Funarte MG e CRJ recebem residência com a coreógrafa Luciana Lara

Foto: Valéria Rocha

A Funarte MG e o Centro de Referência da Juventude CRJ – Belo Horizonte – sediam uma residência artística com a coreógrafa Luciana Lara, entre os dias 7 e 20 de agosto. Anunciado como um dos destaques do Festival de Teatro Brasileiro (FTB), em Belo Horizonte, o trabalho tem a proposta de provocar engajamento do público num intenso processo criativo.

Fernanda Lara é coreógrafa e diretora artística da Anti Status Quo Companhia de Dança, criada em 1988. A residência é direcionada a estudantes e profissionais de teatro, dança, performance, circo, artes visuais e quaisquer outros interessados que tenham “o corpo e o movimento como principal via de expressão e interesse”. A experiência vai durar oito dias, realizada em cinco horas por dia. A seleção se dará a partir do envio, por parte dos interessados, de um parágrafo sobre a experiência artística e carta de intenção, com breve texto sobre o interesse em participar da atividade. Esse texto deverá enviado a partir do endereço: 19.festivaldoteatrobrasileiro.com.br.

O Festival de Teatro Brasileiro, reconhecido no calendário nacional das artes cênicas, mantém intensa programação na capital mineira, até 24 de agosto. Ele tem apoio da Funarte e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte – à qual pertence o CRJ, entre outros parceiros (citados abaixo).

Sobre a residência artística

Segundo a assessoria do evento, a residência vai estabelecer um espaço de experimentação, criação, convivência, troca de experiências e informações e colaboração, relacionado à dança contemporânea. A atividade partirá da provocação “O que podemos fazer juntos que não podemos fazer separados?” como ponto de partida para a criação de um trabalho inédito, a ser apresentado durante o Festival de Teatro Brasileiro, em Belo Horizonte. Os participantes integrarão o elenco.

Uma forte referência para o desenvolvimento do trabalho será a filosofia africana “Ubuntú”, que pode ser compreendida, em uma tentativa de tradução para o português, como “humanidade para com os outros” – uma compreensão ética social da importância do relacionamento com o outro, “de como estamos conectados e somos afetados uns pelos outros”. Ela seria uma filosofia baseada na noção de que “somos na verdade um só”, e de que ser humano envolve compaixão, empatia, partilha e respeito.

A investigação artística contida na residência tem como meta principal levantar questões sobre a atual condição do homem contemporâneo urbano, “subjugado às leis do sistema econômico vigente”, e desafiado a viver em coletividade, na relação com o outro, com o meio ambiente e com a cidade. O trabalho faz parte da pesquisa Corpo e cidade, realizada por Luciana Lara na Anti Status Quo Cia. de Dança em Brasília (DF) desde 2003.

A proposta da residência é um convite para o engajamento numa investigação sobre o movimento baseada em “ações físicas advindas da relação e da reação ao outro e do comportamento social”. Alteridade e presença serão, também, pontos importantes na investigação para o desenvolvimento de solos de dança.

Sobre Luciana Lara

Fundadora, coreógrafa e diretora artística da Anti Status Quo Companhia de Dança (1988), criou dez espetáculos entre os quais se destacam “De Carne e Concreto- Uma Instalação Coreográfica”, “Cidade em Plano” e “Aletheia”. Cria também trabalhos de foto performances, videodança e intervenções urbanas para a Companhia. Mestre em artes no Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade de Brasília – Unb  (Linha de pesquisa: Processos Composicionais para a Cena). Especialização no Laban Centre for Movement and Dance em Londres – Inglaterra (1996-1998), onde estudou Coreologia, Coreografia, Design Visual (figurino, cenário e Iluminação) para dança com bolsa do programa APARTES da CAPES.  Licenciada em Artes Cênicas pela Fundação Brasileira de Teatro – Faculdade de Artes Dulcina de Morais em Brasília-DF. Representante do Brasil no programa de coreógrafos internacionais residentes no American Dance Festival, em Durham, Carolina do Norte (EUA) em 1995. Seus principais estudos se concentram no campo da criação, da relação do corpo com a cidade, da dramaturgia/ criação de sentidos em dança, dos processos criativos, da release-based techinque e da improvisação. Foi professora de disciplinas de expressão corporal, corpo e movimento nos cursos de artes cênicas na Universidade de Brasília e na Faculdade de Artes Dulcina de Morais. É autora do livro “Arqueologia de Um Processo Criativo – Um Livro Coreográfico” publicado em 2010 pela Antistatusquo que recebeu o Prêmio Bolsa Estímulo à Crítica da Funarte 2008 e o FAC – Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

Sobre o Festival do Teatro Brasileiro:

Um festival nômade. Assim é o Festival do Teatro Brasileiro (FTB). Na estrada desde 1999, o evento chega a Belo Horizonte em 2017, trazendo na mala o que de importante está sendo feito no Distrito Federal em artes cênicas. Tendo como característica intrínseca, o caminhar, o andar, o viajar, o FTB segue levando o panorama cênico de um estado brasileiro a outro. Em edições anteriores, o festival promoveu a aproximação dos pernambucanos e sergipanos. Levou ao Distrito Federal a cena teatral dos gaúchos, mineiros, baianos e pernambucanos. Os gaúchos também foram ao encontro dos goianos, assim como cearenses ao de capixabas e mineiros. Os paranaenses receberam os mineiros e se encontraram com os gaúchos e paulistas. E os baianos, que já trocaram com os pernambucanos, maranhenses, acreanos, capixabas e paulistas. O Festival do Teatro Brasileiro ocupa um espaço na ação de complementação de política de estado. Ele vem sendo considerado um formato renovador para os festivais, pois é construído por quem vai e quem recebe. E por deixar legados e boas lembranças. Em 16 anos de trajetória, já foram apresentadas as cenas Baiana, Cearense, Pernambucana, Mineira, Gaúcha, Paranaense e do Distrito Federal para 14 estados e DF: São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Goiás. O FTB já realizou 631 apresentações de 179 espetáculos selecionados, com público superior a 245 mil espectadores. Um total de 44.900 crianças e jovens da rede pública de ensino participou gratuitamente dos programas educativos promovidos; cerca de 2.090 pessoas frequentaram as oficinas e ao longo das dezesseis edições do projeto foram gerados mais de 2.350 empregos temporários.

O Festival do Teatro Brasileiro é uma realização da Alecrim Produções Artísticas, em parceria com o Instituto Bem Cultural. É apresentado pelo Governo de Brasília, por meio da Secretaria de Cultura e do Fundo de Apoio à Cultura. Conta com os apoios institucionais da Câmara Mineira do Livro, da plataforma cultural Prosas, do Observatório dos Festivais, do, do FETO – Festival Estudantil de Teatro, da Escola de Belas Artes da UFMG, da UnB, da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria de Educação, CRJ – Centro de Referência da Juventude de Belo Horizonte e da Fundação Municipal de Cultura e do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura e da Fundação Nacional de Artes – Funarte.

Residência artística com Luciana Lara

7 a 20 de Agosto
Público Alvo: Estudantes e profissionais de teatro, dança, performance, circo, artes visuais e interessados em geral
Idade Mínima: 18 anos
Vagas: 40
Duração: 40h

Datas e locais

Belo Horizonte (MG)

Dias 07,08,14 e 15 de agosto, das 14h as 18h
CRJ – Centro de Referência da Juventude
Rua Guaicurus, 50, Centro

Dias 09,10,11,12,19 e 20 de agosto, das 14h as 18h
Funarte MG
Rua Januária, 68, Centro

Inscrições: http://19.festivaldoteatrobrasileiro.com.br/residencia_lara.html

Apresentação final: 20 de agosto, 19h30, na Funarte MG

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