Os artistas visuais Luis Arnaldo e Marcelino Peixoto apresentam o projeto Ação para erguer colinas até o dia 31 de agosto, no Galpão 5 da Funarte MG, no Centro de Belo Horizonte. A mostra, contemplada com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2015, está aberta a visitação, de quarta a domingo, das 14h às 22h, com entrada gratuita.
O projeto é composto por duas ações: Erguer Colinas e Exílio, que serão realizadas a partir da inserção de 80 m³ de areia no espaço e a distribuição desse material em oito “colinas” (montes). O público será presenteado com o lançamento do catálogo da mostra, no dia 31 de agosto, das 19h às 22h.
Após o início do deslocamento das elevações de areia, os artistas começam a segunda obra de desenho, chamada Exílio. Com lápis grafite (usado em construção civil), Marcelino e Luis vão desenhar sobre as paredes da galeria, usando como referência projeções fotográficas dos montes que restaram do lado de fora do galpão, e que ainda serão erguidos no seu interior. As ações de desenhar, encher, carregar, erguer e derramar areia têm como meta produzir uma paisagem desértica, numa espécie de oposição ao ruidoso contexto urbano onde se localiza a Funarte MG.
A ação Erguer Colinas é a primeira etapa de um processo. Segundo Luis Arnaldo, ela e terá duração determinada pelo esforço dos próprios artistas no transporte da areia do pátio central para o interior do Galpão 5. “A partir da entrada no espaço, iremos desenhar de forma silenciosa, em um trabalho contínuo”, ressalta Luis.
O objetivo dos artistas é fazer da galeria e seu entorno um canteiro para construção, tornando possível ao espectador perceber o trabalho e o acontecimento como “fatos sensíveis, palpáveis e lógicos’. Para concretizar essa proposta até o último dia de exposição, os artistas vão trabalhar cinco horas diárias, em tarefas como erguer os montinhos de areia e desenhá-los nas pardes. “Iremos projetar colinas que ainda serão formadas”, explica Marcelino. Sobre incorporar o clima de tranquilidade num local movimentado como a Funarte MG, Peixoto ressalta que os artistas pretendem oferecer uma ‘instância de desaceleração, que se assemelha muito a prática de ateliê”, e acrescenta: “Estamos propondo também, uma aproximação dos fazeres cotidianos, no caso, o trabalho em um canteiro de obra, como sinônimo do trabalho do artista”.
Outra ação que faz parte da programação, a partir do dia 12 de agosto, é a doação da areia utilizada na mostra. O material poderá ser retirado, por qualquer pessoa interessada, no pátio da Funarte MG mediante agendamento prévio, pelo telefone (31) 99221-7316. Com isso os realizadores procuram convocar os espectadores e incluí-los na condição de atores do trabalho – principalmente os profissionais da construção civil, como agentes fundamentais na formação das cidades.
Leia mais sobre os artistas
Luis Arnaldo – Campinas (SP), 1985
Vive em Belo Horizonte (MG). Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – 2010 – e em Artes Plásticas pela Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) – 2016. Principais objetos de interesse: o espaço e seus agentes formadores. Exposições individuais recentes: Ação de Desenhar o que Resta, no SESC Palladium – Belo Horizonte (MG) –2015; Partituras – Fundação Cultural Badesc – Florianópolis (SC) – 2016; e Acidente geográfico – Museu de Arte Contemporânea – Marco (MS) – Campo Grande (MS) – 2016. Dentre as premiações destaca-se o Prêmio Arte e Patrimônio 2013 do Ministério da Cultura – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional (Iphan), no Paço Imperial (RJ). Programas de residência artística nos quais participou recentemente: Seoul Art Space Geumcheon – Seul, Coreia do Sul (2017) e Embassy of Foreign Artists –Genebra, Suíça (2016).
Marcelino Peixoto – Alvarenga (MG), 1971
Vive em Belo Horizonte (MG). Mestre em Artes Visuais e Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFMG. Professor de Desenho do curso de Artes Plásticas e professor da disciplina Arte, Ação e Acontecimento na Pós-graduação em Arte e Contemporaneidade, ambos na Escola Guignard, da UEMG. Desde 2005 integra o Coletivo Xepa. Entre as participações em mostras, destacam-se: Daqui a um Século – Centro Cultural UFMG – Belo Horizonte (MG) – 1997; Visitantes – Centro Cultural UFMG, Belo Horizonte (MG) – 2002; Prato Feito – Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) – MG – 2006; X – Centro Cultural da UFMG, Belo Horizonte (MG) – 2007; Parabrisas – Espaciocentro – Córdoba, Argentina (2007); e O que temos para o almoço – Funarte MG, Belo Horizonte (2014). Exposições individuais importantes: Riscos Contínuos – BDMG Cultural, Belo Horizonte (MG) –2007; Arqueologia – Galeria da Copasa, Belo Horizonte (MG) – 2007; : aquarela : entre : aquarela : – Palácio das Artes – Belo Horizonte (MG) –2008; Transferência – Galeria de Arte da Cemig – Belo Horizonte (MG) – 2009; Ação de Desenhar o que Resta – SESC Palladium – Belo Horizonte (MG) – 2015; e Partituras – Fundação Cultural Badesc – Florianópolis (SC) – 2016.
Exposição
Ação para erguer colinas
Projeto contemplado com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2015
Visitação: até o dia 31 de agosto, quarta a domingo, das 14h às 22h
Lançamento do catálogo: dia 31 de agosto, segunda-feira, das 19h às 22h
Agendamento de visitas: (31) 99221-7316
Local: Galpão 5, da Funarte MG
Rua Januária, 68, Centro – Belo Horizonte (MG)
Entrada gratuita