Companhia Teatro da Dispersão apresenta-se na Sala Carlos Miranda (SP)

'O espectador condenado à morte'. Foto: Patricia Mattos.

No dia 18 de junho de 2016, a Companhia Teatro da Dispersão inicia curta temporada na Sala Carlos Miranda, em São Paulo. Contemplado com o Programa Cena Aberta Funarte 2016, o grupo apresenta a peça O espectador condenado à morte, que fica em cartaz até o dia 26 de junho, de quintas a sábados, às 21h, e domingos, às 20h.

O espetáculo foi escrito em 1985 pelo dramaturgo romeno Matéi Visniec e tem como pano de fundo o regime ditatorial de Nicolae Ceausescu. No enredo, um procurador, um defensor, um escrivão e um juiz estão envolvidos em uma intensa disputa para incriminar um réu. Durante o julgamento, eles criam provas e contam com testemunhas pouco confiáveis para convencer um inocente de que ele deve ser condenado à morte. A vítima é um espectador. O texto apresenta elementos do teatro do absurdo para ilustrar um processo que, além de não seguir protocolos, rompe com aspectos morais, éticos e institucionais.

Dirigida por Thiago Ledier, a montagem explicita o absurdo por meio de elementos da farsa e da comédia física. A companhia também usa recursos tecnológicos, como câmeras que capturam imagens do público para que sejam projetadas em um telão, como se elas fossem “evidências” que reforçam as teorias apresentadas pelos personagens. O espetáculo provoca a discussão sobre temas atuais, como a intolerância, o ódio, a manipulação de instituições em benefício próprio e a justiça que é “feita com as próprias mãos”. Ao colocar o espectador como protagonista, o grupo pretende mostrar que “a omissão é também responsável pela consolidação de regimes que violam os princípios democráticos e os direitos fundamentais de cada indivíduo”.

Sobre o autor: conhecido como “o novo Ionesco”, Matéi Visniec tem peças encenadas em mais de vinte países. Sua obra é marcada pela linguagem do absurdo e do surreal, que ele usa para desviar-se da realidade que viveu na Romênia, sob a ditadura de Nicolae Ceausescu. Nascido em 1956, Visniec também é romancista e jornalista. Estudou filosofia na Universidade de Bucareste e começou a publicar seus trabalhos como dramaturgo nos anos 1970. Como sofria com a censura de seus textos na Romênia, em 1987, pediu asilo político à França, onde vive até hoje.

Sobre a companhia: criada em 2015, a Companhia Teatro da Dispersão é formada pelos atores André Camargo, Cadu Batanero, Caio Balthazar, Drica Czech, Guilherme Iervolino, Patrícia Vieira Costa, Rony Álvares e Vanessa Rodrigues.

Sobre o diretor: ator e dramaturgo, Thiago Ledier foi assistente de direção e preparador de atores nos espetáculos Música para cortar os pulsos (texto e direção de Rafael Gomes), Gotas d’água sobre pedras escaldantes (de Rainer W. Fassbinder, direção de Rafael Gomes), L’Illustre Mollière (direção de Sandra Corvelloni) e Se você me amasse (direção de Otávio Martins). Ele também assina a direção do espetáculo A social, de Ricardo Correia, com produção da Cia. Artera de Teatro.

Programa Cena Aberta Funarte 2016
Sala Carlos Miranda – Complexo Cultural Funarte SP

Espetáculo: O espectador condenado à morte
De 18 a 26 de junho | De quintas a sábados, às 21h; domingos, às 20h

Texto: Matéi Visniec | Produção: Companhia Teatro da Dispersão | Direção: Thiago Ledier | Elenco: André Camargo, Cadu Batanero, Caio Balthazar, Drica Czech, Guilherme Iervolino, Patrícia Vieira Costa, Raphael Nespule, Rony Álvares, Vanessa Rodrigues | Cenografia e iluminação: César Bento | Figurinos: Guilherme Iervolino | Sonoplastia: Marcus Couto | Tradução: Fábio Fonseca de Melo | Fotos: Patricia Mattos | Design: Lucas Lage | Produção executiva: André Camargo, Caio Balthazar, Drica Czech, Guilherme Iervolino, Rony Álvares

Duração: 75 min | Classificação etária: 14 anos
Ingressos: R$40 (meia-entrada: R$20). Bilheteria abre uma hora antes do espetáculo. Um ingresso por pessoa – não aceita cartão

Informações ao público:
(11) 3662-5177
funartesp@gmail.com

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