Gabriel Grossi grava show com Maurício Einhorn e Hermeto Pascoal, no DF

Gabriel Grossi chama ao palco Maurício Einhorn e Hermeto Pascoal. Foto: Elis Ribeirete/divulgação

O gaitista e compositor brasiliense Gabriel Grossi comemora 20 anos de carreira com shows ao lado de dois pilares em sua formação musical: Maurício Einhorn (quarta, 12 de abril) e Hermeto Pascoal (quinta, 13). Os espetáculos, que prometem lotar o Teatro Plínio Marcos da Funarte no Distrito Federal, farão parte do primeiro DVD de Grossi, Em movimento. O projeto é também uma celebração aos 57 anos de fundação de Brasília, cidade natal do compositor.

Sobem ao palco do Plínio Marcos, nos dois dias de evento, os instrumentistas que formam quinteto com Gabriel Grossi: Eduardo Farias (piano), André Vasconcellos (baixo), Rafael Barata (bateria) e Sérgio Coelho (trombone). As músicas, compostas por Gabriel, são dedicadas às principais referências do artista: Baden Powell, Milton Nascimento, Raul de Souza e o belga Toots Thielemans – além, é claro, dos ídolos que participam a convite da gravação. O DVD contará, ainda, com depoimentos de alguns dos grandes destaques do cenário musical brasileiro.

Sobre Gabriel Grossi: Considerado um dos maiores representantes da harmônica/gaita no mundo, Gabriel tem extensa trajetória e uma carreira solo bem estabelecida dentro e fora do país, com nove discos gravados e diversas turnês ao redor do mundo. Desde 2005, é integrante do Hamilton de Holanda quinteto. Seu disco de estreia, Diz que fui por aí, foi destaque na cena musical por sua concepção, composição e arranjos. O segundo, Afinidade (em duo com o violonista Marco Pereira) e o terceiro, Arapuca (inspirado no universo do forró) consolidaram o reconhecimento da crítica e do público à produção musical do compositor. Em 2012, Gabriel lançou mais dois trabalhos, o CD Villa Lobos popular, em duo com o Pianista Amilton Godoy (Zimbo Trio) e o CD Realejo, com o acordeonista Bebê Kramer. No ano seguinte gravou Urbano, com temas autorais e uma proposta moderna dentro do universo da harmônica. E, em 2016, produziu dois discos em homenagem aos seus mestres da harmônica: Toots Thielemans e Maurício Einhorn.
No projeto We do it out of love Gabriel, em parceria com Alex Rossi, reuniu harmonicistas de vários lugares do mundo para celebrar o 94o aniversário de Toots Thielemans, num disco que foi entregue pessoalmente ao homenageado. Thielmans morreu poucos depois, em 2016, antes de completar 95 anos de idade. Já na homenagem Viva Maurício Einhorn, a parceria de Grossi foi com Pablo Fagundes e mais vinte e seis gaitistas brasileiros convidados. Mais recentemente, o harmonicista gravou seu quinto disco com o Hamilton de Holanda quinteto, uma homenagem a Milton Nascimento e celebração dos dez anos de existência do grupo.
No início de 2015 foi chamado pelo jornalista e produtor francês Remy Kopakopul para fazer a direção musical, produção e arranjos do musical K Rio K, que aborda a relação Rio-Paris dos anos 1920. Em julho do mesmo ano grava o CD Roda Gingante, do multinstrumentista Arismar do Espírito Santo. Em setembro, Gabriel Grossi grava o disco Nascente, lançado em 2016.

Sobre Maurício Einhorn: Gaitista e compositor carioca, filho de gaitistas, começou a tocar este instrumento na infância. Na adolescência, tocou em diversos grupos colegiais, e começou a se interessar pelas linguagens do jazz e do choro. Em 1952 fez sua primeira gravação, com um conjunto de gaitas. Pouco mais tarde começou a tocar jazz na rádio Mayrink Veiga.
No final da década juntou-se a instrumentistas ligados à Bossa Nova, como o violonista Durval Ferreira, que se tornou um de seus maiores parceiros. Algumas composições da dupla tornaram-se clássicos, como Batida diferente, Estamos aí, Nuvens, Sambop e Tristeza de nós dois. Com Arnaldo Costa, Einhorn compôs Curta metragem, Alvorada (com Lula Freire), Domingo de manhã (com Mário Telles). Em 1966 gravou Tempo feliz, com Baden Powell.
Em 1972 foi convidado por Sérgio Mendes para trabalhar nos Estados Unidos. Lá, tocou com grandes figuras do jazz, como o guitarrista Jim Hall, o baixista Ron Carter e o gaitista Toots Thielmans. Participou também do disco Donato/Deodato, gravado enquanto Eumir Deodato e João Donato estavam nos EUA. De volta ao Brasil, gravou em 73 o primeiro compacto, tema do filme O último tango em Paris, e seu primeiro LP, The Oscar winners. Em 1976 iniciou parceria com o violonista Sebastião Tapajós, que durou vários anos. Na década de 80 juntou-se à dupla o pianista Gilson Perazzetta, e os três gravaram um CD pela série Instrumental, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em 95. Gravou também ME (título que representa as iniciais de seu nome), em 1979, disco lançado simultaneamente no Brasil e na Alemanha, e outros discos solo. Além disso, fez carreira como músico de estúdio, tocando em gravações com os maiores nomes da MPB.

Sobre Hermeto Pascoal: Compositor e multiinstrumentista, Hermeto Pascoal é considerado um pioneiro da música experimental brasileira. Cantor e escritor excêntrico e instrumentista arrojado, constantemente desafia a si próprio com técnicas pouco usuais. Conhecido como “o jazzista que tira um som de qualquer coisa”, influenciou músicos como Dizzy Gillespie e Miles Davis. Os sons da natureza fascinaram Hermeto desde pequeno. Já na infância criava pífanos de canos de mamona de jerimum (abóbora), e tocava com a água da lagoa. Extraía sons de sobras de materiais de seu avô, ferreiro, e aos sete ou oito anos apropriou-se do acordeão de oito baixos de seu pai.
Passou a tocar com seu irmão mais velho, José Neto, em forrós e festas de casamento. Mudou-se para o Recife em 1950, e foi para a Rádio Tamandaré. De lá, logo foi convidado, com a ajuda de Sivuca, a integrar a Rádio Jornal do Comercio, onde José Neto já estava. Formaram o trio O mundo pegando fogo mas, por se recusar a tocar pandeiro em vez de acordeão, foi mandado para a Rádio Difusora de Caruaru, como refugo, pelo diretor da Rádio Jornal do Commercio, com a sentença de que o rapaz “não dava para a música”. Hermeto permaneceu por cerca de três anos na Rádio Difusora, até que Sivuca passasse por lá e fizesse grandes elogios a seu respeito para o diretor da emissora, Luís Torres.
Por conta disso, o instrumentista logo voltou para a Rádio Jornal do Commercio, em Pernambuco, ganhando o que havia pedido, a convite da mesma pessoa que o tinha mandado embora. Ali, em 1954, casou‐se com Ilza da Silva, com quem viveu 46 anos e teve seis filhos. Foi nessa época, também, que descobriu o piano, a partir de um convite do guitarrista Heraldo do Monte para tocar na boate Delfim Verde. Dali, foi para João Pessoa, onde tocou durante quase um ano tocando na Orquestra Tabajara, do maestro Gomes. Em 1958, mudou‐se para o Rio de Janeiro para tocar acordeão no Regional de Pernambuco do Pandeiro (na Rádio Mauá) e, em seguida, piano no conjunto e na boate do violinista Fafá Lemos e, em seguida, no conjunto do Maestro Copinha (flautista e saxofonista), no Hotel Excelsior.

Gravação do DVD Em movimento, de Gabriel Grossi

Dia 12 de abril | Quarta, 20h
Convidado: Maurício Einhorn

Dia 13 de abril | Quinta, 20h
Convidado: Hermeto Pascoal

Com: Gabriel Grossi (gaita) | Eduardo Farias (piano) | André Vasconcellos (baixo) | Rafael Barata (bateria) | Sérgio Coelho (trombone)

Duração: aprox.120min | Classificação etária: livre

Ingressos: R$40 (meia: R$20). Vendas antecipadas aqui

Local: Teatro Plínio Marcos do Complexo Cultural Funarte Brasília. Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural. (Entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)

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