Palco de shows inesquecíveis que marcaram a história da música brasileira, a Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, recebeu, entre julho e dezembro de 2015, o projeto ‘Contemporâneos na Funarte’. Como resultado desta ação, que levou ao público cerca de 40 espetáculos e mostrou a diversidade da música contemporânea feita no Brasil, a Fundação Nacional de Artes – Funarte publica um catálogo, de 124 páginas, que traz o registro de todos os shows.
Diretor do Centro da Música da Fundação e idealizador do projeto, Marcos Lacerda destaca que esta foi uma das principais ações da atual gestão do Cemus. “O propósito era atualizar a programação artística da Funarte, trazendo alguns dos principais artistas da música popular mais inventiva feita hoje no Brasil, como por exemplo, Metá Metá, Passo Torto e Rodrigo Campos. Ao mesmo tempo, o projeto pretendia também atuar numa linha de fomento a coletivos de artistas, produtores e críticos, que são hoje uma espécie de vanguarda da economia criativa da cultura, em especial da música. Nesse mesmo ano de 2015, lançamos o Prêmio Funarte de Programação Continuada para a Música Popular, voltado para espaços musicais pequenos e médios que têm na sua programação exatamente esta música mais inventiva, popular ou impopular, feita hoje no Brasil”, explica Marcos.
Selecionados pelo Centro da Música, seis coletivos ficaram responsáveis pela programação: Áudio Rebel/Quintavant, Leão Etíope do Méier, Norte Comum, Banda Desenhada, Chama e Etnohaus. Além dos artistas já citados, participaram do projeto nomes como Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro, Arto Lindsay, Ná Ozzetti, Thiago Thiago de Mello (que foi acompanhado pelo pai, o poeta Thiago de Mello), Marcelo Yuca, Hermeto Paschoal e Jards Macalé, Zé Manoel, Lívia Nestróvski e Bruno Cosentino, Samba de Benfica e Zona Oeste Instrumental, Tati Quebra Barraco e Mohandas, entre outros.
Destaque na imprensa, a série Contemporâneos na Funarte explorou os diferentes gêneros da cena musical independente, autoral e de vanguarda: música exploratória, eletrônica, pop rock, samba, funk, hip hop, free-jazz e MPB. Um dos shows, o “Clube da Encruza”- que reuniu no palco da Sala Funarte Sidney Miller, nos dias 13 e 14 de agosto de 2015, os integrantes do Metá Metá e Passo Torto – foi considerado pelo jornal O Globo como uma das dez melhores apresentações do ano. “Há alguns anos, amadurece em São Paulo um núcelo de artistas que, entre projetos solo e coletivos, tem produzido alguns dos álbuns mais vigoros da nova música brasileira – como os do Metá Metá e Passo Torto. Juntos, mostraram que já possuem uma estrada firme, com um repertório que une a provocação da vanguarda e a consistência de cancionistas”, destacou o jornal.
O diretor do Centro da Música ressalta que “o projeto, em 2015, foi feito no Rio de Janeiro, na Sala Sidney Miller, como experimento, para depois se estender para os espaços musicais da Funarte no Brasil, em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife como parte do programa de integração dos espaços musicais da instituição”. O catálogo é dedicado ainda a Fernando Grillo, jovem músico carioca que participou do projeto e morreu de forma prematura no final do ano de 2015.