De 8 a 23 de julho, a Funarte MG recebe o espetáculo Carvão, da Cia. Drástica, com direção de Fábio Furtado e dramaturgia de Francisco Falabella Rocha. Criada a partir da vida e obra do escritor francês Jean Genet, a peça aborda questões sobre servidão, relações de poder, sexualidade e solidão, temas recorrentes na obra do autor. Carvão faz temporada sempre aos sábados e domingos, em duas sessões diárias, às 17h e às 20h. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro e custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada).
Na obra de Genet, a marginalidade, a homossexualidade, as relações de poder e o metateatro são pontos chaves de sua narrativa, retratando-as de uma forma forte e ativa – contrariando velhos preconceitos que sugerem fragilidade e passividade. O homem entre guerras está desenraizado, duro e perdido: foge de si mesmo, procura em qualquer lar por sua família e assim cava o seu próprio buraco. Dessa forma, a obra de Jean Genet oferece uma visão única da condição humana; a humanidade refletida no espelho, tendo os seus erros e feridas escancaradas. Um sonho ruim que nunca passa. A proposta de Carvão é de dar um novo olhar para esse universo marginal. Uma experiência singular de uma sujeira que muito se fala, mas que, de fato, pouco se enxerga.
Na montagem, Jim e Hans estão presos em uma mina de carvão falida, no frio da pequena cidade de Leipzig, no interior da Alemanha nazista. O trabalho duro se confunde com as memórias do passado e um plano elaborado pelos dois demora a vingar. Enquanto isso, o velho Fritz, dono da mina de carvão, dorme tranquilo e enche a barriga de porco e bebida. Aqui é retratada a fragilidade da vida, a solidão da modernidade, o individualismo, a dureza da guerra e a exploração do trabalho.
Em cena, os atores Carloman Bomfim, Fabiano Lana e Jair Gomes retratam a relação entre empregados e o dono de uma mina de carvão falida. O ponto de partida para o desenvolvimento do espetáculo é o texto “As Criadas”, mas logo no início do processo os criadores compreenderam que um mergulho no universo do autor, de uma maneira mais ampla, seria o fio condutor do projeto.
A relação com os espectadores é uma característica importante da Companhia, que vem propondo em seus trabalhos uma experiência cênica de maior proximidade entre atores e público. Por isso, as apresentações possuem o limite máximo de 60 espectadores.
Está prevista uma sessão com recursos de acessibilidade: interpretação em Libras e audiodescrição.
Sobre a Cia Drástica – Criada por ex-alunos do Teatro Universitário da UFMG em 1995, a Cia Drástica explora em seus espetáculos para o público adulto, desde 2006, a relação que se estabelece no jogo entre atores e espectadores, em lugares teatrais que permitam estreitar as distâncias entre lugar de cena e o lugar da plateia e, de algum modo, fazer com que o espectador se perceba dentro da cena. São 22 anos e um mesmo objetivo: refletir, investigar, reorganizar, apreender, arriscar, dialogar com o homem contemporâneo por meio da arte, privilegiando a figura do ator criador.
Serviço
Carvão – Cia Drástica
Data: De 8 a 23 de julho
Horário: Sábados e domingos, em duas sessões diárias: 17h e 20h
Local: Funarte MG – Rua Januária, Nº 68 – Centro
Ingressos: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia), adquiridos na bilheteria do teatro
Limitado a 60 espectadores por sessão
Informações: (31)3213-3084
Gênero: Drama
Duração: 70min
Classificação: 14 anos
Ficha Técnica
Dramaturgia: Francisco Falabella Rocha
Direção: Fábio Furtado
Elenco: Carloman Bomfim, Jair Gomes e Fabiano Lana
Cenário: Roberto de Paula (Tucha)
Preparação Corporal: Fábio Furtado
Orientação vocal: Amanda Prates
Figurinos: Carloman Bomfim
Costureiras Marcia Correia
Vestidos de Claire: Carloman Bomfim e Heitor Lopes
Costureira: Wanda Magalhães
Iluminação: Felipe Cosse
Trilha Sonora: Barulhista
Cenotecnia: Nilson Santos
Imagens (projeção): Fabiano Lana
Registro (Fotos e vídeo): Ricardo Gonçalves
Produção Executiva: Ana Rita Gonçalves
Assistente de Produção: Carloman Bomfim
Realização: Cia. Drástica