Autor, diretor, cenógrafo, figurinista, ator e iluminador, Gianni Ratto – multiartista fundamental para a história do teatro brasileiro – é o personagem de um videodocumento que a Fundação Nacional de Artes – Funarte disponibiliza em seu portal, nesta sexta-feira, 9 de setembro de 2016 – para celebrar o centenário de nascimento do artista, ocorrido no dia 27 de agosto. Produzido pelo Centro de Programas Integrados (Cepin), o vídeo 100 anos de Gianni Ratto tem 16 minutos de duração e é ilustrado com imagens do acervo do artista no Centro de Documentação e Pesquisa – Cedoc – Funarte.
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Brasileiro de coração, Gianni Ratto nasceu em 27 de agosto de 1916, em Milão, na Itália, de onde se transferiu para o Brasil em meados da década de 1950. “O Ratto era assim: cheio de vida, de espontaneidade, de beleza. Um homem de uma cultura enorme! E brasileiro por quê? Porque ele sentia muito o Brasil. Ele nos explicava a coisa brasileiramente”, afirma a atriz Bibi Ferreira num dos trechos do videodocumento, que tem ainda depoimentos exclusivos de outros nomes do teatro próximos a ele, como a atriz Fernanda Montenegro; o crítico e dramaturgo Aimar Labaki; a crítica e pesquisadora Mariângela Alves de Lima; a socióloga Vaner Ratto (casada com Gianni do fim da década de 1980 até a morte dele, aos 89 anos, em 30 de dezembro de 2005); e o autor e diretor Jacy Lage Jr., que dirige o videodocumento.
Entre outras preciosidades de 100 anos de Gianni Ratto estão ainda um pequeno trecho em áudio de uma das últimas entrevistas concedidas pelo homenageado (à Funarte, em 2005, por ocasião do Circuito Nacional de Arte e Educação) e imagens de A mochila do mascate – documentário de 2006 sobre Gianni Ratto, dirigido por Gabriela Greeb, que divide o roteiro com Antônia Ratto – primogênita dos três filhos do artista (os outros dois são Bernardo e Andrea).
Fundador do Teatro dos Sete (1959) e do Teatro Jovem (1968), Gianni Ratto teve participação decisiva em outros grupos de grande importância na história das artes cênicas no Brasil, como o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e o Teatro Opinião. De sua atuação como diretor destacam-se as montagens de O mambembe, de Arthur Azevedo (1959); O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues (1961); Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, de Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho (1966); e Gota d’água, de Paulo Pontes e Chico Buarque (1974).