visuais, literatura e música, num resultado multidisciplinar. Segundo as artistas, questões como: “Quais são os elementos que nos definem?; O que acontece quando nos distanciamos da nossa cultura de origem, dos progenitores, de toda a genética social e cultural?” serão levantadas durante o espetáculo. “Não só a percebemos de longe como a carregamos o tempo inteiro, através do olhar de fora. Se o estrangeiro nunca consegue sair totalmente dessa condição de ‘outro’, ele também perde a familiaridade com seu local de berço. Aquele que é, era familiar para ele, não existe mais. Este lugar, por conseguinte, transpõe sua condição física e não se restringe mais à dimensão espacial. Ele vira temporal”, ressaltam.

Espetáculo Mãe, cheguei bem

Temporada: De 9 a 19 de junho
Dias e horários: Quarta a sábado, às 20h e domingo, às 19h
Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Duração: 1h
Classificação indicativa: Livre

Teatro Cacilda Becker
Rua do Catete, 338, Largo do Machado – Rio de Janeiro (RJ)

Ficha Técnica:

 

Criação coletiva de Ceci Gil Mariño, Débora Oelsner Lopes e Valérie Lengronne

Direção: Ceci Gil Mariño
Elenco: Ceci Gil Mariño, Débora Oelsner Lopes e Valérie Lengronne
Músicos: Achiles Neves, Alberto Goyena, Alexandre Bouaniche, Alice Santos, Leandro Gomes, Marcel Nicolau, Marcos Eric Ortiz, Pedro Figueiredo, Taiyo Omura, Thiago Edel, Veronica Calvo e Vinicius Rocha.
Iluminação, fotografia e operação de luz: Dinho Moreira
Cenografia: Débora Oelsner Lopes
Figurino: Caro Pierro e Florência Santángelo
Vídeos e edição: Alexandre Britto
Animação de fotografias: Celina Wolffelt
Desing gráfico: Elsa Burguière
Operação de áudio e vídeo: Philippe Baptiste
Produção: Gabriela Imelk