Teatro Glauce Rocha recebe ‘Estudo para Missa para Clarice’

O Presidente da Funarte, Stepan Nercessian, e a Diretora do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Foto: J. J. Pinheiro

A Fundação Nacional de Artes – Funarte recebeu, no dia 8 de fevereiro, quarta-feira, no Teatro Glauce Rocha, Centro do Rio, a pré-estreia no RJ de Estudo para Missa para Clarice – Um espetáculo sobre o Homem e seu Deus. A peça é uma adaptação de textos de Clarice Lispector, assinada por Eduardo Wotzik, que também dirigiu e interpreta a montagem. Ela celebra um ano de apresentações ininterruptas em 15 teatros, de várias cidades do país. A temporada, de quarta a domingo, começa quinta, dia 9/02 e termina dia 2 de abril.

No palco, aparece um “arauto” e duas “beatas claricianas”. “Elas organizam, professam e processam as palavras de Clarice e recebem os espectadores, assim como acontece nos templos religiosos”, diz Eduardo Wotzik. A apresentação tem um formato de missa. As personagens seguem um missal, também distribuído ao público que, como num ritual, senta, levanta, reza, canta e respira em conjunto. O ambiente e o rito levam os espectadores a participar do espetáculo e os conduzem à reflexão.

Estavam na plateia o Presidente da Funarte, Stepan Nercessian, a Diretora do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Ana Botafogo, e outros atores e encenadores – tais como Ginaldo de Souza (conhecido pelo espetáculo A Paixão de Cristo, nos Arcos da Lapa, e o diretor do Grupo Nós do Morro, Guti Fraga, ex-presidente da Funarte. O Presidente da Funarte comentou o espetáculo: “O que é mais marcante é a grande coragem teatral do espetáculo. É um mergulho, na profundidade do texto de Clarice Lispector. Ela é um fenômeno que, teatralizado, adquiriu uma forma belíssima. Nesse momento de superficialidade, alguém trazer uma proposta como essa merece parabéns”. Stepan Nercessian achou o trabalho comovente, emocionante e que, principalmente: faz a plateia participar da cena, de forma delicada. “É uma aventura teatral muito bonita”, acrescentou. A diretora do Balé do Theatro Municipal, Ana Botafogo, declarou: “Tudo que Clarice diz é sempre muito especial. Tudo que ela diz é sempre muito intenso. Essa peça mostra até onde vão as palavras, na profundeza da alma, ou na busca do ser. É um espetáculo corajoso para o ator. Ele precisa que ter uma grande experiência, para conseguir conduzir o público, nesta ‘missa’ ”.

Eduardo Wotzik. Foto: Foto: J. J. Pinheiro

Também estavam presentes produtores teatrais, como Humberto Braga, servidor e ex-presidente da Funarte; a cantora e compositora Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura e ex-diretora do Centro da Música da Fundação; além de funcionários da instituição, como a diretora do Centro de Programas Integrados, Maristela Rangel; o diretor da Coordenação-Geral de Planejamento e Administração, Paulo Grijó; os coordenadores de Comunicação Social, Camilla Pereira; do Setor de Equipamentos Culturais do Centro de Artes Cênicas, Heloísa Vinadé; da Dança, Fabiano Carneiro; além das assessoras da Presidência, Ana Amélia Velloso e Fabiane Costa, entre outros. Houve cobertura de imprensa.

O autor, diretor e ator Eduardo Wotzik observa que o espetáculo é totalmente construído sobre fragmentos de textos de Clarice. “Meu teatro sempre foi assim. Eu sempre cuidei do teatro para que ele funcione como um campo, do qual cada pessoa vai retirar dele o que necessita. É para ser útil, prestar serviço. O teatro é isso. Deve ser um espaço que funciona. Não é de passatempo ou entretenimento. É para servir ao outro. O tempo todo você pode fazer milhões de coisas no teatro, mas elas só são teatro mesmo quando estão servindo aos espectadores; e também a quem faz o trabalho. Assim, todos utilizam aquele tempo cênico para evolução. Ele serve para discutir, conversar, pensar sobre a realidade, sobre a nossa cidade, o vizinho, sobre nós mesmo, o universo, a alma humana. É para refletir, sentir, discutir e comungar”, defende Wotzik. “O teatro é um campo, no qual as pessoas tem que florescer juntas, não individualmente”, conclui.

Mais informações sobre o projeto no endereço:
https://www.facebook.com/missaparaclarice/?ref=ts&fref=ts

Estudo para Missa para Clarice – Um espetáculo sobre o Homem e seu Deus

Da obra de Clarice Lispector

De 9 de fevereiro a 2 de abril, quarta a domingo, às 19h

Teatro Glauce Rocha
Avenida Rio Branco 179, Centro – Rio de Janeiro (RJ) – em frente à Estação do Metrô Carioca

Espaço cultural da Fundação Nacional de Artes – Funarte

Ingressos: R$ 40. Meia-entrada: R$ 20
Classificação etária: 14 anos
Duração: 80 minutos

Ficha Técnica/artística
Edição e texto final: Eduardo Wotzik
Direção de arte: Analu Prestes
Iluminação: Fernanda Mantovani
Direção artística geral: Eduardo Wotzik
Elenco: Cristina Rudolph, Natally do Ó e Eduardo Wotzik
Direção de produção: Jessica Leite e Michele Fontaine. Produção executiva e administração: Luana Manuel
Realização: Wotzik Produções Artísticas Ltda.

Mais informações sobre os teatros da Funarte
Centro de Artes Cênicas – ceacen@funarte.gov.br